quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Usuários do transporte público aprovam faixa na EPNB; motoristas reclamam

Os usuários de transporte coletivo tiveram um alento na disputa com os carros particulares. No primeiro dia de funcionamento, o único corredor exclusivo para ônibus do Distrito Federal reduziu o tempo de viagem dos passageiros, mas provocou congestionamento de mais de quatro quilômetros nas outras duas faixas da Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB). Entre as 7h e as 9h de ontem, motoristas de carros particulares levaram pelo menos 45 minutos para percorrer o trecho entre o Riacho Fundo e a Candangolândia em um período de férias, às vésperas do réveillon, quando o trânsito costuma ser tranquilo. Já os usuários do transporte coletivo chegaram mais rápido ao trabalho. A faixa exclusiva será instalada em mais sete pontos do DF (veja quadro).

Enquanto o corredor dos ônibus fluía bem durante a manhã de ontem, os carros das duas faixas restantes avançavam com lentidão. Diante da dificuldade, muitos condutores de automóveis de passeio e motociclistas arriscaram violar a proibição, mas a presença dos carros da Companhia de Polícia Militar Rodoviária (CPRV) e do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) intimidou os infratores. Nos cruzamentos, o corredor também não funcionou, pois, para retornar, os motoristas dos ônibus precisavam invadir a faixa dos carros.

O secretário de Transportes, José Walter Vazquez Filho, diz que a prioridade é garantir a fluidez e a pontualidade do transporte público, por conta do número de passageiros. Segundo ele, Brasília seguirá a tendência de grandes centros brasileiros para garantir uma “melhor mobilidade urbana”. “A medida adotada pelo Governo do Distrito Federal na EPNB e, em sequência, em outras vias de grande movimento prioriza o usuário do transporte público coletivo sobre o individual”, disse.

A expectativa do governo é reduzir o tempo das viagens de ônibus em até 20 minutos. Ontem, segundo balanço do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), a viagem dos passageiros entre o Recanto das Emas e a Rodoviária do Plano Piloto, que durava 1h05, caiu para 55 minutos, em média. Com isso, ao fim de um mês, os usuários do transporte coletivo terão economizado 6h40 no trânsito. Em um ano, são três dias, oito horas e 20 minutos a menos dentro do ônibus. Ainda de acordo com o DFTrans, um cálculo preliminar da empresa São José, que tem diversas linhas em operação na EPNB, mostra que ontem quase não houve atraso de ônibus no trecho entre o Recanto das Emas e a Rodoviária.

Abrangência
Pela pista passam diariamente 80 mil veículos. Segundo o DFTRans, desse total, automóveis e caminhões somam 94,26%, enquanto os ônibus, apenas 5,74%. Porém, os coletivos levam 70,31% dos usuários da via. São cerca de 14 mil passageiros por hora nos horários de pico. O presidente do DFTrans, Marco Antônio Campanella, afirmou que, diante dos números, “não é justo que os usuários de transporte coletivo não tenham prioridade”.

Por outro lado, com o intuito de minimizar os transtornos sofridos pelos motoristas de carros de passeio, Campanella disse que existem estudos para proibir o tráfego de caminhões durante o horário de pico na EPNB. Outra possibilidade é criar uma faixa exclusiva para carros próximo do viaduto da Candangolândia.

Quem desrespeitar a proibição de trafegar pelo corredor exclusivo está sujeito a multa de R$ 53 e pode ganhar três pontos na Carteira de Habilitação. No entanto, de acordo com o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Fauzi Nacfur Júnior, os infratores não serão punidos pelos próximos dois meses. Durante esse período, serão realizados ações educativas. “Somente quando toda a sinalização (faixas, placas indicativas e front-lights) e as câmeras de segurança estiverem instaladas, a penalidade começa a valer”, ressaltou.

Motoristas e passageiros de ônibus dividiram as opiniões sobre o corredor exclusivo para ônibus. A gráfica Maria Vilani, 49 anos, moradora do Riacho Fundo II, enfrenta congestionamento diário na EPNB e, com a via destinada a coletivos, espera poder sair um pouco mais tarde de casa. “É um grande avanço, mas não vai melhorar muito se os ônibus continuarem quebrando no caminho”, ressaltou. Já o funcionário público Fábio Seridó, 23, morador do Riacho Fundo, não gostou. “O trânsito já era lento. Eu perdia uma hora por dia para ir de carro de casa para o trabalho. Agora vai demorar ainda mais”, queixou-se.

O DFTrans e o DER também estudam a ampliação da faixa exclusiva até o viaduto Camargo Corrêa, na Estrada Parque Aeroporto (Epar), passando pela Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia) e Estrada Parque Guará (EPGU). Com a mudança, o corredor passaria de oito para 12 quilômetros de extensão.

Mudanças
Veja onde estão previstas mais faixas exclusivas para ônibus:
BR-020 — Entre Sobradinho e a entrada da Ponte do Braguetto (nos dois sentidos).

BR-040 — Entre os viadutos de Santa Maria e da Candangolândia (dois sentidos).

Eixo Monumental — Entre o Cruzeiro Velho e a Rodoviária do Plano Piloto (dois sentidos).

