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O ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (MDB-BA) (Foto: Filipe Matoso/G1) |
juiz
Vallisney de Souza, da Justiça Federal de Brasília, absolveu por falta de
provas o ex-ministro Geddel
Vieira Lima (MDB-BA) da acusação de obstrução de Justiça.
Após
a decisão, a defesa de Geddel divulgou uma nota (leia a íntegra ao final desta
reportagem) na qual afirmou que a absolvição "estabelece a verdade e faz
justiça" ao ex-ministro.
Atualmente
preso em razão de outro
processo, Geddel virou
réu em agosto de 2017 após ter sido acusado pelo Ministério Público
Federal de tentar atrapalhar
investigações sobre desvios no fundo de investimentos do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).
Em
julho do ano passado, o ex-ministro da Secretaria de Governo chegou
a ser preso, por decisão de Vallisney de Souza, em razão das suspeitas de
que atrapalhava o andamento das investigações da Operação Cui Bono (relembre a
prisão no vídeo abaixo).
Entenda o caso
Segundo
o Ministério Público, diante das negociações do operador financeiro Lucio
Funaro para fechar
acordo de delação premiada, Geddel passou a atuar para atrapalhar as
negociações.
O
ex-ministro do presidente Michel Temer fez, conforme o Ministério Público,
contatos telefônicos com a esposa de Lúcio Funaro, Raquel Albejante Pita, na
intenção de ameaçá-la.
Ao
analisar a acusação, o juiz de Brasília escreveu:
"Não
há prova de que os telefonemas tenham consistido em monitoramento de
organização criminosa, tampouco de que ao mandar um abraço para Funaro, nos
telefonemas dados a Raquel, o acusado Geddel, de maneira furtiva, indireta ou
subliminar, mandava-lhe recados para atender ou obedecer à organização
criminosa".
Vallisney
de Souza ressaltou, ainda, que algumas testemunhas foram ouvidas, entre as
quais Lúcio Funaro, a mulher do operador, a irmã dele, Roberta Funaro, e o
ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Conforme
Vallisney, a acusação de embaraço à investigação, chamada de obstrução de
Justiça, exige que o réu "pratique atos consistentes".
No
entendimento do juiz, na abertura