terça-feira, 8 de maio de 2012

Demóstenes contraria sua proposta em defesa


Autor de proposta que inclui fatos anteriores ao mandato entre os que permitem a abertura de processo por quebra de decoro de congressistas, o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) usa agora, por meio de sua defesa, argumento oposto para pedir o arquivamento de processo no Conselho de Ética.
Em defesa prévia encaminhada ao conselho, advogados do senador argumentam que parte dos fatos listados na representação contra Demóstenes ocorreram antes do atual mandato, o que impediria a abertura do processo.
Diz a defesa que a instauração do processo para apurar fatos ocorridos fora do exercício do mandato "viola frontalmente a Constituição".
Grampos da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, mostram intensa troca de telefonemas entre o senador e Cachoeira, acusado de corrupção e de comandar exploração de jogos ilegais.
O relator do processo contra Demóstenes, senador Humberto Costa (PT-PE), pediu a abertura do processo ao afirmar, entre outras coisas, que Demóstenes faltou com a verdade no plenário da Casa quando negou conhecer as atividades ilícitas de Carlinhos Cachoeira. Segundo Costa, Demóstenes usou o mandato para atuar em favor dos interesses do empresário.
Na semana passada, o presidente do Conselho de Ética, Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), já havia negado pedido da defesa de Demóstenes para que pudesse se manifestar em cinco dias após a divulgação do relatório de Humberto Costa.