Avenida Hélio Prates — Entre o centro/Feira de Ceilândia e o antigo Buritinga (dois sentidos).

DF-085 — Entre o Estádio e o Centro de Taguatinga.

Via Estrutural — Entre a Cidade do Automóvel e a entrada do Viaduto Ayrton Senna (início da manhã).

Via Estrutural — Entre o posto do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar e o viaduto do Pistão Norte (fim de tarde).

Cinco presos fogem pelo telhado da cadeia de Formosa, no Entorno do DF

Entre os fugitivos, três respondem por homicídios e dois por roubo. 

Presídio tem capacidade para 54 detentos, mas atualmente abriga 108.

Cinco presos fugiram, na tarde de terça-feira (27), da cadeia de Formosa, no Entorno do Distrito Federal. Eles fugiram pelo teto do presídio que está em reforma há cerca de um mês.
Entre os fugitivos três respondem por homicídios e dois por roubo. A cadeia que fica no Centro da cidade está superlotada, a capacidade é para 54 detentos, mas atualmente abriga 108.
A Polícia Militar (PM) já começou as buscas, mas nenhum dos presos foi localizado. Como a cadeia fica ao lado de varias casas, os moradores ficaram assustados.
“O medo sempre existe em qualquer lugar que você estiver. Próximo a um presídio então piora ainda mais”, afirma o empresário José Carlos Monteiro Filho.

Mulher acusa PM de agressão por disputa de lote em Sobradinho, no DF

Militar nega acusações; admite que jogou spray de pimenta para conter briga.

Um casal também teria participado da agressão.

Briga por lote na Vila Buritizinho, em Sobradinho II, região administrativa a 24 quilômetros de Brasília, acaba na delegacia. Eruana Aragão acusa um casal e um policial militar de agressão. Ela diz que levou puxões de cabelo, uma mordida e que ainda jogaram spray de pimenta nos olhos dela.

A mulher afirma ser dona de um lote no assentamento, que o casal também reivindica a posse. Na delegacia, a vítima relatou que foi agredida fisicamente, inclusive com hematomas de mordidas. Ela acusa o casal de ter destruído o barraco que foi erguido no local.

“Eles me bateram, me chutaram, puxaram o meu cabelo e ainda me morderam. O homem que me segurou ainda me deu um ponta pé”, disse Eruana Aragão.

O casal acusado de ter cometido a agressão não quis dar entrevista. A sogra de Eruana, Luzia dos Santos, contou na delegacia que está foi a segunda vez que a parente foi agredida pelo casal.
Luzia relatou ainda que um policial militar participou da agressão. Segundo a mulher, um cabo do 13º Batalhão da PM de Sobradinho fez ameaças a Eruana e ainda teria ajudado a destruir o barraco. Luzia Santos disse que o policial teria ido ao local pela primeira vez na segunda-feira (26) e que teria voltado fardado e num carro da PM nesta terça-feira (27).
“Eles cortaram a cerca de arame, quebraram a porta, quebraram as telhas. Fizeram uma bagunça e ainda bateram nela”, afirmou a aposentada Luzia dos Santos.
O cabo Albert nega as acusações. O militar afirma que não tem parentesco com os agressores, mas admite que jogou spray de pimenta contra Eruana Aragão. Ele disse ainda que coincidentemente estava passando pelo assentamento nesta terça quando viu a discussão e tentou controlar a situação.
“Foi usado somente pra conter a moça. Ela estava com um pau na mão e, inclusive, partiu pra cima de mim. Agir para conter a briga, que estava generalizada”, disse o cabo Albert.
O caso foi registrado por um agente na 35ª Delegacia de Polícia de Sobradinho. De acordo com a polícia, a disputa por lotes na Vila Buritizinho é freqüente, todos os dias são registradas ocorrências envolvendo agressão por demarcação de terreno.
O casal assinou um termo circunstanciado na delegacia, mas não foram detidos. Segundo a polícia, o Juizado Especial Criminal vai definir a pena para os agressores. A polícia informou ainda que vai pedir para a Codhab verificar a validade dos documentos de posse do lote.

Casal é sequestrado na porta de residência em Sobradinho 2

Um casal foi surpreendido por bandidos na porta de casa, na AR-19, na noite da última segunda-feira, em Sobradinho 2. Os jovens, de 21 e 15 anos, namorava dentro de um carro, por volta das 22h, quando dois homens armados os surpreenderam. “Perdeu. Fica calado. Vai para o banco de trás e abaixa a cabeça”, gritaram os assaltantes, ao renderem os namorados, segundo ocorrência registrada na 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho 2). “O rapaz afirmou que tentou negociar. Pediu para que deixassem eles e levassem apenas o carro, o dinheiro e os celulares, mas eles não quiseram papo e ameaçaram matar os dois”, conta o delegado-chefe da unidade, Rogério Henrique de Oliveira.

