segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Dilma demite diretor do Dnocs ligado ao ministro Fernando Bezerra

O diretor administrativo do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), Albert Gradvhol, foi exonerado do cargo após denúncias de irregularidades na estatal, segundo decreto publicado nesta segunda-feira (23) pelo "Diário Oficial da União".

A CGU (Controladoria-Geral da União) apontou irregularidades do Dnocs no Ceará, como desvio de recursos, dispensa de licitação e superfaturamento em obras e serviços na irrigação do Tabuleiro de Russas, a 160 quilômetros de Fortaleza.

O Dnocs é subordinado ao Ministério da Integração, cujo ministro Fernando Bezerra está sob o foco de denúncias de uso político de recursos da pasta.

Segundo nota divulgada pela assessoria da pasta, o economista Vitor de Souza Leão, profissional de carreira da CGU, vai assumir a área.

A reestruturação da entidade se iniciou em dezembro, com o engenheiro Fernando Ciarlini assumindo a diretora de infraestrutura do Dnocs.

Bandidos roubam comerciante e levam R$ 212 mil em dinheiro e cheque

Um comerciante foi assaltado por volta das 9h desta segunda-feira (23/1) na quadra 18 da avenida central do Paranoá. Geraldo Carvalho, de 49 anos, estava saindo do açougue Arco Íris quando foi abordado por dois homens, um deles estava armado. Segundo a delegada adjunta Jane Kléber, da 6ª Delegacia de Polícia, os suspeitos teriam mandado a vítima entrar no carro e ela teria se recusado, dando início a um confronto. 

O comerciante segurou a mão do homem que estava armado e três tiros foram disparados, dois no chão e um para cima. Geraldo levou uma coronhada na cabeça e os bandidos fugiram em seu veículo, um Fox vermelho. A vítima entrou no carro da esposa, Ludmila Santos, de 26 anos, que o aguardava do lado de fora do açougue. Eles ainda tentaram perseguir os bandidos, mas não conseguiram alcançá-los. 

Geraldo é vendedor de carnes e no assalto os bandidos levaram R$ 12 mil em espécie, desse total, R$ 10 mil tinham acabado de ser pagos pelo dono do açougue, e mais R$ 200 mil em cheques. Ludmila acredita que os suspeitos já sabiam que o marido iria receber essa quantia hoje de manhã e por isso teriam planejado o crime.

O carro da vítima foi localizado pela polícia na quadra 28 do Paranoá. Próximo ao veículo, dentro de um bueiro, os investigadores encontraram as roupas que pertenciam aos bandidos, que ainda estão foragidos. 

Essa é a 19ª vez que Geraldo Carvalho é assaltado no Paranoá. 

Ministro indiano causa polêmica por ter cadarço amarrado por menino

Um ministro indiano prometeu usar apenas sapatos sem cadarços depois da polêmica causada no país pela imagem de um garoto amarrando os laços de seus calçados em público.

Gauri Shankar Bisen, que é ministro no Estado de Madhya Pradesh, pediu desculpas pelo fato, admitindo ter cometido um erro.


"Eu estava sentado em cima do palanque com os meus cadarços desamarrados. Os meninos notaram isso, e um deles correu até mim e os amarrou", afirmou Bisen.O fato ocorreu quando Bisen participava de um evento na cidade de Chhindwara. Depois que canais de televisão mostraram imagens do menino amarrando seus cadarços, o ministro disse que ele era um dos dois filhos de um amigo que o acompanhavam no evento.

"O garoto sabia que eu havia passado por uma cirurgia de ponte de safena recentemente, além de uma operação de hérnia. Os médicos me disseram para não inclinar muito o corpo para a frente."

Bisen admitiu que errou, pediu desculpas e prometeu que, daqui por diante, não usará mais sapatos com cadarços.

"Eu trouxe seis pares de sapatos sem cadarços especialmente (da cidade) de Pune", afirmou.

Casta

Bisen acusou integrantes do Partido do Congresso, que faz parte da oposição em Madhya Pradesh, de jogar sujo e apelar ao polêmico tema das castas indianas, ao dizer que o garoto fazia parte de uma tribo local.

"Ele não é (de outra tribo), ele é (...) da mesma casta que eu, nós temos relações de família", disse o ministro.

O ministro federal indiano Kamal Nath, que faz parte do Partido do Congresso, estava presente ao evento e disse que o episódio envolvendo os sapatos de Bisen foi "detestável".


Governo cria secretaria para consolidar diálogo com o funcionalismo público

Com o intuito de consolidar o relacionamento e o diálogo com o funcionalismo público, o governo federal criou a secretaria de Relações de Trabalho no Serviço Público (SRT). A repartição substitui a atual Secretaria de Recursos Humanos. Com a mudança, a nova unidade vai ser responsável por negociar reajustes salariais, condições de trabalho e reestruturação das carreiras.

