Com decisão judicial favorável à realização do réveillon, Secretaria de
Turismo autoriza empresas a começarem a montagem da estrutura para o evento na
Esplanada dos Ministérios
Faltando
menos de uma semana para o ano-novo, a festa de réveillon da Esplanada dos
Ministérios começa a tomar forma. Áreas próximas à Catedral Metropolitana do
Distrito Federal foram isoladas pela empresa responsável pelo show pirotécnico,
previsto para ocorrer em pelo menos cinco zonas diferentes — todas centrais —
da capital. Os fogos devem iluminar o céu candango por cerca de 10 minutos e
serão acompanhados de um fundo musical. Ainda que a noite esteja se
concretizando, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
ainda tenta cancelar o evento, alegando falta de recursos públicos para honrar
todos os compromissos do governo. A Secretaria de Turismo, responsável pelos
editais, no entanto, garante que está economizando e prepara uma festa para,
pelo menos, 100 mil pessoas.
Previsto
para custar R$ 288 mil, o show de fogos acabou saindo por R$ 194 mil. O valor
foi significativamente menor que o esperado, de acordo
com o governo. E,
segundo a Secretaria de Turismo, o planejamento vai continuar assim. “A
negociação é muito apertada. Mas, certamente, o orçamento deverá ser bem menor
que os R$ 2,1 milhões iniciais. Algumas coisas são definidas individualmente;
por isso, não dá para adiantar nenhuma porcentagem relativa à economia”,
informou a assessoria de imprensa...
Mesmo com
os valores enxutos, o secretário de Turismo e Projetos Especiais do Distrito
Federal, Luis Otávio Neves, diz que menos gastos não significam menor
qualidade. “O governo nos orientou a fazer uma festa à altura dessa tradição. É
parte do planejamento para mais de 100 mil pessoas. Na festa, a diversidade
cultural será um item de grande relevância”, disse.
Em 24 de dezembro,
servidores da Secretaria de Turismo conferiram pregões eletrônicos. Dentro da
secretaria, a notícia mais recente é de que os custos da estrutura,
inicialmente orçados em R$ 1,6 milhão, terão queda significativa no valor
final. Aproximadamente 10 empresas conquistaram o direito de fornecer material
para a montagem dos palcos. Isso significa, em outras palavras, que
fornecedores de todas as áreas — como iluminação, revestimento, som e imagem —
estarão envolvidos no projeto.
Como já
ocorreu em outras ocasiões, a exemplo de 2013, quando Paula Fernandes veio ao
Distrito Federal, o sertanejo será o ritmo musical mais importante da noite.
Mas a atração principal ficará em segredo até a véspera do evento. “Temos um
nome, mas ainda estamos em negociação. Não vale ficar contando tudo de uma vez,
pois isso cria uma expectativa na população e queremos que todos saiam de lá
felizes, e não frustrados”, completou a assesssoria.
Desde
outubro, a festa da virada estava indefinida. Primeiro, a Secretaria de Cultura,
então incumbida de organizar o evento, disse que não tinha autorização para
realizar o réveillon na Esplanada. No mesmo dia, o secretário de Comunicação do
Governo do Distrito Federal (GDF), André Duda, veio a público desmentir a
pasta, alegando que o governador Agnelo Queiroz (PT) havia determinado a
realização da festa da virada. Será o último ato do Executivo, antes da
transmissão de cargo para o próximo governador, Rodrigo Rollemberg (PSB).
Na
sequência, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu
a suspensão da festa por acreditar que o DF vive tempos de crise financeira, e
que o gasto não deveria ser colocado à frente do pagamento do salário dos
servidores, por exemplo. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
(TJDFT) acatou, e cancelou o evento. Dois dias depois, um recurso do governo
foi acatado. Pedido de reconsideração do MP ainda será analisado. Ontem, a
Secretaria de Turismo disse que não havia sido notificada e que, por isso,
estava ignorando o pedido e agindo com a ordem inicial de fazer o réveillon.
Iemanjá
As
estruturas de palco, banheiros, lanchonetes e a segurança reforçada da Festa da
Prainha também serão pagas com recursos do GDF. Ainda não houve um balanço
final do pregão eletrônico, cujo valor total é de R$ 158 mil, mas esse número é
muito inferior ao do ano passado, quando o governo repassou aproximadamente R$
400 mil para custear o evento.
Segundo o
presidente da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, Rafael
Moreira, outros R$ 35 mil foram prometidos à organização do evento para pagar o
cachê das atrações musicais, entre as quais se destacam os grupos Adora Roda,
que ganha R$ 7 mil pela apresentação; e o SamBrasília, que se apresenta por R$
9 mil. “Serão seis atrações pagas pelo GDF. Mas isso acontece porque a Festa de
Iemanjá mudou de estilo para receber mais pessoas. Antes era só religião.
Agora, também somos voltados ao entretenimento”, concluiu.
Fonte: Correio Braziliense.
Foto: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press - 26/12/2014