Processos de violência doméstica, por
exemplo, ficarão impossibilitados por causa do risco de processo criminal
contra o promotor, caso o marido seja inocentado
Uma
mulher, agredida pelo marido, decide denunciá-lo, mas a delegacia da mulher
está fechada ou em greve. Ela, então, vai ao Ministério Público pedir ajuda. É
recebida pelo promotor, que a escuta e instaura um processo investigativo. Os
projetos de lei que estão em debate no Senado, com a intenção de reformular os
crimes de abuso de autoridade, colocam em risco essa rotina. Caso os textos
sejam aprovados como estão, esse promotor, provavelmente, teria de mandar a
mulher para casa sem atendê-la porque correria o risco de responder criminalmente
se o marido fosse inocentado.
De acordo com o promotor de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) Thiago Pierobom, a eventual sanção do projeto trará efeitos nefastos no campo da luta contra a violência doméstica. “Esses delitos são cercados por um quadro fático de divergências, em que a mulher é a única testemunha do crime e não raro ela mesma se retrata da inicial manifestação.” Para o promotor, que
De acordo com o promotor de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) Thiago Pierobom, a eventual sanção do projeto trará efeitos nefastos no campo da luta contra a violência doméstica. “Esses delitos são cercados por um quadro fático de divergências, em que a mulher é a única testemunha do crime e não raro ela mesma se retrata da inicial manifestação.” Para o promotor, que