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de proposta que inclui fatos anteriores ao mandato entre os que permitem a
abertura de processo por quebra de decoro de congressistas, o senador
Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) usa agora, por meio de sua defesa, argumento
oposto para pedir o arquivamento de processo no Conselho de Ética.
Em defesa prévia encaminhada
ao conselho, advogados do senador argumentam que parte dos fatos listados na
representação contra Demóstenes ocorreram antes do atual mandato, o que
impediria a abertura do processo.
Diz a defesa que a
instauração do processo para apurar fatos ocorridos fora do exercício do
mandato "viola frontalmente a Constituição".
Grampos da Operação Monte
Carlo, da Polícia Federal, mostram intensa troca de telefonemas entre o senador
e Cachoeira, acusado de corrupção e de comandar exploração de jogos ilegais.
O relator do processo contra
Demóstenes, senador Humberto Costa (PT-PE), pediu a abertura do processo ao
afirmar, entre outras coisas, que Demóstenes faltou com a verdade no plenário
da Casa quando negou conhecer as atividades ilícitas de Carlinhos Cachoeira.
Segundo Costa, Demóstenes usou o mandato para atuar em favor dos interesses do
empresário.
Na semana passada, o presidente
do Conselho de Ética, Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), já havia negado pedido
da defesa de Demóstenes para que pudesse se manifestar em cinco dias após a
divulgação do relatório de Humberto Costa.