quarta-feira, 2 de maio de 2012

Autoridades da Colômbia exigem que Farc libertem jornalista francês


O ministro da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, exigiu nessa terça-feira (1º/5) que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) libertem o jornalista francês Roméo Langlois. Segundo ele, os guerrilheiros devem respeitar o direito dos jornalistas de trabalhar nos lugares mais perigosos.

Langlois foi visto pela última vez há quatro dias, quando filmava soldados colombianos em uma operação de destruição de laboratórios de cocaína no Sul da Colômbia. Ontem, uma mulher que se identificou como integrante das Farc disse que o grupo está mantendo o jornalista como prisioneiro de guerra.

Na segunda-feira (30/4), o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, alertou que o mundo está atento ao sequestro de Langlois e o que ocorrer com ele “será de total responsabilidade das Farc”. Santos lembrou que no mês passado os guerrilheiros prometeram suspender os sequestros. "As Farc prometeram, há algumas semanas, ao país e ao mundo que iriam parar os sequestros. Nós recebemos essa notícia, o aviso prévio, com satisfação. Dissemos que era um gesto em direção certa para a paz ", disse o presidente colombiano.

Prefeito de Águas Lindas ganhou viagem ao exterior de Cachoeira


As investigações da operação Monte Carlo, da Polícia Federal, revelam que o bicheiro Carlos Cachoeira, preso desde o fim de fevereiro, teria recebido ajuda de policiais civis no esquema de exploração de jogos de azar em Águas Lindas, cidade no Entorno do DF. O prefeito da cidade, Geraldo Messias (PP), é citado nas escutas telefônicas.

Conversas gravadas pela Polícia Federal em abril do ano passado mostram Lenine Araújo de Souza, um dos chefes do grupo de Carlos Cachoeira, falando com o bicheiro sobre supostas trocas de favores com políticos.

Lenine: Tá em Goiânia?
Cachoeira: Tô em Goiânia. E aí?
Lenine: Tá tudo tranquilo. Vai viajar amanhã?
Cachoeira: Não, amanhã, não. Logo depois de amanhã. Por quê?
Lenine: Ah, então, acho que amanhã vou dar um pulinho aí. Uma prefeita aqui agora, né, ela tá precisando de um favor seu.
Cachoeira: Esse povo só gosta de favor, Lenine. É ela, é o Geraldo Messias, é esses daí. Não, não é só daí, não, desculpa... os do Brasil inteiro.
Lenine: Na hora que o estômago dói, né, aí procura...não, aperta.
Cachoeira: Não, e Geraldo Messias, tô aqui eu pagando, pagando hotel pra ele lá e passagem pra ele me reembolsar depois lá em Miami com Wladimir.


De acordo com a Polícia Federal, o prefeito de Águas Lindas, Geraldo Messias, teria uma relação próxima a Cachoeira. Para a PF, em um dos áudios interceptados, o prefeito liga para o bicheiro pra agradecer o pagamento de uma viagem ao exterior.

Geraldo Messias: Coronel Carlinhos, tudo bem?
Cachoeira: Bom!
Geraldo Messias: Geraldo Messias falando.
Cachoeira: Ô, Geraldo, prefeito, como é que foi lá? Foi bom?
Geraldo Messias: Bom, primeira coisa, eu quero te agradecer, que eu já falei pra você que não tem preço que paga essas coisas, né?
Cachoeira: O que é que é isso!
Geraldo Messias: Presente eu não tenho como te dar porque você já tem tudo, graças a Deus.
Cachoeira: Você é gente fina.
Geraldo Messias: A única coisa que eu posso te dar é a minha fidelidade, que eu já falei pra você, viu?
Cachoeira: E já tá bom demais, viu, agradeço demais.
Geraldo Messias: Sou fiel a você no pouco e no muito. O que você mandar fazer, você tem que pensar duas vezes, porque é ordem. Tá certo?
Cachoeira: Obrigado, viu, prefeito.


O prefeito de Águas Lindas nega qualquer participação nos negócios de Cachoeira, mas não soube explicar por que o bicheiro resolveu pagar o hotel da viagem citada. Geraldo Messias passou seis dias em férias nos Estado Unidos, acompanhado de um grupo de políticos e de Eliane Pinheiro, a então chefe de gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo.

Em uma conversa que teve com um homem identificado como Júlio, Cachoeira demonstra que teria bancado parte das despesas da viagem.

Cachoeira: Deixa eu te falar, sábado cedo vai chegar aí a Eliane, que é a secretária do Marconi, com seis pessoas - ela e mais cinco: o prefeito de Águas Lindas, a mulher do prefeito, a Eliane, a secretária do Fernando Cunha. Não, não são seis, não, são quatro pessoas. Aí, é o seguinte: aí eles vão embarcar. Eles vão chegar cedo e embarcar à noite pra, pra Las Vegas.

O esquema de exploração de jogos ilegais chefiado por Cachoeira no Entorno teria o aval do prefeito, segundo a Polícia Federal. Imagens gravadas pela PF em Águas Lindas mostram que o grupo do bicheiro teria recuperado, com auxílio de policiais civis, máquinas de caça-níqueis apreendidas em operações.

Lenine Araújo de Souza foi preso durante a operação Monte Carlo. No mês passado, Eliane Pinheiro pediu exoneração do cargo no governo de Goiás depois que seu nome apareceu nas denúncias. Ela não foi localizada pela equipe de reportagem da TV Globo.

