sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Funcionários de refinaria fecham Avenida Brasil


Cabral chama Manguinhos de sucata e sugere que donos de empresa desapropriada estão por trás de protesto


Cerca de 200 funcionários da Refinaria de Manguinhos fecharam ontem a Avenida Brasil em protesto contra a desapropriação da empresa pelo estado. Duas pistas no sentido Centro foram bloqueadas por volta das 8h50m. Com cartazes, faixas, mordaça e nariz de palhaço, o grupo desocupou uma das pistas dez minutos depois com a chegada da polícia. Às 9h15m, o trânsito foi todo liberado, mas o congestionamento na via expressa já chegava à Penha.

O governador Sérgio Cabral disse ontem que "é natural que os donos da empresa estimulem as manifestações" e chamou a refinaria de "sucata". Para o secretário estadual da Casa Civil, Regis Fichtner, a "utilização da força de trabalho como forma de pressão não é uma boa solução". ...

De acordo com o diretor do Sindicato dos Petroleiros, Antônio Furtado, a usina
tem hoje 400 funcionários, mas cerca de mil pessoas vivem e dependem indiretamente daquele trabalho. Em Manguinhos há também o projeto social Usina da Cidadania, onde crianças e familiares de funcionários tem aulas.

- Numa canetada só o governador Sérgio Cabral está desapropriando uma refinaria que está aqui há mais de 50 anos. Isso causa uma série de desempregos. Serão cerca de mil pessoas desempregadas direta e indiretamente, sendo que 400 destas trabalham aqui no local - disse Antônio Furtado acrescentando que pretende recorrer à Alerj e até mesmo à presidente Dilma Rousseff.

direta e indiretamente, sendo que 400 destas trabalham aqui no local - disse Antônio Furtado acrescentando que pretende recorrer à Alerj e até mesmo à presidente Dilma Rousseff.

O Diário Oficial do estado publicou anteontem decreto tornando o terreno da refinaria uma área de interesse público para fins de desapropriação. O projeto do governo é transformar a área num bairro modelo, com unidades habitacionais, quadras de esporte, postos de saúde e escolas.

Por: Ana Cláudia Costa
Fonte: Jornal O Globo - 19/10/2012