Decisão foi tomada após acusações de elo entre
governador e Cachoeira.
Agnelo não comentou a decisão; ele sempre negou ligação com bicheiro.
A direção nacional do PPS determinou nesta terça-feira (8), após
reunião na Câmara dos Deputados, que todos os membros da legenda que ocupam
cargos no governo do Distrito Federal (GDF) peçam exoneração. A legenda não
determinou o prazo, mas informou que a saída do governo deve ocorrer “o quanto
antes” sob pena de intervenção no diretório local.
Ao G1, o presidente nacional do PPS,
deputado federal Roberto Freire (SP), disse que a decisão foi tomada “em
virtude das inúmeras acusações contra Agnelo Queiroz”. O governador foi citado
em conversas de integrantes do grupo ligado ao bicheiro, de acordo com gravações
feiats pela Polícia Federal. Agnelo já negou, em várias oportunidades, ligação
com o bicheiro.
“Este suposto envolvimento dele [Agnelo] com o grupo de
Carlinhos Cachoeira foi decisivo para o partido entender que o melhor é deixar
o GDF”, afirmou o parlamentar. O governador Agnelo Queiroz não quis comentar a
decisão do PPS.
Segundo o PPS, se a decisão não for acatada, todos os membros da
direção regional serão destituídos e uma comissão provisória assumirá a
adminsitração da legenda no DF. Em seguida, essa comissão organizará novas
eleições para o diretório local.
Atualmente, o PPS tem quatro filiados ocupando cargos de
confiança no GDF: o secretário de Justiça, Alírio Neto; os administradores
regionais do Guará, Carlos Nogueira, e Planaltina, Nilvan Vasconcelos, e o
diretor-geral do Procon-DF, Oswaldo Morais.
Após saber da decisão tomada pelo partido, o secretário Alírio
Neto afirmou ao G1 que
não vai se “afastar” da Secretaria de Justiça. “Hoje tenho um compromisso forte
no enfrentamento às drogas. Acho muito difícil desistir dessa proposta.”
O diretor do Procon, Oswaldo Morais, disse que vai permanecer no
cargo. O administrador Carlos Nogueira afirmou ter sido pego de surpresa e
ainda irá avaliar a decisão da Executiva Nacional. Já o administrador Nilvan
Vasconcelos não quis falar sobre a decisão.
Legislativo
Na Câmara Legislativa, o PPS ocupa duas cadeiras, representadas pelos deputados Cláudio Abrantes e Luzia de Paula. A orientação da Executiva Nacional é que os distritais deixem a base aliada do governo Agnelo e passem para a oposição.
Na Câmara Legislativa, o PPS ocupa duas cadeiras, representadas pelos deputados Cláudio Abrantes e Luzia de Paula. A orientação da Executiva Nacional é que os distritais deixem a base aliada do governo Agnelo e passem para a oposição.
Em 27 de abril, o diretório regional do PPS informou que iria
manter apoio ao governador Agnelo, mas que uma nova reunião seria realizada em
dois meses para reavaliar o cenário político do DF.
Dez dias antes, a legenda anunciou apoio à criação de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Legislativa para investigar
as denúncias de um suposto envolvimento de membros do GDF com o bicheiro
Carlinhos Cachoeira.
Em nota de 17 de abril, o partido informou que apoiava a
instalação da “CPI da Arapongagem” por causa do “acúmulo de denúncias
divulgadas pela imprensa” e que “a verdade não assusta aos que não devem”. O
presidente do PPS-DF, Aldo Pinheiro, chegou a dizer que os dois deputados
distritais foram liberados para assinar a criação da CPI.
O G1 tentou
contato com Aldo Pinheiro, mas não obteve retorno até a última atualização
desta reportagem.