Os criminosos assumiram a direção do Gol branco, e o casal passou para o banco de trás. Poucos minutos depois, o jovem abriu a porta e saltou do carro em movimento. Em seguida, para a surpresa dos assaltantes, o veículo apagou de repente, ao percorrer pouco mais de um quilômetro. “A vítima instalou um dispositivo que trava o sistema elétrico ou a injeção de gasolina quando não é acionado. Sempre que é dada a partida, ele aperta esse aparelho. Como ele não apertou, o carro parou”, explica Oliveira.

Quando o carro parou, a moça também pulou do veículo e correu em direção ao namorado. “Os assaltantes não ficaram nada felizes. Segundo o rapaz, eles falaram um monte de palavrões e chegaram a disparar em direção ao casal, mas não acertaram ninguém”, diz o delegado. Os criminosos, então, desistiram do sequestro relâmpago e fugiram sem levar nada.

Nenhum suspeito foi identificado até o fechamento da edição. “Estamos aguardando o retrato falado, que será concluído hoje ainda. A partir dele, vamos procurar nos registros da delegacia pessoas com as características apontadas. Tambpém esperamos o resultado da perícia, que pode apontar as digitais dos bandidos.”

O delegado chamou a atenção para que as vítimas não reajam a assaltos. “Eles tiveram muita sorte. Não vale a pena arriscar a sua vida por conta de algum bem material.”

Tentativa de homicídio
Esídio da Silva Conceição, 70 anos, foi preso na tarde de segunda-feira acusado de dar cinco facadas na mulher. O crime ocorreu na residência do casal, na Quadra 18 da Fercal, em Sobradinho II. Segundo o delegado-chefe da 35ª DP, Rogério de Oliveira, Esídio alegou ter agido em legítima defesa. “Ele disse que ela tentou agredi-lo com um pedaço de pau e se defendeu golpeando-a com a faca.”

A vítima, de 62 anos, está internada no Hospital Regional de Sobradinho e não corre risco de morte. Na residência, a polícia encontrou diversas garrafas de bebidas alcóolicas.

Moradores do Alto da Boa Vista estão mais perto de comemorar regularização


Os moradores do Condomínio Alto da Boa Vista, em Sobradinho, estão mais próximos de realizar o sonho da regularização. O decreto que aprova o projeto urbanístico do parcelamento foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal de ontem. O documento, assinado pelo governador Agnelo Queiroz, era o último que faltava para que o condomínio fosse registrado em cartório. O 7° Ofício de Registro de Imóveis do DF, responsável pela região, vai analisar o processo para checar se ainda há pendências. Se a documentação estiver completa, o cartório poderá liberar as escrituras dos 2,6 mil terrenos do parcelamento no início de 2012.

Apesar de o condomínio ser muito extenso, apenas 150 lotes estão ocupados. A área é particular e quem já pagou pelo imóvel não terá que desembolsar mais nada para receber a escritura. As terras pertencem à empresa Martinez Empreendimentos Imobiliários, com sede em São Paulo.

Depois da conclusão do processo de regularização, os donos poderão repassar a escritura aos ocupantes que pagaram pelos terrenos. Os terrenos vazios que não foram comercializados também poderão ser negociados e os compradores de lotes que ainda não construíram as suas residências terão autorização da Administração Regional de Sobradinho para fazer edificações no local.

O processo do Condomínio Alto da Boa Vista recebeu o aval do Conselho de Planejamento Urbano e Territorial (Conplan) no último dia 12. O projeto urbanístico da área havia sido aprovado há dois anos, mas teve que ser refeito por conta de uma recomendação do Ministério Público do DF, que exigiu a aprovação prévia do Conplan. O decreto publicado ontem tem validade de 180 dias. Esse é o prazo que os moradores e os donos da terra terão para conseguir no cartório a liberação das escrituras. Depois disso, será preciso revalidar o decreto. O processo de regularização do Alto da Boa Vista começou há 20 anos, quando os proprietários deram entrada com o pedido de legalização junto ao governo.

Financiamento
O síndico do Alto da Boa Vista, Ranulfo Guedes, comemorou a publicação do decreto. Ele espera receber a escritura de seu lote no início do ano. “Moro no condomínio desde 2003 e, desde então, estou engajado na batalha pela regularização. Com as escrituras, poderemos pedir financiamento e será mais fácil conseguir autorização para construir. A partir disso, o condomínio vai deslanchar”, comentou Ranulfo.

Este ano, o síndico e representantes dos proprietários levantaram a documentação que faltava, como a emissão de certidões. Depois da apresentação do pedido de registro, o cartório abrirá prazo para possíveis pedidos de impugnação do processo. O tabelião também terá que consultar a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) para saber se o governo local tem algum óbice contra a liberação das escrituras. Esse processo deve levar pelo menos 45 dias.

A aposentada Maria Conceição de Araújo Costa, 62 anos, vive no Alto da Boa Vista há quase nove anos. Ela diz que a comunidade da região está acostumada a enfrentar ameaças de derrubadas há anos. “Uma vez, as equipes de fiscalização chegaram ao condomínio e eu tive que ser socorrida pelos bombeiros. De tão nervosa, quase tive um enfarto”, relembra a aposentada. “Agora, com as escrituras, nossa vida ficará muito mais tranquila. Poderemos construir nossas casas sem nenhum tipo de constrangimento”, acrescenta Maria Conceição.