segunda-feira, 13 de maio de 2019

'Tsunami' preconizado por Bolsonaro trará de volta 29 ministérios


Depois das derrotas da última semana, no Congresso, tsunami preconizado pelo presidente Jair Bolsonaro pode ser a volta da estrutura vigente na administração de Michel Temer. Parlamentares já se movimentam para indicar nomes para as pastas

Como a promessa de campanha era reduzir as pastas a 15, voltar ao número da gestão anterior tiraria a credibilidade do governo(foto: Breno Fortes/CB/D.A Press )

Ao prever um “tsunami” rumo à administração pública, o presidente Jair Bolsonaro fez referência à possibilidade de recolocar na Esplanada os 29 ministérios de Michel Temer, e o Congresso já se movimenta para indicar nomes de possíveis ministros. Durante a campanha, Bolsonaro prometeu cortar a pompa do governo. Voltar à máquina inchada, no meio de um início turbulento de gestão, soará como uma decisão impopular para os brasileiros, dizem técnicos palacianos. Para eles, o povo quer ver o enxugamento mais contundente da administração pública — uma maneira de facilitar, inclusive, o discurso sobre “corte de privilégios” na reforma da Previdência.

“Estamos governando. Alguns problemas? Sim, talvez tenha um tsunami semana que vem (nesta semana). Mas a gente vence esse obstáculo aí com toda certeza”, disse Bolsonaro na última sexta-feira. Se a reformulação ocorrer de fato, por causa da expiração da Medida Provisória 870, em 3 de junho, o novo desafio do Planalto será a distribuição de cargos, que poderá ocorrer, ou não, com apoio do Congresso. Parlamentares esperam ganhar seu quinhão, e o governo terá, novamente, que descolar essas negociações da “velha política”, mecanismo que o presidente combate sem apresentar uma solução para o que seria a “nova política”.

“Aumentar o número de ministérios era algo que traria certa dificuldade, mas um rearranjo desse nível enfraquece até o discurso do presidente. Ele disse que até 15 ministérios eram suficientes. Terminou optando por colocar 22. Se aumentar, será ruim para o governo”, diz o professor de ciência política da Universidade Estadual de Goiás Felippo Madeira. Ao falar sobre a estrutura da Esplanada, o especialista afirma que “não dá para querer cortar gordura de um lado (na Previdência) e arranjar apoio para essa medida inflando o governo — que precisa de um equilíbrio nas contas e é o motivo principal dessa mudança”.

Entrevista de Lula indica que PT riscará Dilma do mapa




Coluna Brasília-DF

entrevista de Lula à BBC deu ao mundo político a sensação de que o PT riscará a ex-presidente Dilma Rousseff do seu mapa. Primeiro, Lula disse que uma pessoa “cheia de autoafirmação como Dilma, na hora que o carro começa a derrapar, nem sempre tem a tranquilidade de olhar, vamos parar, vamos ouvir”.

Tchau, querida

O ex-presidente, que continua preso, foi além ao, nas entrelinhas, criticar aquela que escolheu para lhe suceder: “Lamento não ter sido mais incisivo com Dilma para fazer algumas coisas”. Para alguns líderes petistas que acompanharam a fala do presidente em busca de orientações, o recado está dado.

Bolsonaro diz que manterá compromisso de colocar Moro no STF


"A primeira vaga que tiver eu tenho esse compromisso e se Deus quiser, nós cumpriremos esse compromisso. O Brasil inteiro vai aplaudir", completou

"Eu fiz um compromisso com ele, ele abriu mão de 22 anos de magistratura. A primeira vaga que tiver lá (no STF), estará à disposição", disse Bolsonaro sobre Moro(foto: Marcos Correa/PR)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (12/05) que manterá o compromisso assumido com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, para indicá-lo como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). 

