Presidente
também disse que o Congresso é soberano e que dificilmente a proposta passará
sem alterações
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Presidente da República, Jair Bolsonaro durante partida de Israel(foto: Alan Santos/PR) |
Jerusalém,
Israel - Após concluir a viagem a Israel, o presidente da
República, Jair Bolsonaro, embarcou de volta ao Brasil, nesta quarta-feira
(3/4). Antes da partida, ele atendeu a imprensa ainda no hotel e falou sobre o
foco no retorno ao país, principalmente em torno da reforma da Previdência. A
jornada de volta dura cerca de 20 horas.
O presidente negou, no entanto, que a
antecipação da volta ao Brasil tenha alguma relação com a articulação. “São
poucas horas. Isso não tem nada a ver. A previsão é de chegar na quinta-feira
(4/4), às 6h da manhã. Não dá para conversar com ninguém nesse horário. Missão
comprida aqui, tenho audiência às 8h”, afirma.
Bolsonaro disse também que conhece a maioria
dos parlamentares e não tem problema em dialogar com eles. “[O foco] agora é a Previdência.
Vamos jogar pesado na [reforma da] Previdência, porque é um marco. Se der
certo, tem tudo para fazer o Brasil decolar”, afirma.
O chefe do Planalto também disse que o
Congresso é soberano e que dificilmente a proposta passa sem alterações.
“Gostaria que passasse como chegou, mas nós sabemos que terá mudanças. Não
existem projetos sem mudanças, é coisa rara. O deputado, na ponta da linha,
sabe onde o calo aperta. A boa Previdência é a que passa. Quem vai bater o pênalti
é a Câmara e, depois, o Senado”, aponta.
Encontro
com Maia
Jair Bolsonaro também afirmou que pode
encontrar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para conversar.
Segundo ele, quem prepara o encontro é o governador de São Paulo, João Doria
(PSDB), em um jantar na sexta-feira (5/4).
O presidente, porém, não confirmou presença.
“Estou com 64 anos, não dá para ter uma batida dessas. Complica, de repente
estou
com problemas de saúde”, alega. Em seguida, ele lembrou da época do
Exército. “Sou paraquedista e sei do desgaste que é subir e saltar”, afirmou.
Mas ele afirmou que o encontro pode acontecer
na capital do país. “Estou disposto a conversar. Posso ir até na casa do Maia.
Até converso particularmente com ele, sem problema nenhum”, disse.
MP
para impulsionar empregos
Sem entrar em detalhes, Bolsonaro confirmou que
o ministro da Economia, Paulo Guedes, trabalha em uma medida provisória (MP)
para impulsionar a geração de emprego. “Está na Casa Civil. Tem termo que eu
não entendo, mas pelas pessoas da Economia que conversaram comigo, tem tudo
para tirar o Estado de cima do empreendedor”, afirma.
Ao ser questionado sobre as metas dos 100
primeiro dias do governo, o presidente afirmou que quase todas foram
alcançadas. “Mais de 90% serão atendidos, 10% serão parcialmente [atendidos]”.
Bem humorado, ele comparou com a própria
história. “Meu plano deu certo, pois saí do zero e hoje sou presidente. Se bem,
olha só, eu estou rindo aqui, mas estou envelhecendo mais rápido. A barra é
pesada.
Países
árabes
Bolsonaro confirmou que recebeu convites para
visitar países árabes, entre eles os Emirados Árabes, mas lembrou que respeita
os palestinos e o Estado de Israel. "Não estamos em situação de buscar
encrenca com ninguém. Quero é solução! Todos aqueles que puderem fazer negócios
conosco, da minha parte, vão ter todo carinho e consideração.”
“Não posso concordar com grupos terroristas,
pois estaria contra a minha biografia que combatia esse pessoal da
‘esquerdalha’ desde 70, quando era garoto. Meu compromisso é com Israel”,
concluiu Bolsonaro.
Fonte: Correio Braziliense