A reportagem percorreu, na semana
passada, 21 unidades da rede pública e presenciou o sofrimento dos pacientes em
busca de consulta médica. Além das péssimas instalações, faltam profissionais,
medicamentos e insumos básicos
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Todas as cadeiras do pronto-socorro estão ocupadas. Do lado de fora, há quem
aguarde desde a madrugada, em pé ou sentado no chão, com a esperança de ser
chamado. Em uma das paredes da sala — cheia de rachaduras e com a pintura
descascando —, um cartaz avisa: “Apenas um clínico médico está atendendo hoje.
Por isso, pacientes em estado gravíssimo serão priorizados”. Uma mulher desmaia
na fila de espera, mas, fora o alvoroço dos familiares, nada acontece. Os
funcionários da unidade já estão sobrecarregados. Para alguns, a situação pode
parecer absurda, mas retrata o cotidiano de hospitais e postos públicos do
Distrito Federal. A pane geral que tomou conta da saúde da região nos últimos
anos parece se agravar a cada dia, mesmo com uma nova gestão. Com a atual crise
econômica do governo local, as perspectivas de mudança no setor são ainda mais
preocupantes: do orçamento de R$ 6,3 bilhões, 81% estão comprometidos com
pagamento de recursos humanos, restando 17% para custeio de equipamentos,
remédios e infraestrutura, e 2% para investimento.
Durante a última semana, a reportagem visitou 21 unidades da rede pública de
saúde, entre hospitais regionais, postos, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs)
e farmácias de alto custo, espalhados por 15 regiões administrativas. Nas
emergências superlotadas e nas portas dos consultórios, dezenas de pacientes
foram entrevistados. Horas de espera, poucos médicos e edifícios em condições
precárias são apenas algumas das dificuldades enfrentadas por quem depende do
governo para