O depoimento do governador do Distrito
Federal Agnelo Queiroz , na CPMI do Cachoeira, na última 4ª feira, 13 de junho,
superou as expectativas da oposição. Agnelo estava assistido por uma claque de
deputados distritais comandada por seu vice Tadeu Filippelli. Visivelmente
nervoso e apreensivo, Filippelli via Agnelo se esquivando das perguntas que
poderiam comprometer todo o Governo. A grande preocupação do vice-governador se
confirmou nesta quinta-feira, com a chegada na CPI de documentos que comprovam
financiamento de campanha no DF e Mato Grosso do Sul.
No dia 17 de setembro de 2010, a central da Delta no
Rio de Janeiro mandou um cheque no valor de R$ 350 mil para o diretório
nacional do PMDB repassar para a campanha
de Tadeu Filippelli. O repasse foi
feito quatro dias depois, em 21 de setembro. Várias remessas foram feitas para
Filippeli e para o candidato peemedebista ao Senado por Mato Grosso do Sul e
atual presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, Waldemir
Moka. Segundo fonte da CPI, pelo menos a remessa de R$ 350 mil já está
confirmada.
Como o QuidNovi anunciou na matéria O NOVO GOVERNADOR:INTERVENÇÃO VERMELHA NO DF,
em 19 de março deste ano, o supersecretário de Governo Swedenberger Barbosa, braço direito de
Dilma Houssef, tomou posse com plenos poderes porque o Planalto já sabia que
haveria um escândalo envolvendo Agnelo e Filippelli. Era necessário o PT estar
pronto para assumir a máquina sem que nada ficasse emperrado. Agnelo já estava
no meio do problema, com um grande investimento do Partido e da base aliada
para tentar livrá-lo, mas o QuidNovi revela que hoje a situação se
agravou quando Filippelli foi jogado dentro do olho do furacão da CPMI.
Foi pelas mãos de Filippelli que a Delta
despejou milhões na campanha de Agnelo. Documentos sigilosos já em posse da CPi
demonstram uma movimentação financeira capaz de responder às perguntas que
ficaram sem resposta durante o depoimento do governador do DF.
As interceptações telefônicas na Operação
Monte Carlo revelaram as conversas entre o diretor da Delta Regional, Claudio
Abreu, e Carlos Cachoeira, se queixando do tratamento que Agnelo estava dando
para a empresa que o apoiou durante a campanha. Claudio diz que a fatura será
cobrada pelo escritório central da Delta no Rio de Janeiro, comandado por
Fernando Cavendish. A partir daí, Agnelo passaria a dar um tratamento especial
para a Delta.
Os documentos guardados no cofre da CPI
estão à disposição do presidente e do relator. Ali repousam outras revelações
de dinheiro da Delta em campanhas em Mato Grosso do Sul favorecendo outro
candidato peemedebista Waldemr Mocca, atual -presidente da Comissão de
Orçamento do Congresso Nacional.
Filippelli assistia o depoimento de
Agnelo tenso, temendo uma pergunta direta sobre financiamento de campanha para
partidos da base aliada. Hoje o vice-governador já tem conhecimento dos
documentos sigilosos que estão chegando à CPI.
Em tempo: O
presidente da CPMI, senador Vital do Rego é peemedebista, e o relator é o
petista Odair Cunha.