segunda-feira, 3 de junho de 2019

PT e PSL juntos na PEC para repasse de recursos a estados e municípios



Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, o deputado Felipe Francischini (PSL-PR) pretende acelerar a votação da proposta de emenda constitucional (PEC) que estabelece o repasse direto de recursos federais aos estados e municípios. Hoje, a Caixa Econômica Federal fica com 11% dos valores a título de taxa de administração. A PEC que serviu de base para o texto foi apresentada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, quando era senadora. E relatada por Marta Suplicy, que foi prefeita de São Paulo e senadora pelo PT, antes de se filiar ao MDB.

Em tempo: Bolsonaro decidiu vetar a bagagem grátis nos voos domésticos, alegando se tratar de uma proposta do PT. Agora, seu partido, o PSL, dá velocidade a um projeto petista.

A matriz “Swot” de Bolsonaro I

O Governo Bolsonaro trabalhará a partir de agora dentro dos quatro pontos que fazem sucesso no mundo dos negócios: força, fraqueza, oportunidades e ameaças (em inglês, strenghts, weaknesses, opportunities and threats, daí a sigla Swot). A força são os votos que ele obteve em outubro passado (58 milhões) e sua comunicação direta muito eficiente. Por isso, o discurso que o elegeu, de mudar a relação política, não será abandonado.

A matriz “Swot” de Bolsonaro II

A fraqueza, a relação com a mídia tradicional, já está sendo trabalhada. As oportunidades são as reformas em pauta no Congresso e o uso do conhecimento técnico de parte dos ministros. As ameaças, dificuldades econômicas e manobras para apeá-lo do poder (sim, muita gente acha que elas existem) também fazem parte dos cuidados diários.

Só vai assim

Os deputados e senadores da Comissão Mista de Orçamento avisaram ao governo que o crédito suplementar de R$ 248 bilhões — que já foi reduzido a R$ 92 bilhões — só passa se todos os líderes fecharem um acordo. Ou seja, caberá ao governo pegar ou esperar a votação de todos os vetos.


Prazo

Se o governo preferir seguir a fila e apreciar todos os vetos antes do crédito suplementar, terá que esperar pelo menos um mês para limpar a pauta e, finalmente, votar o crédito. Como não tem tempo para isso, terá que aceitar o texto que vier da Comissão Mista de Orçamento.

CURTIDAS

Quem tem amigos…/ … tem tudo. Com seus recursos bloqueados, o ex-presidente Michel Temer tem recorrido a amigos para pagar as contas.

Os capitães estão na moda…/ Até na Data Nacional de Israel, o embaixador Yossi Shelley, que não perde os momentos de descontração, brincou com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Heleno: “com todo o respeito, general, mas, o Netanyahu também é capitão!”

… Mas nem tanto/ A entrevista exclusiva do presidente Jair Bolsonaro ao jornal La Nación provocou reação imediata dos adversários. Os hermanos chamaram uma manifestação em 6 de junho, na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, com o lema: “Argentina rechaza Bolsonaro”. Abaixo da chamada, vem “Tu odio no es bienvenido acá”.

Enquanto isso, no Brasil…/ A semana será de sessões no Congresso e negociação da reforma previdenciária. Com 277 emendas, o quadro é de dificuldades para fechar um consenso capaz de gerar R$ 1 trilhão. Há quem diga que, se a economia do governo ficar em R$ 800 bilhões, Paulo Guedes pode providenciar um Château Petrus para comemorar.


Fonte: Correio Braziliense