quarta-feira, 18 de abril de 2012

Ex-secretário de Saúde é condenado por desvio de recursos públicos para hospital particular


O Tribunal de Contas do Distrito Federal condenou Arnaldo Bernardino Alves, secretário de Saúde do DF entre 23 de novembro de 2003 e 20 de março de 2005, ao pagamento de multa de R$ 23.396,00 por utilizar a máquina pública para beneficiar o Hospital Santa Juliana e a Clínica de Especialidades Médicas Planaltina (Hospital CEMEP), dos quais era sócio-oculto. Em sessão realizada nesta terça-feira, 17 de abril, o TCDF também decidiu inabilitá-lo por cinco anos. Isso significa que, durante esse período, ele fica proibido de ocupar cargo em comissão ou função de confiança na Administração Pública do DF.

A decisão do Tribunal se deu em razão da análise e posterior rejeição das justificativas do ex-secretário para fatos relatados pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Saúde, realizada pela Câmara Legislativa do DF. ...

Segundo a apuração da CPI da Saúde, Arnaldo Bernardino Alves transferiu Alberto Jorge Madeiro Leite, médico do Hospital Regional de Planaltina, para o seu gabinete, conforme a Portaria de 10 de fevereiro de 2003. Mas o servidor, que era compadre do ex-secretário e sócio oculto dele no Hospital Santa Juliana, não comparecia ao trabalho. A CPI da Saúde registrou a incompatibilidade da carga horária de 40 horas na SES com as atividades de médico na Polícia Militar do DF e que esta ilegalidade era de conhecimento do então secretário de Saúde. “Apesar disso, durante vários meses, o Sr. Alberto Jorge Madeiro Leite assinou a folha de ponto na SES nos mesmos horários em que estava na PMDF e que a disponibilidade, segundo os registros no Relatório Final da CPI da Saúde, seria usada para tratar de assuntos particulares em empresas com interesses financeiros na SES, incluindo o HSJ (Relatório Final da CPI da Saúde, fl. 279 e 283/284)”, ressalta o relatório dos auditores do TCDF.

A denúncia ainda revela que o ex-secretário também nomeava agentes públicos sem critério técnico e de cunho eleitoreiro para facilitar o desvio de dinheiro público em favor do Hospital Santa Juliana. Um deles, inclusive, foi nomeado como Gerente do Laboratório Regional do Guará apesar de não ter capacidade técnica para o cargo. A Diretoria Regional de Saúde do Guará, ao verificar que o servidor não era farmacêutico, devolveu-o ao setor de Recursos Humanos da SES. Diante da situação, o ex-secretário exigiu que o indicado assumisse a administração do Posto de Saúde da Estrutural “imediatamente”. A nomeação da esposa do então secretário de Saúde em um cargo de comissão também foi caracterizada como “política e configuradora de nepotismo” pelos membros da CPI da Saúde.

O Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus) e o MPDFT comprovaram a existência de tratamento privilegiado ao Hospital Santa Juliana na gestão do ex-secretário, incluindo aí a transferência de pacientes e contratação de serviços sem o devido processo licitatório.

Arnaldo Bernardino Alves também exerceu a função de sócio-gerente de empresas privadas enquanto servidor público, o que é proibido pela Lei Federal nº 8.112/90. Ele ainda realizou viagens nacionais e internacionais com Alberto Jorge Madeiro Leite e as respectivas esposas, pagas com recursos do Hospital Santa Juliana e da Clínica de Especialidades Médicas Planaltina, empresas que possuíam interesses financeiros com a Secretaria de Saúde.

Os fatos foram confirmados em provas documentais e testemunhas apuradas pela CPI da Saúde e representam a prática de ato de gestão que resultou em injustificado dano ao Erário e afronta aos princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade. Diante disso, o TCDF já havia determinado a instauração de uma Tomada de Contas Especial na Secretaria de Saúde, conforme Decisão nº 3.553/07. Além disso, cópia de todo o processo será encaminhada ao Procurador-Geral de Justiça do DF e Territórios para a investigação de possível prática de crime de improbidade administrativa.


