terça-feira, 22 de março de 2011

Sem os discursos anunciados

- “Nunca tive tanta vontade de falar como hoje”.
- “É dois, deputado. Eu também não”.
Com este diálogo, os deputados Chico Vigilante e Celina Leão lamentaram nesta terça-feira (22) o encerramento da sessão ordinária na Câmara Legislativa apenas cinco minutos após ter sido aberta, pelo vice-presidente da Casa, Dr, Michel (PSL). A manobra evitou dois pronunciamentos aguardados com expectativa pela imprensa e pelo público: o de Celina, defendendo-se das últimas denúncias divulgadas contra ela, e o de Vigilante, defendendo-se da denúncia apresentada contra ele nesta segunda.
Celina preferiu não polemizar e deixou o plenário pouco depois do encerramento. Vigilante preferiu ficar e discursar, informalmente, para a imprensa.
“Essa denúncia foi feita para acobertar o mal feito. Minhas contas foram aprovadas com unanimidade pelo Tribunal Regional Eleitoral e a doação da empresa está lá, na minha prestação de contas, porque não fiz caixa dois. Agora quero que provem que eu interferi nas licitações do GDF. Isso foi uma manobra para puxar para dentro da lama as pessoas honestas”, declarou.

Mesa da Câmara decide esperar

Do Correio Braziliense: A Mesa Diretora da Câmara decidiu, em reunião na noite desta segunda-feira (21), aguardar informações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e do Ministério Público de Contas (MPC) sobre as denúncias contra a deputada distrital Celina Leão (PMN), para só então dar andamento à investigação na Casa. Enquanto isso, a representação contra a deputada, protocolada hoje pelo colega Chico Vigilante (PT), não será encaminhada para investigação na Corregedoria da Câmara Legislativa.
O presidente da CLDF, Patrício (PT), disse que não há condições de abrir tal processo sem uma fundamentação com base em provas materiais ou testemunhas. “Estamos acompanhando o noticiário, mas não podemos nos basear em denúncias feitas no anonimato”, afirmou ele, citando a reportagem do Correio publicada no domingo (20).
Ainda nesta segunda (21), Patrício pediu aos órgãos fiscalizadores que encaminhem à Casa dados do processo aberto contra Celina. O deputado também pediu que os autores da denúncia procurem a Corregedoria para prestar mais informações.
O presidente esclareceu que Celina, atual presidente da Comissão de Ética da Câmara, terá que deixar o cargo caso o órgão receba representação contra ela. O art. 22 do Código de Ética estabelece que o parlamentar deve renunciar à presidência da Comissão quando é alvo de denúncia.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Jaqueline Roriz é notificada via 'Diário Oficial' a apresentar defesa em 5 dias

