Enquanto
parte do Executivo defende ampliar exportações para a China, outro grupo, ligado
a Olavo de Carvalho, rejeita ligações com o país asiático
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(foto: Marcos Corrêa/AFP) |
Dubai — Na primeira participação na cúpula
do G20, em Osaka (Japão), o presidente Jair Bolsonaro tem na agenda quatro
encontros bilaterais com líderes da China, Índia, Arábia Saudita e Singapura. O
brasileiro chega ao Japão na próxima quinta-feira à tarde (27/6) e na
sexta-feira tem um encontro com o presidente do Banco Mundial, David Malpass.
A expectativa, entretanto, é a reunião com o
presidente chinês Xi Jinping, logo depois de um encontro informal com os
líderes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China e África do Sul). Será uma
espécie de preparação para a visita de Bolsonaro ao país oriental em agosto e a
participação de Jinping na cúpula do bloco de países emergentes e em
desenvolvimento.
O objetivo principal de parte do governo — pelo
menos o corpo mais técnico e voltado ao mercado — é Bolsonaro deixar claro a
disposição brasileira em aumentar as exportações de bens com maior valor
agregado, a partir de desenvolvimento científico e tecnológico. Tal movimento
foi feito pelo vice Hamilton Mourão em viagem à China no final de maio, quando
o general deixou claro que a tentativa de diversificar produtos para além de
minérios de ferro, soja e combustíveis.
Olavo de Carvalho
Em 2018, o comércio bilateral entre Brasil e
China chegou a US$ 98,9 bilhões (US$ 64,2 bilhões de exportações e US$ 34,7
bilhões de importações). A dificuldade, em paralelo, é a indisposição de uma
ala do governo, mais ligada ao guru de parte do bolsonarismo, Olavo de
Carvalho, que rejeita a aproximação com os chineses.
Há algo importante a considerar também que é a
própria guerra comercial entre os Estados Unidos e a China que será um dos
principais panos de fundo da cúpula do G20. A disputa entre os dois países
envolve acusações de espionagem e ações contra o comércio. Bolsonaro ainda se
encontra com Primeiro-Ministro da I%u0301ndia, Narendra Modi, com o
Pri%u0301ncipe Herdeiro da Ara%u0301bia Saudita, Mohammed bin Salman, e com o
Primeiro-Ministro de Singapura, Lee Hsien-Loong. A
previsão de retorno de Bolsonaro é no sábado,
no início da noite, logo depois do encerramento da cúpula do G20.
Fonte: Correio Braziliense