quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Mulher é suspeita de matar filha recém-nascida com dez facadas

Após o crime, ela teria escondido corpo do bebê em um cesto de roupa suja.

Mulher confessou em depoimento que escondeu a gravidez, diz polícia.

Uma mulher, de 30 anos, é suspeita de matar a filha com dez facadas logo depois do parto. De acordo com a polícia, após o ataque de fúria, a mulher escondeu o corpo do bebê em um cesto de roupa suja. O crime ocorreu no Gama, região administrativa a 30 quilômetros do centro de Brasília. Segundo a polícia, ela confessou em depoimento que escondeu a gravidez da família e afirmou que não queria a criança, por isso teria cometido o crime.

A polícia informou que a mulher começou a sentir as contrações após a ceia de Natal, na madrugada deste domingo (25). Ela teria feito o parto sozinha em casa. O marido dela dormia no momento do assassinato.

A mulher só revelou o crime após ser levada para o Hospital Regional do Gama com um forte sangramento, cerca de oito horas após ter matado a filha. O marido dela contou que não suspeitou da gravidez porque a mulher sempre alegava que estava acima do peso.
A acusada está internada no hospital em observação. De acordo com a polícia, assim que ela tiver alta será encaminhada para o presídio feminino. Ela deve responder por infanticídio e pode pegar de 2 a 6 anos de prisão. A polícia informou que ela também vai responder por ocultação de cadáver.

Alagamentos causados por obra inacabada ameaçam casas no Engenho das Lajes

Os moradores do Engenho das Lajes, no Gama, continuam convivendo com os constantes alagamentos na região. Pelo menos cinco famílias tiveram que deixar as casas construídas ao redor da rodovia BR-060 para morar com parentes ou em locais emprestados por amigos e outras 10 estão ameaçadas. Elas sofrem com a obra inacabada da pista que liga Brasília a Goiânia (GO). A construção do viaduto começou há dois anos com a promessa de melhorias no tráfego da região, mas, em dezembro de 2010, as manilhas de escoamento de água foram fechadas com brita. E os donos dos imóveis ao redor delas começaram a sofrer as consequências. Em novembro deste ano, 25 famílias foram prejudicadas por uma forte chuva. Há exatos 30 dias, 80 pessoas fizeram uma manifestação para pedir providências.

O pedreiro Ivonilson Araújo Almeida, 43 anos, mora de favor há quase dois meses. A residência dele foi uma das mais afetadas. Pai de cinco filhos, ele saiu de casa em meados de novembro para morar, inicialmente, em uma igreja, localizada a cerca de um quilômetro de onde vivia. Agora, depende da caridade de amigos. “Estou aqui na casa do primo de um amigo. É tudo improvisado. Não tem água, luz, nada. Meus filhos tomam banho na casa de parentes. Está difícil. Graças a Deus, temos amigos”, disse. Ivonilson demorou 10 anos para juntar dinheiro e comprar seu imóvel. “Trabalhei muito. Não é fácil juntar recursos quando se ganha um salário mínimo (R$ 545) e tem cinco filhos. Mas consegui erguer minha casa. Tenho esperança de voltar”, afirmou.

Ele perdeu geladeira, cinco armários, eletrodomésticos, colchões, sofá e ainda terá que trocar o piso que descolou e rachou por causa da água acumulada. Quase todos os dias, Ivonilson ou um dos filhos vão até o local para resgatar algo que ficou para trás ou checar a situação da residência. “Desde abril, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) promete fazer o sistema de escoamento, mas até agora não vi nada. No início, pensamos que a obra seria boa para a comunidade, mas depois que fecharam o escoamento de água não temos mais sossego”, complementou.

Morador da região desde 1997, Lindomar Galeno Pereira, 39 anos, não consegue mais ter noites de sono tranquilas. “Pareço um peixe. Durmo praticamente de olhos abertos, com medo do que pode acontecer”, lamentou. Segundo Lindomar, que já é aposentado, todas as vezes que o céu fecha, ele levanta as mãos para o céu e começa a rezar. “Sei que não é culpa da natureza, mas peço para Deus mandar menos chuva.” Caso a situação não seja resolvida, os moradores ameaçam fazer nova manifestação e fechar a BR-060. “É a única forma de sermos vistos”, ressaltou Lindomar.

Reparos

As previsões do órgão responsável pelo término das construções não são nada animadoras. O Dnit informou que as obras do viaduto e a duplicação da BR-060 faziam parte de um convênio com o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), que não foi cumprido. Como o órgão não concluiu a reforma, o contrato foi suspenso e uma licitação, aberta para que o projeto seja finalizado. A assessoria de imprensa do Dnit não soube precisar quando todo o procedimento deve ser concluído, mas informou que não pode começar a construção de um bueiro em um período chuvoso. Ou seja, somente em março, os reparos devem começar a ser feitos.

