Por 17 votos a favor e 11 contra, a CPI do Cachoeira
decidiu ouvir em sessão reservada o depoimento do delegado Raul Alexandre
Sousa, responsável pela Operação Vegas, que investigou o empresários de jogos
ilegais Carlinhos Cachoeira e descobriu as ligações dele com políticos, como o
senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).
O
assunto provocou bate-boca entre os parlamentares. "Quero avisar ao
delegado que vai vazar tudo", afirmou o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ),
defensor da sessão aberta, que poderia ser acompanhada pela TV Senado,
jornalistas e assessores. Acabou apenas arrancando risos dos colegas.
A
senadora Kátia Abreu (DEM-TO), autora do requerimento para que a sessão fosse
secreta, disse que sua intenção é evitar que os investigados pela PF preparem
suas defesas com base nos depoimentos dos delegados e dos procuradores que os
investigaram. A senadora disse que foi influenciada a isso pelo deputado Onyx
Lorenzoni (DEM-RS), que acabou votando contra a sessão reservada. "Os
argumentos do Miro me convenceram do contrário."
O
presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou que o delegado que será
ouvido nesta terça-feira não pediu reserva na sessão, mas defendeu o sigilo.
Os
congressistas devem discutir ainda nesta hoje se mantém o sigilo dos documentos
que estão sendo encaminhados à CPI pela PF e o STF. Até agora, chegaram cópias
das operações Vegas e Monte Carlo que investigaram os negócios de Cachoeira.
"Se o depoimento for em sessão pública poderá ser sem nenhum conteúdo.
Sobre os documentos, me posicionarei favorável ao fim do sigilo", afirmou
o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).