STF
fez uma licitação de R$ 1,3 milhão para comprar medalhões de lagosta e vinhos
importados para as refeições servidas na Corte
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(foto: Iano Andrade/CB/D.A Press) |
O Supremo Tribunal Federal (STF) terá de
explicar ao Tribunal de Contas da União (TCU) por que decidiu fazer uma
licitação de R$ 1,3 milhão para comprar medalhões de lagosta e vinhos
importados — e premiados — para as refeições servidas na Corte. O
subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado,
afirmou que a notícia, divulgada na semana passada, teve “forte e negativa
repercussão popular”. Furtado também pediu a suspensão da licitação.
“Os requintados itens que compõem as tais ‘refeições institucionais’ contrastam com a escassez e a simplicidade dos gêneros alimentícios acessíveis — ou nem isso — à grande parte da população brasileira que sofre com a crise econômica que se abateu sobre o país há alguns anos”, disse Furtado. Ele pediu ainda que se apure a prática de irregularidades pela administração do Supremo na contratação de empresa especializada no fornecimento das refeições. Na visão do procurador, a licitação “afronta o princípio da moralidade administrativa”, previsto na Constituição.
O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) foi à tribuna do Senado para criticar a licitação e informou que entregou duas representações ao TCU, uma para suspender a licitação e outra para fazer uma auditoria nos últimos 10 contratos firmados pelo STF. “É um absurdo completo. Queremos saber cada detalhe desses contratos alimentícios, e dos contratos etílicos também”, disse.