O DER se exime da culpa. A assessoria de imprensa do órgão informou que o departamento foi apenas o executor da obra. “A obra do viaduto na BR-060 é de responsabilidade do Dnit, por tratar-se de uma rodovia federal”, diz nota encaminhada pelo DER. O certo é que os moradores não serão ressarcidos pelos prejuízos decorrentes da obra inacabada. 

Metro quadrado pode chegar a R$ 25 mil nas áreas mais nobres de Brasília

O valor dos imóveis em Brasília avançará em ritmo mais lento nos próximos anos, mas certamente chegará a 2022 bem mais caro do que é hoje. Os últimos terrenos livres do Plano Piloto, como as Quadras 500 do Sudoeste e o Setor Noroeste, deverão estar ocupados. Para morar no centro do Distrito Federal, os brasilienses terão de encarar preços ainda mais altos. A classe média estará espalhada por condomínios horizontais de luxo. Cidades como Samambaia, Gama e Ceilândia, além dos municípios do Entorno, abrigarão centenas de prédios residenciais e comerciais. Dessa forma, o local de trabalho estará mais perto das casas.

Em 10 anos, o cenário atual, de demanda aquecida e crédito imobiliário farto, não deve alterar tanto. Os governos continuarão a investir em programas habitacionais do estilo do Minha Casa, Minha Vida, o que ajudará a impulsionar o mercado voltado para as classes C e D, em constante ascensão. A infraestrutura urbana do DF precisará acompanhar o ritmo das empreiteiras. Haverá uma demanda cada vez maior por obras de transporte e de saneamento, e o crescimento populacional forçará a construção de mais escolas e hospitais, por exemplo.

Os empreendimentos residenciais apostarão em imóveis menores, seguindo a tendência de jovens solteiros saírem de casa mais cedo e de famílias com poucos filhos. Apartamentos de três ou mais quartos se restringirão ao mercado de luxo. Construtoras vão priorizar ainda mais os projetos que envolvam aspectos de segurança e lazer. O conceito de condomínios-clubes fortalecerá a ideia de que os moradores não precisam se deslocar para se divertir.

Com o Plano Piloto tombado, não há outra saída: para suprir o deficit habitacional e acompanhar o avanço demográfico, Brasília crescerá para todos os lados. Ainda há muito espaço a ser ocupado em Samambaia, em Ceilândia e no Gama. Ao longo da Via Interbairros, prometida para ligar o Setor Policial Sul à Samambaia, surgirão conjuntos habitacionais. As regiões de Sobradinho e de Planaltina não se desenvolverão no mesmo ritmo, por conta das áreas de proteção ambiental.

As asas Sul e Norte, o Sudoeste, o Noroeste, o Cruzeiro e a Área Octogonal Sul serão lugares disputadíssimos, mas insuficientes para atender a demanda das classes A e B. Como em outras regiões metropolitanas do país e do mundo, famílias de renda mais alta ocuparão condomínios horizontais regularizados, sobretudo na saída para Unaí (MG), pela DF-140. Com a frota de carros crescendo em números exponenciais, mais helicópteros sobrevoarão o céu de Brasília. Em terra, são esperados congestionamentos.

Valorização

Quem quiser permanecer no Plano Piloto terá de pagar o preço da “água no deserto”. Passou a fase das valorizações exorbitantes, mas o mercado não dá sinais de que, em 2022, os valores dos imóveis terão retraído. O presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF), Adalberto Valadão, acredita em avanço de crescimento na casa dos dois dígitos. “A nossa economia também vai crescer. O número absoluto pode assustar, mas é isso”, afirma.

Caso a previsão se confirme, o preço do metro quadrado pode alcançar R$ 25 mil em áreas mais nobres de Brasília. “Espanta, mas a gente vai se acostumando. Se 10 anos atrás falassem em metro quadrado a R$ 10 mil, ninguém acreditaria”, comenta o presidente do Sindicato da Habitação do DF (Secovi-DF), Carlos Hiram. “O que temos hoje no mercado imobiliário de Brasília é apenas o início de um processo, estamos engatinhando”, acrescenta.

A valorização dos imóveis é esperada pelo mercado e pelos investidores. A família do aposentado Flávio Carneiro, 55 anos, comprou apartamentos no Noroeste, de olho no futuro. “Em 2022, o bairro estará quase todo pronto e será modelo para o país”, aposta. Em 10 anos, ele pretende estar faturando com o aluguel ou com a venda dos bens. “Existe a hora de plantar e a de colher. Agora, estou plantando”, diz, usando a analogia bíblica.

