O diretório do PPS no Distrito Federal deverá se reunir na próxima
segunda-feira (14) para tomar uma decisão quanto à orientação do diretório
nacional do partido para que os integrantes do PSS, que fazem parte da base de
apoio do governador Agnelo Queiroz (PT), deixem a base.
Segundo informações do diretório do DF,
ainda não houve nenhuma comunicação oficial do diretório nacional sobre a
decisão. O partido no DF espera que, até a data da reunião, essa comunicação
tenha sido feita. O Diretório Nacional do PPS se reuniu na manhã de hoje e
decidiu sair do governo do DF e entregar todos os cargos ocupados pelo partido.
Na Câmara Legislativa do DF, o PPS tem
dois parlamentares , o deputado Cláudio Abrantes e a deputada Luzia de Paula, e
mais um secretário de governo, Alírio Neto, que pediu licença do partido para
continuar à frente da secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania. O
partido também possui cargos em outros escalões.
Segundo o deputado Cláudio Abrantes, os
integrantes do partido no DF vão esperar a reunião na próxima semana antes de
tomar uma decisão. “Vamos ouvir primeiramente o diretório regional, que deve se
reunir na segunda-feira, e avaliar a decisão da executiva nacional”, disse. “O
PSS não veio para a base do governo Agnelo Queiroz depois da eleição. Essa foi
uma decisão tomada durante a campanha eleitoral [com anuência do diretório
nacional]”.
Abrantes disse ainda que não pretende
pedir licença da legenda para continuar na base do governo. O deputado afirmou
que espera que, se a decisão do partido foi motivada pelo envolvimento de
pessoas ligadas ao governo do Distrito Federal com o empresário Carlos Augusto
Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que isso seja estendido para outros diretórios.
“O que esperamos é que haja uma coerência do diretório nacional.”
Carlinhos Cachoeira, foi preso durante a
Operação Monte Carlo da Polícia Federal por exploração de jogos ilegais. Há
suspeitas de que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e pessoas
ligadas a seu governo estejam envolvidas com o grupo. PPS e PSDB são aliados no
governo de Goiás e também na esfera nacional, onde o PPS faz oposição ao
governo Dilma (PT).
O líder do PT na Câmara Legislativa,
deputado Chico Vigilante, disse acreditar que os deputados do PPS vão continuar
na base do governo. “O que me tranquiliza é que os deputados do PPS não vão
sair da base do governo. Eles estão conversando com o governador Agnelo Queiroz
e vão continuar participando do governo”, afirmou.
O líder do bloco do qual o PPS faz parte
na Câmara Legislativa, professor Israel (PDT), disse acreditar que a relação de
forças na câmara não vai mudar com a decisão do diretório nacional do PPS.
“Aqui na câmara não interfere, porque os
blocos partidários não são formados de acordo com a posição em relação ao
governo, se são oposição ou não. Então, o nosso bloco permanece unido e vou
respeitar a decisão deles”, afirmou.
Edição: Fábio Massalli