quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Oposição pedirá à PGR investigação sobre Agnelo Queiroz

Deputados de oposição ao governo do Distrito Federal como a distrital Celina Leão (PSD) e o federal Izalci Lucas (PR), protocolam nesta quinta-feira (2) às 15h, na Procuradoria Geral da República (PGR), uma representação contra o governador do Distrito Federal,  Agnelo Queiroz. Assinam, também, a representação o presidente do Democratas Alberto Fraga, o presidente do PSDB Márcio Machado e o vice Raimundo Ribeiro.

 O motivo é a reportagem da última publicação da revista VEJA que mostra como o petista, Agnelo Queiroz, obteve informações privilegiadas sobre a operação Caixa de Pandora, que desmontou em 2009 o esquema de corrupção da gestão do então governador José Roberto Arruda (DEM).

A investigação era do interesse de Agnelo porque Arruda, com alta popularidade, era o principal candidato na disputa

pelo Palácio do Buriti em 2010. Auxiliares do governador também são acusados de oferecer R$150 mil reais para comprar

o silêncio do jornalista e blogueiro Edson Sombra, que intermediou a delação premiada de Durval Barbosa e detentor de informações valiosas sobre irregularidades no governo.

Ex-diretor da PC diz que existem mais de 3 mil gravações comprometedoras

Durante entrevista coletiva em que anunciou a sua saída da Polícia Civil do DF, o ex-diretor-geral da corporação Onofre de Moraes aproveitou para deixar alguns pontos de interrogações no ar. O delegado afirmou ter informações da existência de mais de 3 mil áudios e vídeos comprometedores, com a participação de autoridades do DF. As gravações estariam nas mãos do jornalista Edson Sombra — que publicou em seu blog o vídeo do delegado fazendo críticas à situação enfrentada por Agnelo – e de Durval Barbosa. Porém, ele não confirmou se há investigação sobre a possível existência das gravações. O ex-diretor não descartou a publicação de outros vídeos em que ele apareça, pois admitiu ter visitado a casa de Sombra "mais de 200 vezes".

Além de jornalistas, pelo menos 20 servidores da Polícia Civil acompanharam o discurso de Onofre nesta quinta-feira. Ele alegou ter sido vítima de um grupo que está tentando destruir Brasília. O ex-diretor explicou que sua intenção ao desafiar Sombra era revelar o "trabalho sujo" que o jornalista desempenhava na cidade.

O diretor do DPE, Mauro César Lima, que também aparece nas gravações, sentou-se ao lado de Onofre na coletiva e disse que, por enquanto, permanece no cargo. "Estou aqui em solidariedade ao Onofre e minha permanência vai depender do próximo diretor da policia", resumiu o delegado, que também alegou que suas visitas à casa de sombra eram de cortesia. "Eu o visitava para levar uma palavra de conforto, pois ele se sentia ameaçado. Apenas isso".

TRE barra eleição indireta à prefeitura de Campinas decidida por vereadores

Atendendo a um pedido do PT, o juiz do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo Flávio Luiz Yarshell suspendeu nesta quinta-feira (2) a decisão da Câmara Municipal de Campinas de fazer uma eleição indireta para eleger o novo prefeito da cidade. "Yarshell não entrou no mérito da questão, apenas reconheceu que a competência para essa decisão é do Tribunal Regional Eleitoral", informou, em nota, a assessoria do TRE.

Campinas viu o prefeito e vice-prefeito serem cassados no ano passado. A Câmara Municipal aprovou, em dezembro de 2011, o impeachment do prefeito Demétrio Vilagra (PT), acusado de envolvimento em irregularidades descobertas em contratos da prefeitura com a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento de Campinas (Sanasa). Vilagra assumiu o cargo em agosto, após o então prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) ser também deposto do cargo sob acusação de participação em fraudes. Até a nova eleição, direta ou indireta, a chefia do Poder Executivo local é exercida pelo presidente da Câmara de Vereadores, Pedro Serafim (PDT).

PSDB e DEM fecham acordo para disputas em quatro capitais do Nordeste

O PSDB e o Democratas fecharam acordo para a disputa das eleições municipais deste ano em Salvador, Aracaju, Natal e Fortaleza. A decisão foi tomada em reunião dos presidentes do DEM, senador José Agripino (RN), e do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE).