O diretor da Associação Brasileira de Mercado Imobiliário
(Abmi), Pedro Fernandes, sustenta: “O preço dos imóveis em Brasília não vai cair, principalmente na região tombada.” Já a partir de 2012, completa ele, as cidades do DF se consolidarão ainda mais, por meio de um boom de empreendimentos comerciais. “As regiões administrativas vão acontecer sozinhas. Como em grandes centros urbanos, as pessoas farão questão de morar e de trabalhar em lugares próximos”, analisa.

A maior preocupação do mercado é em relação à infraestrutura urbana, considerada um gargalo. O presidente do Sindicato da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF), Júlio Cesar Peres, se diz temeroso com o futuro. “Brasília precisará de uma continuidade de gestão, independentemente de quem esteja no poder”, defende, antes de comentar, ainda, o receio de que os entraves administrativos atrapalhem a aprovação de projetos. Em 2011, o problema atrasou mais de 900 empreendimentos.

Mercado amadurecido

Os mercados imobiliário e da construção civil na capital do país estarão, em 2022, concentrados nas mãos de poucos grupos. A atração de novas empresas, marca dos últimos anos, terá perdido força. “Gente que não é do ramo e fez parcerias para se dar bem não vai conseguir permanecer de pé. O mercado virou coisa de profissional e, em 10 anos, isso estará ainda mais acentuado”, prevê o presidente do Sinduscon-DF, Júlio Cesar Peres.

Como na Europa e nos Estados Unidos, avalia o presidente do Secovi-DF, Carlos Hiram, as imobiliárias se reunirão em redes. “O mercado estará mais maduro”, afirma. “Ou as empresas crescem e fazem parcerias, ou vão quebrar”, emenda Pedro Fernandes, diretor da ABMI. Para o presidente da Ademi-DF, as mudanças mais bruscas no mercado já aconteceram entre 2008 e 2011. “A tendência é que haja uma certa acomodação.” (DA)

Solução

A Via Interbairros tentará desafogar o trânsito na parte sul do DF. A nova pista será construída paralelamente à Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB) e à Estrada Parque Taguatinga (EPTG). Custará cerca de R$ 500 milhões, dinheiro de financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da venda de terrenos às margens da via.

''Espanta, mas a gente vai se acostumando.
Se 10 anos atrás falassem em metro quadrado a R$ 10 mil, ninguém acreditaria'', Carlos Hiram, presidente do Sindicato da Habitação do DF

Usuários do transporte público aprovam faixa na EPNB; motoristas reclamam

Os usuários de transporte coletivo tiveram um alento na disputa com os carros particulares. No primeiro dia de funcionamento, o único corredor exclusivo para ônibus do Distrito Federal reduziu o tempo de viagem dos passageiros, mas provocou congestionamento de mais de quatro quilômetros nas outras duas faixas da Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB). Entre as 7h e as 9h de ontem, motoristas de carros particulares levaram pelo menos 45 minutos para percorrer o trecho entre o Riacho Fundo e a Candangolândia em um período de férias, às vésperas do réveillon, quando o trânsito costuma ser tranquilo. Já os usuários do transporte coletivo chegaram mais rápido ao trabalho. A faixa exclusiva será instalada em mais sete pontos do DF (veja quadro).

Enquanto o corredor dos ônibus fluía bem durante a manhã de ontem, os carros das duas faixas restantes avançavam com lentidão. Diante da dificuldade, muitos condutores de automóveis de passeio e motociclistas arriscaram violar a proibição, mas a presença dos carros da Companhia de Polícia Militar Rodoviária (CPRV) e do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) intimidou os infratores. Nos cruzamentos, o corredor também não funcionou, pois, para retornar, os motoristas dos ônibus precisavam invadir a faixa dos carros.

O secretário de Transportes, José Walter Vazquez Filho, diz que a prioridade é garantir a fluidez e a pontualidade do transporte público, por conta do número de passageiros. Segundo ele, Brasília seguirá a tendência de grandes centros brasileiros para garantir uma “melhor mobilidade urbana”. “A medida adotada pelo Governo do Distrito Federal na EPNB e, em sequência, em outras vias de grande movimento prioriza o usuário do transporte público coletivo sobre o individual”, disse.

