quarta-feira, 25 de abril de 2012

Deputada Celina Leão diz que governo tenta impedir instauração da CPI, mas não consegue


A deputada distrital Celina Leão (PSD), lamenta que apenas 11 deputados tenham assinado o requerimento para abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que vai investigar denuncia de escutas clandestinas feitas pela Casa Civil do Governo do Distrito Federal à parlamentares de oposição e, até mesmo ao vice-governador do DF.

A deputada  durante pronunciamento no plenário da Câmara Legislativa na tarde desta terça-feira (24),  lamentou que a CPI não tenha contado com a assinatura de todos os parlamentares, conforme encaminhamento da última reunião sobre o assunto. “Semana passada todos iriam assinar, mas pressionados pelo governo recuaram”, disse.
A deputada  também criticou a pressão do governador Agnelo Queiroz sobre os distritais para que a CPI não fosse instaurada. O governo enviou uma carta aos parlamentares da base  recomendando que eles não assinassem o requerimento com a  justificativa é de que não há arapongagem. “Se está tudo esclarecido e não há o que esconder, por que não querem a investigação?”,  questiona distrital. “O governo tentou impedir a instauração da CPI, mas não conseguiu, esperamos que  agora não venha mais nenhuma manobra”, completa.
Mesmo com a redução das assinaturas, Celina Leão comemora a instauração da CPI. “Esta Casa precisa dar uma resposta para a sociedade sobre a quebra ilegal dos sigilos e com esta investigação nós vamos dar”, finaliza a parlamentar.
Assinaram o requerimento os deputados Celina Leão (PSD), Eliana Pedrosa (PSD), Liliane Roriz (PSD), Washington Mesquita (PSD),  Aylton Gomes (PR), Cláudio Abrantes, Luzia de Paula (PPS), Joe Valle (PSB), Israel Batista (PDT), Robério Negreiros (PMDB) e o presidente da Câmara Legislativa, Patrício (PT), que foi o único do partido do governador Agnelo Queiroz a  apoiar a CPI.

Veja os nomes dos Deputados Distritais que Assinaram a CPI da Arapongagem na CLDF




Com a assinatura de onze deputados distritais, a Câmara Legislativa criou nesta terça-feira (24) a CPI da Arapongagem, que vai investigar suspeitas de escutas clandestinas no Distrito Federal, entre o período de 2006 a 2012. O requerimento que deu origem à Comissão Parlamentar de Inquérito, lido em plenário nesta tarde, foi assinado após reunião de parlamentares na presidência da Casa, quando o texto foi apresentado aos distritais.
De acordo com o documento, a Comissão Parlamentar de Inquérito vai “investigar o suposto acesso e/ou a utilização indevida de dados e a violação de sigilo das comunicações ambientais, telefônicas e telemáticas de autoridades, servidores públicos, jornalistas e demais pessoas físicas e jurídicas do DF”. A CPI da Arapongagem terá 180 dias para elaborar seu relatório final e será composta por cinco membros, indicados de acordo com a proporcionalidade dos blocos parlamentares da CLDF.
Assinaram o requerimento os deputados Aylton Gomes (PR), Celina Leão (PSD), Cláudio Abrantes (PPS), Eliana Pedrosa (PSD), Joe Valle (PSB), Liliane Roriz (PSD),  Israel Batista (PDT), Robério Negreiros (PMDB) e Washington Mesquita (PSD) e Patrício (PT) _  presidente da Câmara Legislativa e o único do partido do governador Agnelo Queiroz a  apoiar a CPI.
Repercussão – Após a reunião na presidência, os deputados falaram com a imprensa. Eliana Pedrosa disse que o governador pediu aos deputados para que não assinassem o requerimento e que  havia uma carta do PT recomendando à base do governo para que não assinasse a criação da CPI. “O argumento é de que já está tudo esclarecido e que não existe nada de arapongagem. Eu acho que existe”, disse a deputada.
O líder do PT na Câmara, Chico Vigilante, defendeu que a CPI não fosse criada, uma vez que a Casa não teria estrutura e condições para fazer uma investigação sobre escutas ilegais. Vigilante disse ainda que as denúncias devem ser alvo da Polícia Federal. “Não há arapongas no governo Agnelo, não podemos passar por mais uma desmoralização com uma CPI que não vai dar em nada”.
Já o líder do governo na Câmara, Wasny de Roure (PT), disse que o governador pediu para que a CPI não fosse implantada porque a Legislativo estaria se “desviando da realização de sua funções precípuas”.  Ele argumentou que os distritais tem votações importantes para fazer em plenário, como a apreciação das contas dos governadores desde 2003.
Celina Leão disse que o governo “está com medo” e questionou o posicionamento dos deputados que mudaram de opinião e não assinaram o requerimento de criação da CPI. “Semana passada todos iriam assinar”, disse a deputada. Ela explicou que a redução do período de investigação que começaria em 2002 foi para evitar perda de foco.
O presidente da Câmara Legislativa, deputado Patrício, disse que não seguiu a recomendação do PT porque agiu como presidente do Poder legislativo. “Agi com isenção e firmeza, como se espera do chefe do Poder Legislativo”, afirmou Patrício.
Fora da base – O deputado Israel Batista (PDT) anunciou nesta terça-feira (24) que seguiu a decisão da Executiva Nacional de seu partido para que deixasse a base de apoio ao governo Agnelo. Israel avisou que terá postura independente. Os deputados da base governista lamentaram a saída do distrital, que foi elogiado como grande quadro da Câmara Legislativa.
Bruno Sodré de Moraes – Coordenadoria de Comunicação Social

