O curioso é que ainda nos surpreendamos com isso
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Engraçado
como ainda tem gente que se surpreenda com fatos como este, divulgado hoje pelo
site de VEJA: o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), usa uma
funcionária pública de seu gabinete para administrar seus negócios privados, em
São Paulo. Ela é ao mesmo tempo secretária do vice e administradora e gerente
em uma sua empresa.
Gilda Silva Sanchez não trabalha no famoso escritório da Presidência na capital paulista, o mesmo e amaldiçoado lugar que Rosemary Noronha, a amigona do ex-presidento Lula, transformou em balcão de tráfico de influências, segundo apurou a Polícia Federal.
Ela opera no escritório pessoal de Temer em São Paulo. ...
Digo engraçado no sentido mais triste que a palavra possa ter. Melhor seria ter escrito “curioso”. Pois bem, é curioso que se estranhe o fato, uma vez
E, durante o lulalato, passou-se a achar a coisa mais natural do mundo a confusão público/privado — como comprovou o escândalo do mensalão, que incluiu desvio de dinheiro público para rechear bolsos de deputados da “base governista” — porque o lulopetismo considera que faz o “bem-estar” do povo a seu modo, que promove a “inclusão”, e que este valor justifica tudo e está acima de tudo, inclusive da lei. Não exagero: o lulopetismo vive dando provas disso.
Temer não é lulopetista, não entrou na roubalheira do mensalão, mas acabou adotando a prática de misturar público e privado.
Também é uma rotina a forma pela qual que se respondem a questões incômodas, como a de por que, afinal, uma funcionária pública que ganha mais de 7 mil reais por mês oriundos dos impostos que nós, brasileiros, pagamos, está a serviço dos interesses particulares do vice-presidente.
Sua nomeação foi “um lapso”, foi a desculpa esfarrapada esculpida pela Vice-Presidência.
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De
minha parte, aqui de meu modesto ponto de observação, também acho bastante
interessante que o patrimônio de Temer — membro de carreira do Ministério
Público de São Paulo e político em tempo integral há duas décadas –, para citar
apenas um único de seus itens, inclua um andar inteiro (700 metros quadrados )
de um prédio moderno em uma das regiões de escritórios mais procuradas da
capital paulista, com valor estimado em 12 milhões de reais.
Trata-se de dois escritórios conjugados com vinte vagas de garagem privativas dotadas de manobristas, alugados para o banco de investimentos BR Partners. Profissionais da área estimam que somente este imóvel renda ao vice-presidente de80 000 a
100 000 reais por mês.
A assessoria do vice-presidente telefonou para a coluna lembrando que Temer, além de sua carreira como funcionário e como político, também advogou por muitos anos, tendo sido sócio de escritórios de peso como o de Celso Antônio Bandeira de Mello. Da mesma forma, informa que parte do pagamento pelo imóvel, adquirido na planta, foi feito com a transferência à incorporadora de casas de sua propriedade então existentes no quarteirão do prédio.
Fico imaginando se, no tempo de FHC, se descobrisse algo semelhante envolvendo o vice-presidente Marco Maciel…
Trata-se de dois escritórios conjugados com vinte vagas de garagem privativas dotadas de manobristas, alugados para o banco de investimentos BR Partners. Profissionais da área estimam que somente este imóvel renda ao vice-presidente de
A assessoria do vice-presidente telefonou para a coluna lembrando que Temer, além de sua carreira como funcionário e como político, também advogou por muitos anos, tendo sido sócio de escritórios de peso como o de Celso Antônio Bandeira de Mello. Da mesma forma, informa que parte do pagamento pelo imóvel, adquirido na planta, foi feito com a transferência à incorporadora de casas de sua propriedade então existentes no quarteirão do prédio.
Fico imaginando se, no tempo de FHC, se descobrisse algo semelhante envolvendo o vice-presidente Marco Maciel…
Fonte: Veja.com - Ricardo Setti - 18/05/2013