Denúncias contra o ex-secretário:

-Transferência de servidor para ocupar cargo comissionado no Gabinete da Secretaria, sem que  comparecesse ao trabalho

- Depósito de dinheiro na conta de Hospital privado (exige exame de documentos protegidos por  sigilo fiscal e bancário e será encaminhada ao Procurador-Geral de Justiça do DF e Territórios para ciência e adoção das providências que julgar cabíveis)

- Recebimento de propina para financiar campanha eleitoral (exige exame de documentos protegidos por sigilo fiscal e bancário e será encaminhada ao Procurador-Geral de Justiça do DF e Territórios para ciência e adoção das providências que julgar cabíveis)

- Violações ao Regime Jurídico dos Servidores Civis do Distrito Federal

- Nomeação de servidores para facilitar o desvio de dinheiro público em favor de hospital privado

Processo N. 6210/08


Fonte: Blog do Cafezinho / TCDF - 18/04/2012

Equipe de Agnelo acessou sigilo até do vice-governador


Sob o comando da Casa Militar, sargentos acessaram informações secretas de mais de vinte pessoas, incluindo jornalistas, promotores e políticos



A edição de VEJA que chega às bancas neste sábado mostra mais um braço ilegal do governo do Distrito Federal. O Ministério Público investiga a atuação de uma rede de arapongas a serviço da Casa Militar de Agnelo Queiroz. O objetivo do grupo era monitorar aliados, adversários, promotores e jornalistas. A cadeia de comando chega ao próprio palácio do governo. 
Dois sargentos da Polícia Militar do Distrito Federal acessaram os dados do deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR) no Infoseg, o sistema do Ministério da Justiça que contém dados pessoas de cada brasileiro. O rastreamento feito pelo ministério mostra que a dupla trabalha na Casa Militar do Palácio do Buriti. O acesso foi feito do próprio palácio do Buriti. Os responsáveis: Itaelson Rodrigues e Leonel Martins.
Ordem - O rastreamento dos passos da dupla revelou que os policiais haviam violado informações de mais de vinte pessoas - incluindo o vice-governador, o peemedebista Tadeu FIlipelli. Chefe da Casa Militar de Agnelo, o coronel Rogério Leão é o superior da dupla de sargentos. A VEJA, ele admitiu que sua equipe acessou os dados de Francischini. "A ordem aqui é levantar informações sobre todas as pessoas que atentam contra a integridade do governador", disse ele.
O que havia feito Francischini de tão grave? Havia convocado uma manifestação contra Agnelo. O coronel Leão disse não se lembrar de informações sobre o monitoramento de promotores e jornalistas - admitiu apenas o acesso aos dados de Edson Sombra, blogueiro crítico ao governo.
Veja abaixo o documento que comprova a atuação dos arapongas:


Agnelo Queiroz não toma jeito

Assessor da Subsecretaria de Publicações da Presidência da República em 2004, Luiz Antônio Moreti foi um dos condenados pelo TCU no rolo de superfaturamento milionário na impressão de cartilhas de propaganda do primeiro mandato de Lula. Instado pelo tribunal a devolver aos cofres públicos 170 000 reais em 2010, Moreti sumiu das páginas oficiais, deixou o tempo passar. Agora, reapareceu. Onde? Na comissão de licitação que vai escolher a nova agência de publicidade do governo do Distrito Federal. Agnelo Queiroz é um governador destemido: pôs um condenado por superfaturamento para cuidar de um contrato de 147 milhões de reais apenas para este ano (e de novo na área de publicidade).