Deputada federal foi flagrada em vídeo recebendo maço de dinheiros.
Parlamentar alegou que recursos foram usados em campanha eleitoral.
A deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) foi notificada nesta segunda-feira (21), por meio do "Diário Oficial da União", a apresentar defesa em 5 dias úteis à Câmara, no processo que investiga o recebimento de maço de dinheiro de Durval Barbosa, pivô do escândalo de corrupção que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília.
A intimação saiu na publicação porque a parlamentar não foi encontrada por três vezes pela Corregedoria da Câmara.
Jaqueline Roriz foi flagrada em vídeo (veja acima), ao lado do marido, Manoel Neto, recebendo um pacote de dinheiro. Ela alega que os recursos teriam custeado a campanha para deputada distrital, em 2006, e não teriam sido registrados na prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral.
Conselho de Ética
Na primeira reunião do ano, o Conselho de Ética da Câmara recebeu no dia 16 de março representação para investigar a possível quebra de decoro parlamentar praticada por Roriz. O presidente do órgão, José Carlos Araújo (PDT-BA), deve escolher nesta semana o relator do caso. A partir de então, o Conselho terá 90 dias para analisar o processo.
A pena máxima prevista é a perda do mandato. Jaqueline também pode receber apenas uma advertência, afastamento temporário das funções ou ainda sofrer censura pública ou censura escrita.
Com a abertura do processo no Conselho, Roriz poderá até renunciar ao mandato, mas não escapará de ser investigada pelos deputados.
A representação que pede a cassação da deputada do Distrito Federal foi apresentada pelo PSOL. “Estou aqui para trazer uma representação contra a deputada federal Jaqueline Roriz, que mereceu confiança do povo de Brasília para exercer esse honroso mandato, mas que não ofereceu ao povo a oportunidade de saber o que ela negou com veemência, de uma suposta participação no esquema de corrupção de Brasília”, afirmou o líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar (RJ).
Alegando problemas de pressão, Jaqueline se licenciou na última segunda-feira das atividades da Câmara por cinco dias.
Durval Barbosa
Um dos suplentes do conselho, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) defendeu a realização de uma audiência pública com o delator do escândalo de corrupção, Durval Barbosa. O tucano defendeu o envio de um convite a Durval, já que o Conselho de Ética não tem poder de convocação.
“Devemos convidá-lo e, se ele não comparecer, devemos enviar convite ao procurador-geral da República, ao delegado da Polícia Federal que coordena as investigações e ao ministro do Superior Tribunal de Justiça que coordena o inquérito”, disse Francischini.
O presidente do Conselho afirmou que Francischini estava um pouco “afobado”, já que logo no primeiro encontro do colegiado falou em convidar Barbosa para comparecer ao conselho. Araújo, no entanto, concordou com a proposta do deputado e concordou em examinar a ideia no decorrer dos trabalhos.
PGR e STF
No dia 15, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu que os resultados do inquérito que investiga a deputada no Supremo Tribunal Federal sejam compartilhados com a Câmara.

O pedido está sendo analisado pelo relator do caso, ministro Joaquim Barbosa. No dia 14, ele autorizou a abertura de inquérito no STF para apurar as acusações contra Roriz.

Em nota, Celina reclama de denuncismo

A deputada Celina Leão (PMN) divulgou nota em resposta às denúncias divulgadas neste domingo pelo Correio Braziliense. Para a distrital, Brasília está sob uma onda de denuncismo. Confira o comunicado:
Venho por intermédio desta destacar a onda de denuncismo que se instalou em Brasília e que de forma covarde tenta levar meu nome e minha integridade para o foco de histórias sem nenhuma verdade.
Não tenho nem nunca tive envolvimento com a empresa Entec Engenharia e Consultoria LTDA. Não sou proprietária nem sócia da Entec, não sendo assim, responsável por qualquer ação da empresa.
Ressalto ainda que desde que assumi o mandato como deputada distrital, não tenho em meu gabinete nenhum parente nomeado assim como nenhum servidor que não exerça as funções para qual tenha sido contratado.
Por fim, a tentativa de desqualificar e calar meu discurso não surtirão efeitos. Meus eleitores podem ter a certeza de que quanto mais agredida, mais duramente defenderei os princípios éticos que me fizeram chegar à Câmara Legislativa do Distrito Federal.”

quinta-feira, 17 de março de 2011

Celina Leão diz ter sido abadonada em sua campanha para distrital pelo grupo Roriz e comenta os videos da sua colega Jaqueline roriz

Depois de Liliane Roriz (PRTB), nesta quinta-feira (17) foi a vez deputada distrital Celina Leão (PMN) fazer seu pronunciamento sobre as denúncias divulgadas contra sua ex-chefe, amiga e correligionária, a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN). No discurso, Celina afirmou que não negaria seu passado e que sempre esteve ao lado da família Roriz, inclusive quando muitos debandaram durante a campanha de Weslian. Mas declarou que foi abandonada ao longo de sua campanha para distrital. E que, apesar de ter sido coordenadora política de Jaqueline em seu mandato na Câmara Legislativa, nunca recebeu nem um centavo de Durval Barbosa.
A distrital questionou ainda o tratamento que vem sendo dispensado pela mídia e pelos políticos da cidade a Jaqueline. “O financiamento de campanha de Jaqueline Roriz foi gravado. E os que não foram gravados?”. E pediu o fim da ameaça constante de revelação de novas gravações. “Chega de falar em vídeos de parlamentares e até do governador. Precisamos fazer com que Brasília ande”, declarou.