sexta-feira, 30 de maio de 2014

Operação Ararath: TJ pede cópia de inquéritos para apurar citações de magistrados

Juiz e desembargador são citados como beneficiados em esquema de lavagem de dinheiro.

O Tribunal de Justiça (TJ) de Mato Grosso requisitou na tarde de hoje a Justiça Federal cópias de toda a documentação referente as cinco fases da "Operação Ararath" para avaliar a possibilidade de desvio de conduta de juízes e desembargadores citados no inquérito da Polícia Federal que apura crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. Em uma documentação apreendida na casa do ex-secretário de Estado, Eder Moraes, uma planilha indica pagamento de R$ 500 mil ao juiz da 5ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá, Roberto Teixeira Seror...

O magistrado teria supostamente recebido a quantia para conceder uma liminar favorável ao Estado que seqüestrou R$ 72 milhões da empresa de Telefonia Oi, referente à sonegação de impostos. Se eventualmente ficar comprovado algum indício, deverá ser aberto uma sindicância na Corregedoria do Tribunal de Justiça para apurar
desvio de conduta e , futuramente, processo disciplinar que pode aplicar desde uma simples advertência por escrito à aposentadoria compulsória. 

O desembargador afastado Evandro Stábile também é apontado como recebedor de uma quantia de R$ 500 mil. Enquanto presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o magistrado concedeu em 2009 uma liminar favorável ao prefeito de Sinop, Juarez Costa (PMDB), que reverteu uma cassação aplicada pelo juiz de primeira instância. 
Stábile já está afastado da magistratura desde 2010, quando a Polícia Federal revelou indícios de sua participação em um esquema de vendas de sentença no desdobramento da Operação Asafe, o que já culminou até mesmo em uma denúncia formal da Procuradoria Geral da República para abertura de ação penal já acolhida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Naquela ocasião, o afastamento por tempo indeterminado foi decidido pela Corte Especial do STJ. 

Um processo disciplinar contra Stábile já está em curso no TJ. Agora, busca se verificar se tem algum elemento novo para abertura de uma nova investigação ou se acrescentará àquela já em andamento.


Fonte: RAFAEL COSTA - Folha Max