quarta-feira, 8 de maio de 2019

GDF usará moeda social para legalizar templos religiosos


O governo local fará a regularização dos terrenos ocupados por igrejas e entidades em troca de serviços gratuitos de assistência social. No total, apenas 9% desses lotes estão em condições plenas de funcionamento no Distrito Federal

O Lar dos Velhinhos Bezerra de Menezes fica em Sobradinho e oferece atendimento médico, fisioterapia e atividades de lazer: necessidade(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

O Distrito Federal tem 1,8 mil imóveis ocupados por templos religiosos e entidades de assistência social, mas apenas 9% desses terrenos estão regularizados. Muitas igrejas e instituições sem fins lucrativos não buscam a legalização do lote porque não têm recursos para a compra ou para pagar a taxa de uso da área pública. Para tentar ampliar esse número, o governo começou a adotar uma nova modalidade de negociação: a legalização em troca de moeda social. As instituições assinam um contrato de concessão do direito real de uso por um prazo de 30 anos e, em troca, oferecem serviços de assistência social gratuitos.

Essa possibilidade é prevista na Lei Complementar nº 873/2013 (leia O que diz a lei). Seis anos depois de editada, a legislação nunca havia sido aplicada no Distrito Federal. Neste mês, a Agência de Desenvolvimento de Brasília (Terracap) homologou os dois primeiros contratos na modalidade de regularização por moeda social. Os acordos foram com o Lar dos Velhinhos Bezerra de Menezes, em Sobradinho, e com a Casa do Caminho, em Taguatinga. A primeira atende idosos em situação de vulnerabilidade social, e a segunda, crianças carentes e adolescentes em conflito com a lei. O contrato com o Lar dos Velhinhos, que tem o processo mais adiantado, deve ser oficializado em uma cerimônia com a presença do governador Ibaneis Rocha nos próximos dias.

terça-feira, 7 de maio de 2019

Corte no orçamento de institutos e universidades federais é questionado no STF


Por meio de ação direta de inconstitucionalidade, o PDT questiona a medida e afirma que a intenção do governo federal é restringir a liberdade de pensamento e promover patrulhamento ideológico. A ação foi distribuída ao ministro Celso de Mello.

STF

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) ajuizou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6127, no Supremo Tribunal Federal, contra o decreto que bloqueou 30% do orçamento geral dos institutos e universidades federais. Para o partido, a norma viola preceitos constitucionais e sua razão de ser não é outra senão tentar restringir a liberdade de pensamento para, com isso, promover patrulhamento ideológico. O PDT pede a concessão de medida liminar para suspender os efeitos do Decreto 9.741/2019, publicado no dia 29 de março passado. O relator da ADI é o ministro Celso de Mello.

Na ação, o partido argumenta que, embora os decretos não possam, em tese, promover violações frontais à Constituição Federal e às leis vigentes, o decreto questionado feriu, além do direito constitucional à educação, os princípios da isonomia, do devido processo legal material, da razoabilidade e da vedação do retrocesso. Para viabilizar o conhecimento da ação, o PDT afirma que o Decreto 9.741/2019 reveste-se de generalidade (não tem destinatários específicos), abstração (prevê situações de incidência concreta) e autonomia, sendo apto a ser questionado em ação de controle concentrado de constitucionalidade.

O Governo Federal publicou o Decreto 9.741/2019 em edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU) no último dia 29 de março para alterar o Decreto 9.711/2019, que dispôs sobre a programação orçamentária e financeira, com o detalhamento do bloqueio de mais de R$ 29 bilhões em gastos no orçamento de 2019. De acordo com o Decreto 9.741/2019, a educação foi uma das áreas que mais sofreram, com o bloqueio determinado no valor aproximado de R$ 5,83 bilhões.

Validade de norma coletiva que restringe direito trabalhista é tema de repercussão geral


Segundo o relator do recurso, ministro Gilmar Mendes, a matéria apresenta relevância do ponto de vista social, econômico ou jurídico e discute a validade e o alcance do pactuado em convenções e acordos coletivos em face das normas previstas na CLT.


O Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar a validade de norma coletiva de trabalho que limita ou restringe direito trabalhista não assegurado constitucionalmente. A matéria teve repercussão geral reconhecida pelo Plenário Virtual da Corte e é tratada no Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 1121633, de relatoria do ministro Gilmar Mendes. 

No caso dos autos, a Mineração Serra Grande S.A. questiona acórdão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que, ao manter decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 18ª Região (Goiás), afastou a aplicação de norma coletiva de trabalho que afastava o pagamento de horas de trajeto (in itinere) pelo tempo de ida ou de retorno do trabalho com veículo fornecido pela empresa. 

Presidente de comissão especial quer definir hoje roteiro para análise da reforma da Previdência

O roteiro de trabalhos será submetido nesta terça ao colegiado, em reunião marcada para as 14h30

Marcelo Ramos: o governo tem de fazer um esforço de ser absolutamente transparente sobre a reforma
O presidente da comissão especial da reforma da Previdência (PEC 6/19), deputado Marcelo Ramos (PR-AM), afirmou que pretende definir nesta terça-feira (7) o calendário de audiências públicas. Ele espera que o ministro da Economia, Paulo Guedes, compareça ao colegiado nesta quarta-feira (8) para apresentar e discutir a proposta de mudança nas aposentadorias.

Para Ramos, a presença de Guedes e de técnicos envolvidos com a elaboração do texto é importante para o convencimento dos parlamentares e da população sobre a necessidade da reforma.

O presidente da comissão especial da Câmara cobrou mais transparência na condução da proposta, por meio da qual o Executivo espera economizar R$ 1,2 trilhão em dez anos.

“Acho que o governo tem de fazer um esforço de ser absolutamente transparente, e ser transparente é falar a verdade para a população, é não vender ilusão de que, imediatamente após a reforma, a economia vai voltar a crescer e o País vai virar uma maravilha. Ser transparente é dizer que a reforma não é só para combater privilégio, é principalmente para fazer ajuste fiscal”, disse.

Maia e Alcolumbre discutem reforma da Previdência com governadores na quarta-feira


Governadores dos estados vão se reunir na quarta-feira (8) com os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, para discutir a reforma da Previdência (PEC 6/19).

A situação financeira dos estados poderá ser impactada pelas mudanças nas regras da Previdência previstas no texto, que atualmente atinge a folha dos estados com professores, policiais e outros servidores.

A proposta começa a ser discutida nesta semana pela comissão especial responsável por analisar o mérito da reforma e ainda está na fase de recebimento de emendas. A discussão com governadores também pode facilitar consensos nas bancadas estaduais.

A reunião está marcada para as 10 horas, na residência oficial do presidente do Senado.

Da Redação – CS