Para atender a nova estrutura, também foi criada a Secretaria de Gestão Pública (Segep) que substitui a Secretaria de Gestão (Seges), que foi extinta. A divisão vai administrar o direcionamento da força de trabalho, a reestruturação organizacional, a capacitação de pessoal, os concursos públicos e a folha de pagamento. Ambas fazem parte do Ministério do Planejamento. As mudanças foram publicadas no Diário Oficial da União desta segunda-feira (23/1).

Segundo o secretário-executivo adjunto do Ministério do Planejamento, Valter Correia, as novas secretarias foram reestruturadas para agilizar a conclusão dos processos. "Com isso vamos otimizar, racionalizar e dar maior celeridade às decisões e aos encaminhamentos administrativos. Agora conseguimos ter visão completa do processo. Antes os processos eram segmentados", disse em entrevista exclusiva à Agência Brasil.

O novo modelo tem funcionado de forma "informal" há quatro meses. "Começamos de forma informal para fazer os ajustes necessários. Não é só juntar as caixinhas, não juntamos uma secretaria com a outra. Repensamos todo o processo. Redefinimos toda a estrutura e a forma de trabalhar. Juntamos o processo inteiro dentro de um departamento novo", explicou.

Correia ainda destacou que as alterações vão suprir uma necessidade antiga de responsabilidades processuais. "A gente vai conseguir resolver um problema histórico na Esplanada [dos Ministérios] para saber quem cuida de que área. Sempre houve essa confusão de competência entre essas duas áreas", comentou.

A SRT foi idealizada pelo secretário de Recursos Humanos, Duvanier Paiva, que faleceu no último dia 19, vítima de infarto. O substituto ainda não foi escolhido pela ministra da pasta, Miriam Belchior. Em entrevista à Agência Brasil, Paiva comentou que a mudança era uma necessidade antiga para atender à redemocratização nas relações de trabalho. A nova estrutura objetiva intermediar os debates com as centrais sindicais para evitar que o conflito chegue no limite da greve.

Por PIB de 4%, Dilma estaria disposta a reduzir impostos

A presidente Dilma Rousseff tem como principal missão neste ano um crescimento econômico de 4% e está disposta a reduzir impostos, tomar medidas de estímulo e possivelmente sacrificar outras metas se preciso, disseram fontes do governo à Reuters.

Dilma se reuniu com vários ministros no Palácio do Planalto no fim de semana para compor o que uma das fontes chamou de "plano de negócios para 2012".

A presidente pode decidir sobre medidas específicas nos próximos dias e as fontes, falando em condição de anonimato, disseram que a economista de carreira está determinada que a economia do Brasil tenha desempenho melhor do que teve durante o primeiro ano de seu governo, em 2011, quando o crescimento deve ter ficado por volta dos 3%.

"O número na cabeça de todos é quatro", disse uma das fontes. "Quase todo o resto que estamos fazendo gira em torno disso."

As fontes disseram que perseguirão essa meta com responsabilidade e que serão flexíveis no caso de crises externas, na Europa ou em outros lugares do mundo. As opções em jogo --de incentivos tributários para indústrias em dificuldade até empréstimos maiores através do BNDES, entre outras-- serão utilizadas com cuidado, sem estragar a reputação brasileira de uma administração econômica bem dirigida, ligeiramente inclinada para a centro-esquerda, disseram as autoridades.

De qualquer forma, a prioridade ao crescimento deve significar riscos para os mercados financeiros neste ano. Entre eles podem estar mudanças repentinas e imprevisíveis de política econômica ou outra inflação elevada após a taxa de 6,5% registrada em 2011 --a maior em sete anos.

A meta de Dilma também está bem acima das previsões independentes. A ONU (Organização das Nações Unidas) espera uma expansão de apenas 2,7% para o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil neste ano. Isso significa que o governo pode entrar com estímulos mais pesados do que o esperado, especialmente se a crise da zona do euro piorar ou se a economia da China desacelerar consideravelmente.

Os estímulos podem, por consequência, fazer o Brasil descumprir a meta de superavit primário de 3,1% do PIB no fim do ano.

Após o sucesso dos últimos anos, não está claro se a economia brasileira ainda é capaz de crescer 4% ano ano ou mais sem reformas profundas.

Problemas severos de infraestrutura, desemprego em recorde de baixa, alta demanda por crédito e outros gargalos industriais fizeram que até o crescimento tímido do ano passado tenha vindo com uma inflação no topo da meta do governo.

Por enquanto, porém, os assessores de Dilma dizem acreditar que podem ter tudo em 2012, com queda da inflação e do juro básico, enquanto o crescimento avança. Eles dizem que a presidente estará envolvida na administração da economia regularmente, assim como esteve no ano passado, e que estará disposta a manusear as alavancas de estímulo e aperto conforme as circunstâncias permitirem para um crescimento saudável.

Quando possível, porém, o governo irá se inclinar delicadamente para o lado da expansão econômica.

"O Brasil quer ser visto como um país seguro, que cresce", disse o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, em entrevista a um jornal neste mês. Lembrando-se desse comentário, uma outra autoridade disse: "Isso está certo". Depois, sorriu e acrescentou: "Bom, talvez seja melhor dizer 'um país que cresce e que é seguro.'"