Fonte: Do G1 DF, com informações do BDDF

Professores do DF podem encerrar a greve nesta quarta


Categoria vai analisar proposta do governo para finalizar paralisação que já dura 52 dias
Os professores devem decidir nesta quarta-feira (2) se encerram a greve, que chega a 52 dias, após proposta de negociação do GDF (Governo do Distrito Federal). A categoria se reúne em assembléia, a partir das 9h30, em frente ao Palácio do Buriti. 

Em reunião na tarde de segunda-feira (30), o GDF autorizou a comissão de parlamentares e representantes de entidades civis, que atua nas negociações com os professores da rede pública de ensino, a apresentar uma nova proposta à categoria.


Na segunda, o Sinpro-DF (Sindicato dos Professores do Distrito Federal) havia sinalizado para uma possibilidade de fim da greve, caso o governo apresentasse uma promessa de cumprimento do acordo feito em 2011 com a categoria. 

De acordo com a diretoria do Sinpro, a nova proposta não avançou muito em relação às anteriores. O governo ofereceu auxílio-saúde de R$ 210 - R$ 100 a mais que o valor anterior -, citou que pode haver a convocação de professores concursados, sem especificar a quantidade, e não tratou de reajuste salarial.

Fonte: R7

CPI: entre mortos e feridos...



Vamos dar asas ao cavalo branco da imaginação. Suponhamos que a CPI do Cachoeira funcione a contento, comprovando a corrupção praticada por parlamentares, governantes, altos funcionários de governos variados, policiais e empresários, sob a coordenação do bicheiro. Depois de meses de trabalho, esses resultados constarão do relatório final da CPI, divulgado e encaminhado ao Ministério Público, para providências. ...

Haverá a hipótese de os parlamentares envolvidos, com o senador Demóstenes Torres à frente, perderem seus mandatos, por ação dos Conselhos de Ética do Senado e da Câmara e decisão dos respectivos plenários. Quem sabe até o exemplo se repetisse numa ou outra Assembléia Legislativa, porque as cassações independem de pronunciamentos da Justiça. São políticas. Cadeia, no entanto, nem pensar. Antes dela falarão as prescrições, caso venham a responder a processos.

Governadores como Marconi Perillo, Agnelo Queiroz e Sergio Cabral também podem, na teoria, ser cassados, se evidenciada sua participação ativa nas lambanças. Agora, na dependência do voto da maioria dos deputados estaduais. Nessa hora, funcionarão os esquemas político-partidários armados no começo de cada administração.

Fidelidade em troca de secretarias e da direção de empresas estatais, ou da celebração de contratos entre o poder público e empresas recomendadas pelos partidos e as lideranças. Ficará quase impossível o impeachment político dos governadores, vale repetir, se evidenciada sua culpabilidade. Só o Poder Judiciário, através de demorados processos, teria condições de afasta-los, mas quando se caracterizassem as sentenças, seus mandatos teriam terminado faz muito.

Quanto a secretários e altos funcionários, se os governadores não os sacrificarem em nome de sua própria sobrevivência, a Justiça será capaz de atingi-los, mas igualmente em processos bem mais longos do que seus períodos nos governos.

Policiais sempre poderão ser demitidos a bem do serviço público, em processos administrativos, mas o corporativismo funciona nessas horas, pelo menos protelando a ação da Justiça, se tiverem sido abertos processos contra eles pelo Ministério Público.

Sobram os empresários, na quadrilha do Cachoeira e em inúmeras outras quadrilhas semelhantes, até mais poderosas. Neles, a CPI não chegará senão retoricamente, podendo apontar um ou outro como agente corruptor e beneficiário da corrupção. Estarão todos, porém, muito bem blindados, até na teoria desligados de suas empresas. Até hoje, faltam exemplos de punição efetiva para os empresários corruptos.

Não se dirá que entre mortos e feridos salvar-se-ão todos, mas é quase isso. A exceção talvez venha a ser o próprio Carlinhos Cachoeira, como satisfação para a opinião pública. A CPI não deverá poupá-lo, nem o Ministério Público, muito menos os tribunais. Isso caso não venha a encontrar-se gozando de sua fortuna fora do país.

Por Carlos Chagas


Fonte: Blog Tribuna da Internet / Blog do Edson Sombra - 02/05/2012

Um em cada três membros da CPI do Cachoeira já foi alvo de denúncias


Pelo menos um terço dos 32 titulares da Comissão Parlamentar inquérito (CPI) mista que investigará as ligações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários já estiveram do outro lado do balcão, expostos a denúncias e desconfiança da opinião pública. A personificação das reviravoltas políticas é o ex-presidente da República e agora senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Vinte anos depois de descer a rampa do Palácio do Planalto pela última vez, como unanimidade nacional, ele volta à cena para investigar um de seus pares, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Na lista de representantes do Congresso indicados para buscar a verdade, há ex-fichas sujas, aliados de figuras controversas, nomes envolvidos em escândalos nacionais e até deputado pego no bafômetro.

Collor subiu à tribuna do Senado esta semana para anunciar que trabalhará contra o vazamento de informações à imprensa. Ele confidenciou a aliados que uma de suas motivações na CPI será colocar luz nas relações de repórteres e veículos de comunicação com a quadrilha de Cachoeira. A antiga condição de vidraça, no entanto, não é exclusividade do senador alagoano. Relator do colegiado, o deputado federal Odair Cunha (PT-MG) foi acusado de usar sua cota de passagens aéreas para financiar a viagem de um amigo entre Buenos Aires e o Rio. Cunha nega, argumentando que o bilhete foi adquirido com milhas e que pagou a taxa de embarque legalmente, segundo ele.