quinta-feira, 1 de julho de 2021

Barroso, Moraes e Fachin montam ‘artilharia pesada’ contra voto impresso

Ministros se dividiram em diversas “frentes” para deter pauta do presidente Jair Bolsonaro.

Ministros do STF

Os ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), já estão se articulando para impedir a implementação do voto impresso e auditável, bandeira defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.

Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), recebeu recentemente um grupo de 29 parlamentares e presidentes de partido para debater os prejuízos supostamente causados pela adoção do voto impresso. Entre os argumentos usados, o ministro cita o

risco ao sigilo do voto e à lisura do processo, uma vez que haveria “manuseio” humano das cédulas.

Além de Barroso, que desde o início vem se colocando diametralmente oposto ao tema, os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes também reivindicam a pauta. Os dois integram o TSE e estão “na fila” para assumir a presidência do órgão em 2022.

De acordo com reportagem do jornal o Globo, os três “guardiões da urna eletrônica”, estão atuando em frentes diferentes para derrotar a pauta bolsonarista. Barroso, como presidente do TSE, trabalha no âmbito institucional e junto à opinião pública, com sua defesa incessante do atual sistema. Fachin periodicamente reforça a segurança “inviolável” das urnas, endossando o trabalho de Barroso. Já Moraes trabalha nos bastidores, no convencimento de parlamentares, peças-chave na implementação ou recusa do sistema impresso.

Para se ter uma ideia do alcance da ação de Barroso, só neste mês ele se reuniu com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) ‒ chamado por Bolsonaro de “pai do voto impresso” ‒, e com os deputados federais Cezinha de Madureira (PSD-SP) e Marcos Pereira (Republicanos-SP). O presidente do TSE também esteve com nomes da oposição, como Talíria Petrone (PSOL-RJ), Fernanda Melchiona (PSOL- RS) e Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Enquanto isso, a comissão especial formada na Câmara dos Deputados, avança para adoção do sistema impresso e auditável. Nesta semana, o deputado Filipe Barros (PSL-PR) leu um parecer que torna obrigatórias a adoção do voto impresso e a impressão de cédulas em papel na apuração dos votos. O relatório foi apresentado à comissão na segunda-feira (28).


Fonte: Pleno.News