PT estaria operando renúncia de Agnelo e seu vice

Agnelo Queiroz (PT) e Tadeu Felipelli (PMDB) estão na corda bamba

Governador Agnelo e o Vice Tadeu Filipeli

A cúpula do PT, depois de ouvir as gravações da PF na “Operação Montecarlo”, já admite que a manutenção do governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), no GDF é uma temeridade para o partido.
Gravações comprometem Agnelo
Cerca de 70 gravações em poder da PF comprometem Agnelo com o “empresário de jogos” Carlinhos Cachoeira e o PT quer vê-lo fora do GDF, mas não quer entregar o governo ao vice, Tadeu Felipelli (PMDB), oriundo das hostes de Joaquim Roriz.
Portanto, a operação seria forçar a renúncia dos dois para que houvesse nova eleição direta, pois a metade dos mandatos não foi ainda cumprida.
Arruda e Roriz estão inelegíveis
Noblat reporta que o PT, porém, teme não conseguir eleger o sucessor de Agnelo, pois em pesquisa recente, o ex-governador José Roberto Arruda estaria disparado na frente de qualquer possível candidato.
Engana-se Noblat nesta opinião: Arruda foi cassado pelo TRE-DF (Mensalão do DEM), por isto está inelegível pelas regras da “Lei da Ficha Limpa”.
Joaquim Roriz (PMDB-DF), que também tem consolidada virtuose eleitoral no DF, está igualmente inelegível até janeiro de 2023, pois renunciou ao mandato de senador (escândalo do BRB) que iria até janeiro de 2015.
Conseguir a renúncia dos dois é difícil
Não creio que seja uma operação fácil para o PT convencer Agnelo a renunciar, e é uma operação quase impossível convencer o vice Tadeu Felipelli trilhar o mesmo rumo (Felipelli não aparece nas gravações).
Mas governo quando quer, mesmo, move montanhas.
Fonte: Blog do Noblat

Ex-deputado apresenta mais um pedido de impeachment de Agnelo


O ex-deputado distrital Raimundo Ribeiro (PSDB) e mais oito integrantes do partido apresentaram ontem à noite mais um pedido de impeachment do governador Agnelo Queiroz (PT). É o segundo neste ano e o sétimo num período de cinco meses.
A Mesa da Câmara Legislativa tem prazo de cinco dias para abrir o processo ou arquivar o caso.
Assim como os demais pedidos, foram apresentadas apenas cópias de reportagens publicadas na imprensa, sem documentação comprobatória das denúncias nem a indicação de onde as provas podem ser encontradas. O destino provável, mais uma vez, será o arquivo.
A Câmara Legislativa anuncia para hoje, às 15h, a sessão de instalação da CPI que vai investigar a arapongagem pública e privada no Distrito Federal a partir de 2002.
O governo de Agnelo continua mantendo reuniões com parlamentares aliados num esforço para evitar ou pelo menos estabalecer limites à CPI, para impedir que o governador seja investigado

Gurgel vai pedir abertura de inquérito contra Agnelo no STJ


No Supremo, Lewandowski decide desmembrar inquérito sobre relações de Cachoeira

BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, vai pedir ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que abra inquérito para investigar se o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), tem relações com as atividades ilícitas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. O governador foi mencionado no inquérito que hoje tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a ligação entre Cachoeira e quatro parlamentares – entre eles, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).

O bicheiro foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás por chefiar quadrilha de jogo ilegal. Há nos autos 19 escutas que o ligam a políticos e outras pessoas. Investigações da Polícia Federal apontaram o elo entre assessores de Agnelo e Cachoeira. O governador admitiu ter sido apresentado ao bicheiro, mas negou que sua administração mantivesse qualquer negócio com ele.
Nesta terça, o ministro Ricardo Lewandowski, relator do inquérito do STF, autorizou o desmembramento do inquérito. No principal, deixou apenas Demóstenes. Abriu outros três no STF para investigar os deputados Carlos Leréia (PSDB-GO), Sandes Júnior (PP-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ). A relatoria será do mesmo ministro. Sandes Júnior e Leréia também respondem a processo na Corregedoria da Câmara por quebra de decoro parlamentar.
Lewandowski também enviou de volta a Gurgel cópias da investigação referentes a pessoas sem direito de foro no STF. É o caso de Agnelo. Segundo a Constituição Federal, o foro para governador é o STJ. Caberá ao procurador pedir abertura de inquérito contra ele lá.
O procurador também deverá enviar para a Justiça Federal em Goiás pedido de abertura de inquérito contra Carlinhos Cachoeira, Cláudio Abreu, Enio Andrade Branco, Norberto Rech, Geovani Pereira da Silva e Gleyb Ferreira da Cruz. Essas pessoas também estavam mencionadas no inquérito que hoje é voltado apenas a Demóstenes. As providências foram tomadas a pedido do próprio Gurgel.
O procurador também tinha pedido a inclusão no inquérito de Demóstenes de indícios contra o procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, irmão do senador. Lewandowski negou o pedido. Na semana passada, a corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) abriu uma reclamação disciplinar para apurar suspeita de que Benedito atuou junto ao Ministério Público de Goiás em favor de interesses do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
O ministro também negou solicitação da Corregedoria do Ministério Público de Goiás para ter acesso aos autos do inquérito contra Demóstenes. A investigação tramita sob sigilo.

Fonte: O Globo