PSDB de Goiás recebeu R$ 800 mil de sócio de Cachoeira em 2010

O comitê do PSDB em Goiás, partido do governador Marconi Perillo, recebeu uma doação de R$ 800 mil do empresário Rossine Aires Guimarães, apontado pela Polícia Federal como um dos sócios do empresário de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Conforme a prestação de contas do partido disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rossine efetuou dois depósitos em favor do PSDB, por meio de transferência bancária. Um de R$ 500 mil no dia 26 de outubro, cinco dias antes do segundo turno. E outro no valor de R$ 300 mil, em 17 de novembro. Ele efetuou o depósito como pessoa física. Ao todo, o PSDB em Goiás recebeu R$ 22,8 milhões em doações.
Pelo relatório do inquérito da operação Monte Carlo, da Polícia Federal, Rossine é um dos cinco sócios da Ideal Segurança Ltda, com sede em Goiânia. Além dele, a PF aponta como outros sócios o próprio Carlinhos Cachoeira e Gleyb Ferreira da Cruz, um dos braços direitos do bicheiro. A PF suspeita que a Ideal Segurança era utilizada para lavagem de dinheiro de origem ilegal. De acordo com o relatório da PF, Rossine também emprestou dinheiro a integrantes do grupo de Cachoeira.
Na prestação de contas do PSDB em Goiás, o governador Marconi Perillo recebeu R$ 2,7 milhões do Diretório Estadual/Distrital do partido e R$ 14,3 milhões do comitê único do partido. O deputado estadual Mauro Rubem (PT) apresentou um requerimento da Assembleia Legislativa de Goiás nesta terça-feira (10) pedindo a convocação do presidente do comitê financeiro do PSDB na época da campanha, Jayme Ricoh, para dar explicações sobre as doações do sócio de Cachoeira.
O governador do Estado, Marconi Perillo, afirmou por e-mail não enxergar qualquer ilegalidade na doação do empresário Rossine Guimarães. “A doação foi legal, de acordo com o que estabelece a legislação eleitoral brasileira. Nunca fui informado nem me interessei em saber sobre relações societárias entre empresas privadas”, afirmou Marconi Perillo. Outros integrantes do PSDB também não viram ilegalidades na doação do sócio do empresário Carlinhos Cachoeira.
Em Goiás, conforme revelações da Polícia Federal, a Ideal Segurança tentou conseguir contratos com a Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh).
Nesta quarta-feira, pela primeira vez, a Assembleia Legislativa discutiu abertamente a relação entre políticos e assessores diretos do governador Marconi Perillo com o empresário Carlinhos Cachoeira. Na semana passada, dois funcionários do alto escalão do governo goiano pediram exoneração do cargo por supostas ligações com Cachoeira. A chefe de gabinete de Perillo foi flagrada em conversas telefônicas falando sobre operações da Polícia Federal em Goiás; o então presidente do Departamento de Trânsito em Goiás (Detran-GO), Edivaldo Cardoso, também deixou o governo, após ser apontado pela imprensa local como lobista dentro do governo em favor do empresário de jogos de azar.
O deputado estadual Paulo Cézar (PMDB), por exemplo, pediu uma “varredura” no governo goiano. Outros deputados da oposição, de partidos como PT também pediram a instalação urgência de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a relação de políticos com Cachoeira. O líder do PSDB na Assembleia, Túlio Isac, defendeu o governo afirmando que até agora não foi provada qualquer relação de Cachoeira com o governo estadual.

Gravações da PF mostram influência de Cachoeira no governo de GO

Novas gravações da Polícia Federal entre uma conversa entre Carlinhos Cachoeira e o ex-vereador do PSDB, Wladimir Garcez, considerado braço direito no esquema do bicheiro, mostram a influência de Cachoeira na nomeação de funcionários públicos no governo de Goiás comandado por Marconi Perillo, também do PSDB. Na gravação, Garcez, que está preso, fala que Perillo autorizou contratações de pessoas selecionadas por Cachoeira, segundo informações do Jornal Nacional.
Em conversa gravada no dia 11 de abril de 2011, a dupla comenta a nomeação de aliados para alguns cargos públicos no Estado. Cachoeira chega a elogiar o ex-vereador, afirmando que ele é "o cara que mais põe gente nesse governo". O governador Marconi Perillo, segundo a sua assessoria, diz que não teve encontro oficial com Wladimir Garcez em abril de 2011. O governador não se pronunciou sobre as supostas nomeações.