Nova secretária de Cultura afirma que buscará
pacificar a relação com a classe artística e pede apoio do Congresso. Durante a
posse, foi lembrada pelo presidente Bolsonaro de que ele tem a palavra final
sobre nomeações na pasta
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Regina Duarte e Bolsonaro olham o termo de posse durante cerimônia no Planalto: casamento político após um namoro que começou em janeiro |
Em um discurso marcado pela veia artística de uma
atriz com mais de 50 anos de carreira — das palavras aos gestos, passando pela
entonação e pausas marcadas — Regina Duarte tomou posse
como secretária Especial de Cultura na manhã desta
quarta-feira (4/3), em cerimônia no Palácio do Planalto. Apesar da exaltação à
diversidade cultural no Brasil e do carisma da artista, não passou despercebido
o mal-estar entre ela e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido): após a
artista mencionar que aceitou o cargo sob a promessa de ter “carta branca”, o
presidente fez questão de lembrar que mantém o poder de veto.
“Regina, todos os meus ministros também receberam seus ministérios sob porteira fechada. É um linguajar político. Ou seja, ele tem liberdade para escolher seu time. Obviamente, em alguns momentos, eu exerço poder de veto em alguns nomes. Já o fiz em todos os ministérios. Até para proteger a autoridade, que por vezes desconhece algo que chega ao nosso conhecimento. Isso não é perseguir ninguém; é colocar o ministério, as secretarias, na direção que foi tomada pelo chefe do Executivo”, esclareceu Bolsonaro.
A corretiva do presidente veio momentos depois do discurso de posse da atriz. “O convite que me trouxe até aqui falava de porteira fechada, carta branca. Não vou esquecer não, hein, presidente? E foi com esses argumentos que eu me estimulei e trouxe para trabalhar comigo uma equipe apaixonada, experiente, louca para ‘botar’ a mão na massa”, afirmou Regina. Apesar do aviso à nova integrante da equipe, o presidente pontuou que, ao chamar Regina para o cargo, está colocando a cultura “nas mãos de quem realmente entende do assunto”.
“Regina, todos os meus ministros também receberam seus ministérios sob porteira fechada. É um linguajar político. Ou seja, ele tem liberdade para escolher seu time. Obviamente, em alguns momentos, eu exerço poder de veto em alguns nomes. Já o fiz em todos os ministérios. Até para proteger a autoridade, que por vezes desconhece algo que chega ao nosso conhecimento. Isso não é perseguir ninguém; é colocar o ministério, as secretarias, na direção que foi tomada pelo chefe do Executivo”, esclareceu Bolsonaro.
A corretiva do presidente veio momentos depois do discurso de posse da atriz. “O convite que me trouxe até aqui falava de porteira fechada, carta branca. Não vou esquecer não, hein, presidente? E foi com esses argumentos que eu me estimulei e trouxe para trabalhar comigo uma equipe apaixonada, experiente, louca para ‘botar’ a mão na massa”, afirmou Regina. Apesar do aviso à nova integrante da equipe, o presidente pontuou que, ao chamar Regina para o cargo, está colocando a cultura “nas mãos de quem realmente entende do assunto”.
Pacificação
Logo no início do discurso, Regina Duarte ressaltou a vontade de pacificar a relação entre a classe artística e o governo. “Meu propósito é a pacificação e o diálogo permanente com o setor cultural, os Estados e municípios, o parlamento e com os órgãos de controle”, disse. Ela citou, ainda, o papel do Congresso Nacional. “O apoio do Legislativo é indispensável para que se tornem reais os objetivos da tarefa que vamos iniciar juntos a partir de hoje”, acrescentou.