Mesmo depois do lançamento
de uma possível candidatura do deputado Chico Leite (PT) e do Partido dos
Trabalhadores ter se manifestado favoravelmente à reeleição do atual
presidente, o deputado Patrício, eis que hoje, após reunião a portas fechadas
com a bancada petista, Agnelo decidiu escolher o seu candidato: o ex-líder do
Governo na Casa, o deputado Wasny de Roure (PT).
Para vice-presidente,
agradando o bloco do PMDB, o nome seria o de Agaciel Maia (PTC), que preside a
Comissão de Economia, Orçamento e Finanças da Casa. ...
Na Primeira-Secretaria, o
nome que já era ventilado foi ungido: o do distrital Washington Mesquita que,
apesar de ser do bloco oposicionista do PSD, é intimamente ligado ao governador
Agnelo Queiroz. Uma demonstração da força do líder do Pentecostes, padre
Moacir.
Para segundo-secretário, o
professor Israel Batista, que recebe mais um agrado após ter deixado o partido
que o elegeu, o PDT, que deixou a base, para filiar-se ao novo PEN – legenda
que já nasceu dentro da ala governista de Agnelo na Câmara Distrital.
Por fim, na terceira e última
Secretaria, quem conseguiu o aval do Buriti teria sido o distrital Aylton Gomes
(PR), que, se confirmado, realizaria um feito histórico: manter-se na Mesa em
dois biênios consecutivos da mesma Legislatura. Até agora, Gomes ocupa a
Segunda Secretaria da Casa.
A jogada é considerada um
xeque-mate de Agnelo Queiroz para o próprio Agnelo. Isso porque, numa primeira
análise, o governador teria agradado a todos, principalmente o PT, com a
manutenção de um petista no comando da Casa. E ainda a força de um aliado como
Agaciel Maia na vice-presidência. Ex-diretor do Senado, Maia é querido por
caciques do PMDB, como Renan Calheiros e José Sarney.
Numa análise mais crítica
de alguns petistas insatisfeitos, a versão tem outro formato. É sabido que o
grande interesse de Wasny de Roure é pendurar as chuteiras ao ser indicado para
uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do DF, fato que pode acontecer
até o início do ano que vem. Por isso, o presidenciável teria consultado
diversos especialistas para saber, no caso de renúncia após assumir a
presidência da Câmara, se haveria nova eleição. A resposta foi clara: não seria
necessário.
Com essa segurança
jurídica, Wasny teria decidido participar da jogada de mestre de Agnelo:
tornar-se presidente até a indicação de seu nome para o TCDF. Com isso, quem
herdaria o comando da Casa seria Agaciel Maia, que vinha sendo cogitado como
possível candidato à presidência, mas que enfrentou resistências por conta da
quantidade de denúncias de supostas irregularidades quando dirigiu o Senado
Federal.
Apesar de os nomes já
terem sido decididos pelo governador Agnelo Queiroz, nada é definitivo. Como no
jogo político tudo muda a cada instante, até dia 14 – data prevista para a
eleição – muita coisa pode acontecer.
Fonte:
Edson Sombra - 04/12/2012