Bate-boca esquenta relações na Câmara

Deputados distritais protagonizaram na sessão de terça-feira (15) um lamentável bate-boca no plenário da Câmara Legislativa. Considerando que eles haviam acabado de fechar o acordo para eleição das comissões, o episódio dá o tom de como anda o clima entre aliados e adversários na Casa. O desentendimento ocorreu entre o petista Chico Vigilante e a caloura Celina Leão (PMN). Os dois participavam, junto a outros parlamentares, de um acalorado debate sobre o tratamento dispensado pela Secretaria de Saúde aos pacientes hemofílicos. No meio da discussão, Vigilante saiu em defesa do secretário de Saúde, Rafael Barbosa, e fez referência à relação de Celina com os governos anteriores. “Quem apoiou os absurdos que foram feitos no Distrito Federal não tem autoridade para criticar o nosso governo, que tem só 48 dias. E tem mais, toda vez que o governo Agnelo Queiroz e seus secretários forem atacados aqui em plenário terá resposta imediata”, discursou.
Ofendida, a deputada rebateu a crítica com violência: “Não tenho culpa se a capacidade intelectual do deputado é baixa para não me entender”, disparou, explicando que não havia atacado o secretário. A resposta surpreendeu o plenário e fez o presidente Patrício (PT) agir rápido. Para encerrar a discussão antes que o clima pesasse ainda mais, ele encerrou os proncunciamentos e deu início à eleição das comissões.
O episódio, no entanto, não foi esquecido. Vigilante foi defendido pelos colegas governistas nos discursos seguintes. Chico Leite (PT) afirmou ter entrado na política inspirado no colega, que já militava no PT. Cláudio Abrantes (PPS) afirmou admirar a “capacidade intelectual elevada” do companheiro de base. O deputado, porém, não voltou a discursar em resposta à ofensa. Foi acalmado pelo coordenador de Relações Institucionais do GDF, Wilmar Lacerda. Minutos antes, Celina havia dado o recado para encerrar a briga - “Se voltarem à tribuna para me atacar, eu digo todos os nomes de arrudistas e rorizistas que estão no GDF, trabalhando para este governo”. Os colegas preferiram não correr o risco de ouvir a lista

Enfim, acordo para comissões

Depois de três semanas de intensas negociações, os distritais enfim chegaram a um acordo para presidência das comissões permanentes da Câmara Legislativa. Confira a seguir quem deve se eleger na sessão da tarde desta terça-feira (15):
Constituição e Justiça - Chico Leite (PT)
Economia, Orçamento e Finanças - Agaciel Maia (PTC)
Assuntos Sociais - Liliane Roriz (PRTB)
Educação e Saúde - Washington Mesquita (PSDB)
Segurança - Aylton Gomes (PR)
Assuntos Fundiários - Cláudio Abrantes (PPS)
Ética e Decoro Parlamentar - Celina Leão (PMN)
Defesa do Consumidor - Rejane Pitanga (PT)
Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo - Roney Nêmer (PMDB)
Corregedoria - Wellington Luiz (PSC)
Ouvidoria - Evandro Garla (PRB)

Eleito de forma legítima

Declaração do presidente da Câmara Legislativa sobre a indicação de Agaciel Maia (PTC) para a presidência da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças da Casa, responsável por analisar e aprovar todos os projetos de caráter financeiro do governo: “Temos de perguntar se a nomeação de Agaciel desgasta a Casa à sociedade. Foi ela quem o elegeu deputado distrital. Hoje ele é parlamentar de forma legítima e não tem por que não ocupar os espaços legislativos”.

CPI do Pró-DF pronta para sair do papel

O bloco PT e PRB protocolou nesta terça-feira (8) pedido para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar irregularidades na execução do Programa de Promoção do Desenvolvimento Econômico Integrado e Sustentável (Pró-DF), nos últimos doze anos. A proposta ganhou dezoito assinaturas.
Apoiaram o pedido de CPI os deputados Agaciel Maia (PTC), Benedito Domingos (PP), Cláudio Abrantes (PPS), Chico Leite (PT), Chico Vigilante (PT), Dr. Michel (PSL), Eliana Pedrosa (DEM), Evandro Garla (PRB), Joe Valle (PSB), Liliane Roriz (PRTB), Luzia de Paula (PPS), Patrício (PT), Israel Batista (PDT), Rejane Pitanga (PT), Roney Nemer (PMDB), Washington Mesquita (PSDB), Wasny de Roure (PT) e Wellington Luiz (PSC). Agora a porposta deve ser lida em plenário para depois ser publicada no Diário da Câmara Legislativa (DCL). Só então a CPI poderá ser instalada. Para o líder do bloco PT-PRB, Chico Vigilante, é preciso investigar o programa de benefícios fiscais do GDF com urgência. “Esse não é mais um problema de governo, é um problema de moralidade”.

Pedido de CPI para Saúde

Além da CPI do Pró-DF, os deputados distritais podem instalar também a CPI da Saúde. A comissão parlamentar teria a missão de investigar irregularidades na gestão da Secretaria de Saúde do DF desde 2007, início do governo José Roberto Arruda. A proposta da CPI foi uma ação conjunta das deputadas Celina Leão (PMN) e Liliante Roriz (PRTB), mas o requerimento para sua criação já conta com 17 assinaturas.
Os deputados que apoiaram a decisão foram, além de Celina e Liliane - Benedito Domingos (PP), Benício Tavares (PMDB), Chico Leite (PT), Chico Vigilante (PT), Cristiano Araújo (PTB), Dr. Michel (PSL), Eliana Pedrosa (DEM), Joe Valle (PSB), Olair Francisco (PTdoB), Patrício (PT), Rejane Pitanga (PT), Raad (DEM), Roney Nemer (PMDB), Washigton Mesquita (PSDB) e Wellington Luiz (PSC).

Regimentalmente, a Câmara Legislativa pode ter duas CPIs funcionando ao mesmo tempo. Mas o líder do bloco PT e PRB, deputado Chico Vigilante (PT), recolheu assinaturas também para uma CPI do DFTrans. Os distritais terão escolher as duas comissões a que darão prioridade ou,de acordo com o Regimento, apresentar um requerimento com, pelo menos, 13 assinaturas para abertura daq terceira CPI.