Os ventos não favoreceram o DEM-DF e o partido saiu enfraquecido da disputa eleitoral. Nomes de peso da legenda ficarão sem mandato nos próximos quatro anos, mas o embate pela presidência regional – cuja eleição não tem data e precisa ser decidida pela Executiva Nacional – já começou. Em cantos opostos do ringue estão o senador Adelmir Santana e o deputado federal Alberto Fraga, ambos derrotados nas urnas em outubro.
Embora não seja declarada oficialmente a luta entre os dois, uma cordial desavença já é perceptível. Para Fraga, a decisão de quem será o próximo representante do DEM brasilense ficará a cargo da Executiva da legenda, mas deixa claro que só permanecerá no partido caso obtenha uma posição de destaque.
"O Adelmir Santana é senador, foi candidato, mas não obteve êxito. Agora, eu tive 511 mil votos e qualquer pessoa pode entender o que significa isso", afirmou Fraga, ao lembrar que pretende fazer uma depuração no DEM caso chegue à presidência.
O ex-secretário de Transportes do DF garante que não fará qualquer tipo de disputa com o senador. "Se o partido achar que ele tem mais identidade, deve dar a presidência a ele".
Fraga ainda mostra insatisfação pelo fato do DEM não ter lançado um nome para concorrer ao Palácio do Buriti e reclama da postura dos colegas durante a disputa eleitoral. "Os nossos candidatos a deputado federal e distrital não pediam votos para o senador do partido deles. O respeito que eu tive com eles eu não recebi".
Aparentemente, Adelmir Santana demonstra certa despreocupação quanto ao assunto. Ele também atribui à direção do partido a escolha do próximo presidente no DF. "A minha chegada à presidência foi em um momento de crise e por uma decisão da direção nacional. Não me envaideço por isso", observa.