A expectativa do governo é reduzir o tempo das viagens de ônibus em até 20 minutos. Ontem, segundo balanço do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), a viagem dos passageiros entre o Recanto das Emas e a Rodoviária do Plano Piloto, que durava 1h05, caiu para 55 minutos, em média. Com isso, ao fim de um mês, os usuários do transporte coletivo terão economizado 6h40 no trânsito. Em um ano, são três dias, oito horas e 20 minutos a menos dentro do ônibus. Ainda de acordo com o DFTrans, um cálculo preliminar da empresa São José, que tem diversas linhas em operação na EPNB, mostra que ontem quase não houve atraso de ônibus no trecho entre o Recanto das Emas e a Rodoviária.

Abrangência
Pela pista passam diariamente 80 mil veículos. Segundo o DFTRans, desse total, automóveis e caminhões somam 94,26%, enquanto os ônibus, apenas 5,74%. Porém, os coletivos levam 70,31% dos usuários da via. São cerca de 14 mil passageiros por hora nos horários de pico. O presidente do DFTrans, Marco Antônio Campanella, afirmou que, diante dos números, “não é justo que os usuários de transporte coletivo não tenham prioridade”.

Por outro lado, com o intuito de minimizar os transtornos sofridos pelos motoristas de carros de passeio, Campanella disse que existem estudos para proibir o tráfego de caminhões durante o horário de pico na EPNB. Outra possibilidade é criar uma faixa exclusiva para carros próximo do viaduto da Candangolândia.

Quem desrespeitar a proibição de trafegar pelo corredor exclusivo está sujeito a multa de R$ 53 e pode ganhar três pontos na Carteira de Habilitação. No entanto, de acordo com o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Fauzi Nacfur Júnior, os infratores não serão punidos pelos próximos dois meses. Durante esse período, serão realizados ações educativas. “Somente quando toda a sinalização (faixas, placas indicativas e front-lights) e as câmeras de segurança estiverem instaladas, a penalidade começa a valer”, ressaltou.

Motoristas e passageiros de ônibus dividiram as opiniões sobre o corredor exclusivo para ônibus. A gráfica Maria Vilani, 49 anos, moradora do Riacho Fundo II, enfrenta congestionamento diário na EPNB e, com a via destinada a coletivos, espera poder sair um pouco mais tarde de casa. “É um grande avanço, mas não vai melhorar muito se os ônibus continuarem quebrando no caminho”, ressaltou. Já o funcionário público Fábio Seridó, 23, morador do Riacho Fundo, não gostou. “O trânsito já era lento. Eu perdia uma hora por dia para ir de carro de casa para o trabalho. Agora vai demorar ainda mais”, queixou-se.

O DFTrans e o DER também estudam a ampliação da faixa exclusiva até o viaduto Camargo Corrêa, na Estrada Parque Aeroporto (Epar), passando pela Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia) e Estrada Parque Guará (EPGU). Com a mudança, o corredor passaria de oito para 12 quilômetros de extensão.

Mudanças
Veja onde estão previstas mais faixas exclusivas para ônibus:
BR-020 — Entre Sobradinho e a entrada da Ponte do Braguetto (nos dois sentidos).

BR-040 — Entre os viadutos de Santa Maria e da Candangolândia (dois sentidos).

Eixo Monumental — Entre o Cruzeiro Velho e a Rodoviária do Plano Piloto (dois sentidos).

Avenida Hélio Prates — Entre o centro/Feira de Ceilândia e o antigo Buritinga (dois sentidos).

DF-085 — Entre o Estádio e o Centro de Taguatinga.

Via Estrutural — Entre a Cidade do Automóvel e a entrada do Viaduto Ayrton Senna (início da manhã).

Via Estrutural — Entre o posto do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar e o viaduto do Pistão Norte (fim de tarde).

Cinco presos fogem pelo telhado da cadeia de Formosa, no Entorno do DF

Entre os fugitivos, três respondem por homicídios e dois por roubo. 

Presídio tem capacidade para 54 detentos, mas atualmente abriga 108.

Cinco presos fugiram, na tarde de terça-feira (27), da cadeia de Formosa, no Entorno do Distrito Federal. Eles fugiram pelo teto do presídio que está em reforma há cerca de um mês.
Entre os fugitivos três respondem por homicídios e dois por roubo. A cadeia que fica no Centro da cidade está superlotada, a capacidade é para 54 detentos, mas atualmente abriga 108.
A Polícia Militar (PM) já começou as buscas, mas nenhum dos presos foi localizado. Como a cadeia fica ao lado de varias casas, os moradores ficaram assustados.
“O medo sempre existe em qualquer lugar que você estiver. Próximo a um presídio então piora ainda mais”, afirma o empresário José Carlos Monteiro Filho.