quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Nota publica do Conselho de Alimentação Escolar do Distrito Federal


foto do conselho reunido dia 23/11/2017
O Conselho de Alimentação Escolar do Distrito Federal – CAE/DF, Colegiado responsável por acompanhar e fiscalizar os recursos e a execução do Programa de Alimentação Escolar no Distrito Federal considera inadmissível o ocorrido com o aluno da EC 08 do Cruzeiro, que desmaiou de fome dentro da escola.

O Conselho informa que, no ano de 2017, realizou 68 visitas de fiscalização, entre escolas, depósito de alimentos, empresa transportadora de alimentos e visitas de retorno, além de reuniões com os gestores escolares de 8 Coordenações Regionais de Ensino e reuniões com o Gabinete do Secretário de Educação e gestão técnica do Programa.
Dentre as falhas encontradas no ano de 2017, o Conselho constatou a precariedade das cozinhas e depósitos; quadro insuficiente de merendeiras e nutricionistas para acompanhar as escolas; o excesso de peixe nos cardápios nos últimos meses; ausência da oferta de carne bovina in natura ao longo do 2º semestre; descumprimento na oferta de no mínimo 200g/aluno/semana de frutas e hortaliças no cardápio dos últimos meses; descumprimento contratual por parte da empresa transportadora
de alimentos; oferta em grande quantidade de alimentos industrializados (carnes e feijão enlatados); com aceitação baixíssima entre os estudantes. Além disso, a grande quantidade de biscoitos, pipocas e alimentos de baixo valor nutricional e ultraprocessados são os predominantes nos lanches. Em visita a EC 08 do Cruzeiro no dia 17/11/2017, o Conselho constatou oferta reduzida de alimentos.
Todas as irregularidades detectadas pelo Conselho de Alimentação Escolar do Distrito Federal na execução do Programa foram relatadas à Secretaria de Educação, ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, e demais órgãos de controle externo para conhecimento, acompanhamento e providências.
A constatação de que a fome assola a capital do país expõe um lado que muitos não querem ver: a miséria causa danos irreparáveis àqueles que são suas vítimas. O Estado, em sua função social, deve executar o PNAE como forma de garantir que os alunos detenham condições mínimas de alimentação para estudar. A redução dos programas sociais de combate a miséria podem agravar mais ainda esse problema.
O GDF não vem realizando alocação suficiente de recursos próprios para alimentação escolar, reduzindo a qualidade e a quantidade de alimentos. Tal situação já foi tema de ofício do CAE àquele governo. Além disso, o GDF deve envidar esforços a fim de oferecer tratamento alimentar diferenciado para as situações peculiares de cada regional.
Assim, o CAE reafirma o seu compromisso com a sociedade, de forma a denunciar as irregularidades constantes na execução do PNAE e adotar todas as medidas possíveis para garantir o Direito Humano à Alimentação e a qualidade na execução do Programa de Alimentação Escolar do DF.
Colocamo-nos à disposição no telefone 3901-3256 e no e-mail cae.df@se.df.gov.br




Atenciosamente,

 Conselho de Alimentação Escola do Distrito Federal



Fonte: Conselho de Alimentação Escolar do Distrito Federal