"Eu fiz um compromisso com ele, ele abriu mão de 22 anos de magistratura. A primeira vaga que tiver lá (no STF), estará à disposição", disse o presidente em entrevista ao programa do jornalista Milton Neves, na rádio Bandeirantes. 

"A primeira vaga que tiver eu tenho esse compromisso e se Deus quiser, nós cumpriremos esse compromisso. O Brasil inteiro vai aplaudir", completou Bolsonaro. 

Deputados preparam profusão de emendas para PEC da Previdência


Deputados preparam profusão de sugestões sobre os mais variados temas à Proposta de Emenda à Constituição. Muitas mudanças vão comprometer a economia defendida na agenda prioritária do governo, de R$ 1,1 trilhão

Desarticulado, governo terá dificuldades em negociar alterações mínimas durante as discussões na comissão especial. Expectativa é que proposta seja votada no fim de junho(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Ag?ncia Brasil )

Pelo rumo que tomam as negociações no Congresso, é muito possível que a vontade do presidente Jair Bolsonaro de aprovar uma reforma da Previdência “sem tantas modificações” seja frustrada. Ainda que os pontos atacados com mais afinco tenham pouco impacto fiscal — e a retirada deles mantenha a estimativa de economia na casa de R$ 1 trilhão em 10 anos —, há outros igualmente delicados e mais "caros" com chances reais de aprovação na Câmara.

As preocupações dos deputados não se resumem ao valor do Benefício de Prestação Continuada (BPC) pago a idosos e às regras para aposentadoria rural, embora a revisão desses pontos seja crucial para que a reforma avance. Regra de transição para servidores públicos, mudança nos cálculos de aposentadoria e pensão, equiparação de regras para policiais e regime de capitalização são alguns dos assuntos que também serão alvo de emendas na Comissão Especial.
Até agora, os deputados apresentaram sete sugestões de mudança na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 6, mas há outras dezenas prontas, com as 171 assinaturas exigidas, e devem ser protocoladas nas próximas semanas. As emendas podem ser propostas nas primeiras 10 sessões do plenário, a partir da instalação do colegiado, prazo que pode ser estendido por acordo entre as lideranças. Por enquanto, já se passaram quatro.

Eleitos do DF ganham força no comando e substituem caciques de partidos


Legendas políticas da capital federal se reorganizam depois do resultado das eleições de 2018. Novos nomes conquistam destaque e substituem caciques, alguns reprovados nas urnas, na direção de siglas como MDB, PSD, PR, PP, PTB e PSL

A renovação do MDB teve apoio do governador do DF, Ibaneis Rocha, e resultou na eleição do presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente, para a Presidência do partido(foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília - 1/4/19 )

Passada a ressaca das eleições de 2018, os partidos políticos do Distrito Federal começam a se reorganizar. Candidatos que conseguiram vencer no pleito do ano passado ganharam força dentro das legendas e, em muitos casos, conquistaram posições de comando e de destaque dentro das direções regionais. Em contrapartida, medalhões que ficaram de fora da lista de eleitos, em geral, perderam importância e tiveram de ceder espaço às lideranças que se consolidaram pelo voto. O movimento ocorreu em algumas das siglas mais importantes da capital, como MDB, PSD, PR, PP, PTB e PSL.

O MDB era comandado pelo ex-vice-governador Tadeu Filippelli. Sem mandato eletivo, Filippelli — que tentou, sem sucesso, um lugar na Câmara dos Deputados em 2018 — viu-se obrigado a ceder lugar para um nome em ascensão na política brasiliense: o presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente.

A pressão para a mudança no partido teve apoio do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), que também é uma liderança que despontou nas últimas eleições. Ele e Prudente chegaram a protocolar um pedido à executiva nacional para dissolver o diretório local. Por fim, Ibaneis e Filippelli entraram em acordo para que Prudente assumisse o comando da legenda. Nora do ex-vice-governador, a secretária da Mulher, Ericka Filippelli, ficou como vice-presidente.