quinta-feira, 1 de novembro de 2018

DF: grupo criminoso criou 10 empresas de fachada para sonegar impostos


Dos R$ 500 milhões sonegados em dois anos, R$ 300 milhões seriam referentes a uma empresa fantasma localizada na Estrutural, segundo a PCDF


Uma organização criminosa, formada por 10 empresas e acusada de sonegar pelo menos R$ 500 milhões em impostos em um período de dois anos, foi alvo de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal nesta quinta-feira (1º/11). Três mandados de prisão temporária e sete de busca e apreensão foram cumpridos em Brasília e em Unaí (MG).
Os investigadores revelaram o nome de apenas uma empresa, que estaria no centro do esquema: M. Célia, de grãos, sediada na Cidade Estrutural. Os policiais descobriram que a dona não tinha nenhum patrimônio.
Cada um dentro da organização tinha uma função definida, como a figura do contador, do aliciador de laranjas, dos “testas de ferro” – uma espécie de laranja – e do produtor rural. Somente a M.Célia teria deixado de recolher R$ 300 milhões de tributos aos cofres públicos. As companhias, ainda de acordo com a Polícia Civil, eram criadas com o objetivo de sonegar impostos.
Os policiais chegaram aos suspeitos por meio de uma denúncia. Ao todo, 50 policiais saíram às ruas nesta quinta. A fraude funcionaria da seguinte
forma: os suspeitos abriam empresas fantasmas e emitiam notas fiscais falsas. Quando a Receita Federal ia apurar as informações, descobria que essas firmas não existiam.
A operação foi batizada de Arenae, grãos em latim. O imposto sonegado, seria o ICMS (sobre circulação de mercadorias). Entre os presos, está um contador que teria dado início ao esquema. Um “testa de ferro” e um empresário de Unaí do ramo de grãos também foram detidos. Policiais fizeram buscas em escritórios da empresa localizada no município mineiro e na capital federal.
“O objetivo do cumprimento dos mandados de busca é colher documentos e provas referentes aos fatos investigados entre 2017 e 2018”, explicou o delegado Virgílio Ozelami, diretor da Divisão de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária (Dicot).
No decorrer das diligências, os policiais constataram que uma das empresas investigadas, a M. Célia, possui faturamento milionário, apesar de ter como proprietária alguém com padrão de vida simples, sem nenhum patrimônio. “Os trabalhos continuam, sobretudo para identificar outras pessoas jurídicas e físicas envolvidas”, acrescentou Ozelami. Ele acrescentou que a operação terá desdobramentos.


Fonte: METRÓPOLES