"Isso é fruto das primeiras reuniões entre o PSDB e o DEM, que continuarão a dialogar para estender esse acordo ao maior número possível de cidades", diz a nota oficial assinada pelos presidentes das duas legendas.

Na segunda-feira (6), os principais pré-candidatos a prefeito e vereador do Democratas irão se reunir, em São Paulo, durante seminário para debater temas como o uso das redes sociais e as questões jurídicas referentes à campanha. O encontro está sendo organizado pelo Democratas em parceria com a Fundação Liberdade e Cidadania.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Senador do DEM diz que Agnelo agiu de maneira criminosa

Reportagem de VEJA mostra que governador do DF  teve participação no escândalo da Caixa de Pandora, que culminou na  prisão do ex-governador José Roberto Arruda em 2010

A edição de VEJA desta semana revela mais um capítulo do episódio  conhecido como Caixa de Pandora, escândalo que atingiu o coração da  capital federal há dois anos e resultou na prisão do então governador do  Distrito Federal, José Roberto Arruda, na renúncia do vice-governador,  Paulo Octávio, e na cassação de vários parlamentares. O esquema de  desvio de mais de 1 bilhão de reais dos cofres públicos foi delatado por  Durval Barbosa.
Em entrevista a VEJA, Barbosa diz que o atual governador do Distrito  Federal, Agnelo Queiroz, e o ex-advogado-geral da União e atual ministro  do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antônio Dias Toffoli tiveram  acesso antecipado a áudios e vídeos que comprometiam adversários  políticos. Segundo o delator, o governador recebeu uma amostra do  material e se comprometeu a envolver a Procuradoria-Geral da República e  a Polícia Federal nas investigações. Em troca, prometeu ao Barbosa uma  secretaria em seu governo, caso eleito em 2010.
Em depoimento à polícia na semana passada, Durval discorreu sobre as  tentativas de assessores do governo de comprar seu silêncio. Segundo o  ex-secretário, o diretor-geral da Polícia Civil, Onofre Moraes, ofereceu  150.000 reais ao jornalista Edson Sombra para que nenhum detalhe do  envolvimento de petistas fosse revelado. Sombra é amigo do peito de  Durval e diz que a conversa foi gravada. Moraes nega ter oferecido  dinheiro.
Repercussão - Para o senador Demóstenes Torres  (DEM-GO) a situação de Agnelo Queiroz deve se complicar, caso Durval  apresente as gravações. "A fita aparecendo, o governador fica em uma  situação difícil de se sustentar no cargo porque teria armado tudo em  beneficio próprio", disse. "A participação do petismo para divulgação do  material mostra o caráter político e criminoso a partir do governador  Agnelo."
Para o democrata, a Procuradoria-Geral da República deve investigar o  caso. Arruda era filiado ao DEM quando o escândalo veio à tona. Na  época, foi expulso pelo partido. Para Torres, as novas denúncias não  significam que o ex-governador deveria ficar impune, mas revelam que o  PT também teve participação no caso.
O presidente do PPS, Roberto Freire, lamentou a história da política  brasiliense: "Infelizmente Brasília está com uma elite politica há muito  tempo envolvida em escândalos, malfeitorias, e bandalheira."
Defesa - Procurado por VEJA, Agnelo disse que se  limitou a assistir aos vídeos. Durval Babosa, no entanto, conta uma  versão diferente. Para mostrar o arsenal que tinha em mãos, segundo ele,  foram entregues a Agnelo dois CDs com áudio de funcionários do então  vice-governador negociando benefícios de empresários em troca de  propina. Durval ressaltou que as gravações serviriam de prova para que o  Ministério Público Federal entrasse no caso.
A chegada dos procuradores federais, no entanto, foi precedida pela  participação especial de Dias Toffoli. O delator confirmou que pediu a  uma de suas assessoras, Christiane Araújo, que entregasse os áudios ao  atual ministro do STF, com quem ela tinha uma relação de muito próxima.  Christiane, que cumpriu sua função, mais tarde chegou a trabalhar na  campanha da presidente Dilma Rousseff, graças à relação próxima que  tinha com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Toffoli  nega que tenha recebido as fitas.
O inquérito da Operação Caixa de Pandora está em curso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).