sexta-feira, 4 de maio de 2012

Grampos na íntegra



Cássio Cunha Lima decidiu requerer à CPMI  do Cachoeira o material bruto dos grampos feitos na Operação Monte Carlo. O que foi divulgado até agora é somente a edição feita pela PF.

Por Lauro Jardim


Fonte: Veja.com - Radar On-line - 04/05/2012

Relatório aponta que Demóstenes usou o mandato em benefício de Cachoeira


O relatório do senador Humberto Costa (PT-PE), apresentado ontem no Conselho de Ética, complica ainda mais a situação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). O texto de 63 páginas revela indícios de que o parlamentar goiano usou o mandato em benefício dos interesses do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e mentiu no plenário da Casa. O documento termina pedindo a abertura do processo disciplinar por suspeitas de quebra de decoro e será votado no Conselho de Ética na próxima terça-feira.

A tramitação do julgamento político de Demóstenes, que pode culminar com a perda de mandato, ainda não tem prazo para ser concluída. Caso não seja arquivado no Conselho de Ética, o processo seguirá para votação no plenário, com a punição sugerida pelo relator em seu parecer conclusivo. Mas, independentemente do resultado, a própria defesa do parlamentar admitiu ontem, durante a sessão, que a abertura do procedimento já representa a morte política do senador.

Secretário de Transportes do DF é citado em conversas de Cachoeira


Assessor do bicheiro diz que bilhetagem eletrônica dos ônibus 'está ganha'.
Vasquez nega ter favorecido o grupo, acusado de explorar jogos de azar





Escutas telefônicas da Polícia Federal revelam que o titular da pasta de Transportes do Distrito Federal, José Walter Vasquez, foi citado em pelo menos duas conversas entre Carlinhos Cachoeira e assessores dele. O secretário nega ter favorecido o grupo do bicheiro, preso desde o fim de fevereiro suspeito de explorar jogos de azar. ...

Em uma das conversas, gravadas com a autorização da Justiça, Gleyb Ferreira da Cruz diz a Cachoeira que o secretário teria afirmado que a bilhetagem eletrônica dos ônibus ficaria com o grupo, por meio da empresa Delta. O recado teria sido dado ao ex-assessor da Secretaria de Planejamento Valdir dos Reis, que está preso.

Gleyb: "Lembra a pergunta que você fez pra ele ontem? Ele conversou ontem à tarde com o secretário. E o secretário falou para ele: se for isso então, essa apresentação for isso que o você tá falando, eu falo pra ele que é de vocês a bilhetagem".

Cachoeira: "O que que eu dou a ele?"

Gleyb: "To aguardando. Ele foi lá em cima e tá voltando aqui. Eu to aguardando".

Em outra conversa, Gleyb Ferreira da Cruz comemora dizendo que a bilhetagem eletrônica dos ônibus está ganha e volta a citar o secretário de Transportes.

Cachoeira: "Qual que é a novidade, Gleyb?"

Gleyb: Tenho... Boas. A gente precisa dar uma conversada porque o trem lá táganho, ganhinho, ganhinho, ganhinho... "tá" marcado com o secretário amanhã três e meia da tarde.

Cachoeira: "Excelente. Então vamos fechar logo".

Vasquez admite que recebeu representantes da Delta Construções apresentados por Reis, mas afirma não ter envolvimento com o grupo do bicheiro. “Está tão ganho que eles não ganharam nada. Em nenhum momento eu poderia – mesmo que eu quisesse – dizer a alguém que está ganho alguma coisa que, primeiro não é licitado pela secretaria, e sim pelo DFTrans. E segundo tem que passar para o processo licitatório.”


Fonte: Do G1 DF, com informações do DFTV - 03/05/2012

Novo inquérito-bomba


Vital do Rego, presidente da CPI mista do Cachoeira, recebeu do procurador-geral, Roberto Gurgel, uma informação destinada a mexer com a já nervosa Brasília das últimas semanas. ...

Gurgel informou que, na sexta-feira passada, enviou à Justiça um novo inquérito que investiga a jogatina (e, claro, Carlinhos Cachoeira) – não é nem a Operação Monte Carlo e nem a Las Vegas, ressalte-se.

Nele, também por meio de grampos, sairiam chamuscados quatro ministros do STF, onze do STJ e vários deputados

Por Lauro Jardim


Fonte: Veja.com - Radar On-line - 03/05/2012

Documentos sigilosos sob guarda



Para proteger os documentos sigilosos já enviados pelo Supremo Tribunal Federal, inclusive uma grande parte que ainda não foi tornada pública, um forte esquema de segurança está sendo montado no Senado para proteger a sala da CPI do caso Cachoeira onde será armazenada toda a documentação. Além de um grupo de 12 agentes da Polícia Legislativa que ficarão responsáveis por guardar a entrada 24 horas por dia, o local terá câmeras de segurança, e nenhum parlamentar poderá ingressar nele com equipamentos eletrônicos. ...

O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e o relator, Odair Cunha (PT-MG), reuniram-se ontem na "caverna" para definir as novas adaptações físicas e tecnológicas a fim de que, só a partir de segunda-feira, os parlamentares tenham acesso ao local e à documentação das operações Monte Carlo e Vegas.

- Estive com o presidente do Supremo Tribunal Federal por 45 minutos, e conversamos muito sobre o segredo de Justiça. Eu vou fazer a minha parte. No passado, o sistema que existia levou à depreciação das garantias individuais do cidadão. Queremos fazer um modelo de CPI que preserve as garantias individuais - disse Vital do Rêgo, emendando que muitos dos documentos recebidos ainda não vieram a público: - Não sei dizer quanto, mas tem muita coisa que ainda não saiu. Preciso garantir o sigilo.

Três computadores desconectados da internet ficarão à disposição dos integrantes da CPI, e cerca de cinco técnicos do Serviço de Processamento de Dados (Prodasen) estarão a postos para assessorá-los na leitura e interpretação dos documentos. Já foram requisitados também técnicos da Receita Federal e do Tribunal de Contas da União para auxiliar a CPI.

- Os policiais guardarão a sala-cofre 24 horas por dia. Só os membros da CPI terão acesso, e não podem entrar com celular nem copiar documentos. Os assessores e jornalistas não terão acesso. E os parlamentares que forem consultar os documentos terão que assinar um termo se comprometendo a manter o sigilo - disse Vital do Rêgo, ao visitar, pela manhã, a sala.

Ontem à tarde, o presidente foi ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, formalizar o convite para que os delegados que comandaram as operações Vegas e Monte Carlo deponham na comissão na próxima semana. Segundo Vital, Daiello teria sinalizado que eles devem comparecer. O presidente afirmou, no entanto, que os depoimentos dos delegados poderão ser sigilosos se essa for a escolha da maioria dos parlamentares da comissão.

O presidente nega que esteja havendo interferência da base governista para blindar o governo, esvaziando a CPI e excluindo depoimentos de governadores e do dono da Delta Construções, Fernando Cavendish.

Por Maria Lima


Fonte: Jornal O Globo - 04/05/2012