Médicos levavam 30% sobre
próteses e hospitais, 15%, dizem funcionários. Hospital e empresa negam; investigação já
ouviu mais de 100 pessoas.
Depoimentos obtidos com exclusividade pela TV Globo apontam detalhes do
suposto esquema conhecido como "máfia das próteses", revelado pela
operação Mr. Hyde da Polícia Civil do Distrito Federal. Funcionários da empresa
TM Medical deram detalhes aos investigadores sobre o pagamento de propina a
médicos e hospitais, que resultava em cirurgias e implantes desnecessários e de
baixa qualidade.
Desde o dia 1º de setembro, quando a operação foi deflagrada no DF, a
Polícia Civil e o Ministério Público ouviram mais de cem pessoas, incluindo
dezenas de vítimas do suposto esquema. O inquérito ultrapassa as 300 páginas.
Segundo a investigação, médicos e empresários se uniram para favorecer a TM
Medical e o hospital Home. Os dois negam irregularidades (veja
posicionamentos no fim desta reportagem).
Em depoimento, a funcionária da TM Medical Rosângela Souza afirmou que,
no papel, os donos da empresa eram Micael Alves e Mariza Martins. Na prática,
segundo ela, era o médico Johnny Wesley Martins quem comandava as fraudes.
O esquema incluía a reprodução de lacres de próteses em uma gráfica.
Segundo Rosângela, o material era grampeado nos relatórios de cirurgias
entregues aos planos de saúde, como forma de aumentar o valor ressarcido pelas
operadoras. Cada