sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Aécio diz que governo sempre soube de irregularidades no Esporte

O senador Aécio Neves (PSDB) disse na noite de quinta-feira (27), ao comentar as suspeitas de irregularidades no Ministério do Esporte, que o governo federal "sabia o que estava acontecendo".

"Infelizmente, isso não aconteceu de ontem para hoje, é claro que o governo sabia o que estava acontecendo no Ministério do Esporte, como sabia o que estava acontecendo nos outros ministérios", disse Aécio, em Belo Horizonte.

Segundo o senador, os "malfeitos" no governo só são enfrentados "quando viram escândalo".

"A verdade é essa. Enquanto não vira escândalo, há uma certa complacência, o governo parece que convive bem com esse aparelhamento absurdo da máquina pública", disse o tucano.
A declaração do senador mineiro ocorreu durante lançamento do filme "Tancredo, a Travessia", que conta a trajetória política do seu avô Tancredo Neves.

Aécio voltou a criticar o "inchaço da máquina pública" sob o PT. "Não se justifica, em um país como o Brasil, termos praticamente 40 ministérios. Estados Unidos, Inglaterra, por exemplo, têm de 15 a 18 ministérios. [No Brasil] Não funciona, não há condições de você avaliar a ação dos ministros. Ainda mais com a lógica de entregar aos partidos políticos ministérios como se fossem feudos."

Especificamente sobre o programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, que está sob investigação por supostamente ter beneficiado militantes do PC do B (que comanda a pasta), Aécio disse que, quando era governador de Minas, a parceria com o Estado para a execução desse programa foi cancelada.

"No meu primeiro mandato [2003 a 2006], procuramos o Ministério do Esporte porque eles cancelaram as parcerias com o Estado. Esse programa era em parceria com o Estado, e o Estado fazia convênios com municípios apenas, exatamente com a intenção --obviamente, estamos vendo agora, não imaginava naquele tempo-- de aparelhar como aparelhou. O resto é conseqüência disso."

Ele voltou a dizer que nenhuma das denúncias que derrubaram os ministros ocorreram por ação do governo. Foi, conforme disse, "por denúncias da imprensa, por pressão da opinião pública". E completou: "O governo age reativamente. Enquanto não houver denúncia, está tudo bem. Infelizmente, o Brasil está perdendo um tempo enorme, de avançar com uma velocidade muito maior, com um governo muito mais eficiente".