Dos R$ 500 milhões sonegados em dois
anos, R$ 300 milhões seriam referentes a uma empresa fantasma localizada na
Estrutural, segundo a PCDF
Uma organização
criminosa, formada por 10 empresas e acusada de sonegar pelo menos R$ 500
milhões em impostos em um período de dois anos, foi alvo de uma operação da
Polícia Civil do Distrito Federal nesta quinta-feira (1º/11). Três mandados de
prisão temporária e sete de busca e apreensão foram cumpridos em Brasília
e em Unaí (MG).
Os
investigadores revelaram o nome de apenas uma empresa, que estaria no centro do
esquema: M. Célia, de grãos, sediada na Cidade Estrutural. Os policiais
descobriram que a dona não tinha nenhum patrimônio.
Cada
um dentro da organização tinha uma função definida, como a figura do contador,
do aliciador de laranjas, dos “testas de ferro” – uma espécie de laranja – e do
produtor rural. Somente a M.Célia teria deixado de recolher R$ 300
milhões de tributos aos cofres públicos. As companhias, ainda de acordo com a
Polícia Civil, eram criadas com o objetivo de sonegar impostos.
Os
policiais chegaram aos suspeitos por meio de uma denúncia. Ao todo, 50
policiais saíram às ruas nesta quinta. A
fraude funcionaria da seguinte
forma: os suspeitos abriam empresas fantasmas
e emitiam notas fiscais falsas. Quando a Receita Federal ia apurar as
informações, descobria que essas firmas não existiam.
A
operação foi batizada de Arenae, grãos em latim. O imposto sonegado, seria o
ICMS (sobre circulação de mercadorias). Entre os presos, está um contador que
teria dado início ao esquema. Um “testa de ferro” e um empresário de Unaí
do ramo de grãos também foram detidos. Policiais fizeram buscas em escritórios
da empresa localizada no município mineiro e na capital federal.
“O
objetivo do cumprimento dos mandados de busca é colher documentos e provas
referentes aos fatos investigados entre 2017 e 2018”, explicou o delegado
Virgílio Ozelami, diretor da Divisão de Repressão aos Crimes contra a Ordem
Tributária (Dicot).
No
decorrer das diligências, os policiais constataram que uma das empresas
investigadas, a M. Célia, possui faturamento milionário, apesar de
ter como proprietária alguém com padrão de vida simples, sem nenhum
patrimônio. “Os trabalhos continuam, sobretudo para identificar outras pessoas jurídicas
e físicas envolvidas”, acrescentou Ozelami. Ele acrescentou que a operação terá
desdobramentos.
Fonte:
METRÓPOLES