Advogado do bicheiro vai orientar seu cliente a não responder interrogatório
O PT se posicionará contra o pedido de adiamento do depoimento do empresário Carlinhos Cachoeira à CPI que investiga a ligação dele com agentes públicos e privados. A decisão dos petistas foi tomada na segunda-feira (7) numa reunião para definir a estratégia do partido na comissão.
O pedido de adiamento do depoimento, marcado para o próximo dia 15, foi apresentada na segunda ao presidente da CPI Mista, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), pela defesa do empresário, que alegou falta de acesso às peças de acusação que estão em poder da comissão.
Marcio Thomaz Bastos, advogado de Cachoeira, disse que se o depoimento não for adiado seu cliente pode usar o direito de não responder os questionamentos dos parlamentares para não se incriminar.
O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que pretende "defender que ele venha mesmo que não fale nada", ao comentar a decisão do partido.
Os petistas não fecharam uma posição em relação à convocação dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB).
PT e PMDB, porém, resistem a um acordo para convocar os governadores à CPI logo no começo dos trabalhos. Na próxima semana, os membros da comissão poderão analisar esses requerimentos de convocação.
O PT fará uma nova reunião na próxima semana para definir a estratégia em relação aos governadores.
Os petistas também não apoiarão a iniciativa da oposição de suspender o sigilo dos documentos recebidos das operações Vegas e Monte Carlo, realizadas pela Polícia Federal e que são a matéria-prima das investigações da CPI.
Os partidos de oposição levarão ao plenário da comissão uma questão de ordem pedindo que o presidente da CPI delibere sobre a suspensão do sigilo dos documentos. E avisaram que se não forem atendidos pretendem ir ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedir que o relator do processo que corre em segredo de justiça, ministro Ricardo Levandowski, suspenda essa determinação.
O PT não se manifestará contra a manobra no Supremo, mas pretende de posicionar contra a suspensão do sigilo por determinação da CPI.