Nenhum distrital fala abertamente sobre o assunto, mas o retorno da deputada Arlete Sampaio (PT) para a Câmara Legislativa pode não ser com o esperado tapete vermelho. Com a força da notícia de que a petista voltaria para suceder Patrício (PT) na presidência da Casa, o Palácio do Buriti terá de começar a pensar em estratégia para acalmar os ânimos dos aliados.
Hoje, dificilmente o Partido dos Trabalhadores teria força para emplacar outro nome da legenda. Por isso, "companheiros" de conveniência trabalham cada vez mais para que um nome neutro assuma a principal cadeira do Legislativo local.
Enquanto Arlete pensa na coroação como um brinde por regressar ao parlamento para reforçar a tropa de choque mais combativa do governo Agnelo, vários distritais inflam o nome de Agaciel Maia (PTC), ex-diretor do Senado e intimamente ligado ao PMDB do vice-governador Tadeu Filippelli, para a sucessão de Patrício.
Em tempos de investigação, sabe-se como é, continuar refém do Partido dos Trabalhadores seria um tiro no escuro. Mesmo para os distritais que se dizem mais fiéis ao governador Agnelo.
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A farda vai às ruas
As promessas de campanha ainda não cumpridas pelo governador Agnelo Queiroz prometem começar a causar dores de cabeça ainda maiores. Tanto a Polícia Militar quanto o Corpo de Bombeiros já se articulam para cobrar, digamos, de forma mais incisiva para que seja honrada a palavra do chefe do Executivo local em relação aos pedidos das duas categorias militares.
Rebeliões costuradas por lideranças das duas corporações estão prontas e com sede de briga. E não é apenas para atrapalhar o governo do petista no Palácio do Buriti.
Outro nome que orbita na lista negra das corporações é do atual presidente da Câmara Legislativa, Patrício (PT), tido como o principal interlocutor entre os militares e o atual comando do GDF.
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A cova do leão
Foi como uma bomba a divulgação pela coluna Do Alto da Torre (Jornal de Brasília) de um projeto apresentado pela distrital Celina Leão que retira da Polícia Civil do DF a competência de fazer a vistoria de transferência de veículos de outras cidades para o Distrito Federal.
Primeiro, abriu-se uma crise entre a instituição e a parlamentar, já que nenhum policial chegou a ser ouvido antes da proposta ser apresentada. Agora é o Detran-DF, principal beneficiado pelo PL, que entra com tudo na briga.
Muitas pessoas ligadas ao órgão de trânsito torceram o nariz ao ler a notícia. Para elas, a Polícia Civil deu a entender que o departamento não teria competência para realizar as inspeções veiculares.
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Pão e circo?
A notícia publicada pela imprensa goiana de que o governo de Goiás gastou R$ 7,5 milhões em contratação de shows no ano passado deixou sem dormir muita gente da intimidade da residência oficial de Águas Claras.
Também, pudera.
Só na festa da virada, para ilustrar, o GDF gastou exclusivamente com cachês cerca de R$ 1 milhão. E o governo ainda conta com uma bagatela de R$ 71,94 milhões de orçamento festivo garantido para o novo ano. Que comece la fiesta!
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O reino dá cana
Uma discussão judicial resolvida pelo Tribunal de São Paulo vai botar muita gente com as barbas de molho.
A questão, que se refere diretamente à criação de nova área residencial, vai abrir uma das maiores crises fundiárias já vividas no Distrito Federal.
E não é para menos. Ela envolve uma grande construtora nacional, políticos astutos conhecidos, lobistas, servidores da área federal e, claro, nada menos que 10 bilhões de reais.
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Salvo-conduto chinfrim
Eis que surge uma nova moda em Brasília. Quem tem o nome divulgado pela imprensa em investigações do Ministério Público corre para o órgão e solicita uma papelada para comprovar a inocência. Fácil, fácil.
Mas o papel não representa grandes coisas. E a justificativa é simples.
Como toda investigação corre em absoluto sigilo, dificilmente o MP revelaria, ainda mais oficialmente, o conteúdo da apuração que vai de maracutaias excêntricas aos típicos desvios de conduta.
Fosse assim, ultimamente, muita gente graúda nem passaria nas redondezas do Ministério Público com medo de se esbarrar em algum promotor de Justiça.
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Fonte: Edson Sombra