O ministro da Educação (MEC),
Aloizio Mercadante, criticou hoje (16) as faltas e as paralisações de
professores que já duram mais de dois meses em várias cidades do país. “Sabemos
que as condições de trabalho não são as melhores, mas temos que construir um
pacto. Nos últimos três anos, os professores receberam 64% de reajuste no piso
salarial. O professor precisa faltar menos nas escolas”, disse durante
cerimônia de abertura do 5º Encontro Nacional de Fortalecimento do Conselho
Escolar.
Para
Mercadante, as reposições de aula não devolvem aos alunos o período em que as
atividades escolares ficaram paradas. “Em paralisações de quase três meses não
se recupera o tempo perdido. É preciso que haja mais entendimento e mais
diálogo. Condições de trabalho não podem justificar as ausências na sala de
aula”, completou o ministro.
No Rio
de Janeiro, professores da rede municipal entraram em greve no dia 8 de agosto,
pedindo a criação de um plano de cargos que oferecesse à categoria melhorias
nos cargos e salários. Em disputa judicial, a sessão de aprovação do plano na
Câmara Municipal, chegou a ser cassada. No entanto, o Plano de Carreira, Cargos
e Salários (PCCS) de professores do município voltou a valer nesta quarta-feira.
Os
professores do estado do Rio, também em greve, receberam a recomendação do
Ministério Público Estadual para retornar as aulas e não prejudicar os alunos
prestes a fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nos dias 26 e 27 deste
mês. As secretarias municipal e estadual de Educação informaram que só vão
retomar as negociações quando o sindicato da categoria encerrar a greve nas
duas redes de ensino.
Em
Goiânia, professores da rede municipal estão em greve desde o dia 25 de
setembro. No estado de Mato Grosso, a greve dos docentes da rede estadual já
dura 66 dias.
Durante
o discurso de abertura da cerimônia, o ministro defendeu ainda que as
indicações para gestores municipais e estaduais de educação seja baseada em
critérios curriculares. “Temos que acabar com a indicação política [para dirigente
de educação]. O gestor tem que conhecer os programas do MEC, tem que ter
formação adequada. Chega de ser a mulher do prefeito, o amigo ou o cabo
eleitoral”, disse.
Fonte: Correio Braziliense