Ex-senadora tem até quinta-feira para
completar a validação de 500 mil assinaturas e oficializar a criação do partido
Rede Sustentabilidade a tempo da disputa presidencial de 2014

Hoje, a Rede informou que tem cerca de 800 mil assinaturas coletadas. Dessas, 600 mil foram entregues aos cartórios, mas apenas 189 mil foram validadas. Integrantes da legenda alegam que a regularização está sendo prejudicada pelo atraso dos cartórios. Segundo eles, os funcionários locais estariam sobrecarregados de trabalho, devido à
Outro membro da Rede, o ex-deputado federal José Fernando Aparecido (MG), reforça que o partido recolheu quase o dobro de assinaturas requeridas pelo TSE, prevendo a morosidade dos serviços em cartórios. “Nós estamos, agora, nas mãos da justiça eleitoral e contamos com a boa vontade dos cartórios para que façam o trabalho deles dentro do prazo.” O movimento, segundo ele, também já conta com 11 comissões estaduais, duas a mais do que o exigido pelo TSE. ...
Em reunião com a Comissão Nacional Provisória da Rede, ontem em Brasília, Marina Silva disse que está buscando com a justiça eleitoral uma solução para o atraso. Temendo que o partido seja prejudicado pela falha dos cartórios, ela anunciou que se reunirá, nesta semana, em audiência com a corregedora-geral do TSE, ministra Laurita Vaz, e com a presidente do tribunal, ministra Cármen Lúcia. “Não é justo que paguemos pela demora dos cartórios. Nós fizemos tudo o que a legislação nos pediu”, sustenta José Fernando.
Confiança
Membros da Rede parecem manter o otimismo, apesar da proximidade do prazo final estipulado pelo TSE. “Há esperanças de que esse processo seja cumprido até o fim, mesmo que seja no fio da navalha”, afirma Alfredo Sirkis. A esperança está fundamentada no registro de crescimento de popularidade da ex-senadora em pesquisas eleitorais. Segundo o Datafolha divulgado no último fim de semana, Dilma Rousseff enfrentaria um segundo turno contra Marina Silva, caso as eleições fossem hoje. A pré-candidata é a única que vem conquistando avanço gradual nos números do estudo, ao contrário do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que variou de 17% para 13%, e do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que oscilou de 7%para 8%.
Em relação à última pesquisa, realizada em meio às manifestações de junho, Marina subiu de 23% para 26%. Segundo o Sirkis, o novo partido casa com as reivindicações das ruas, especialmente ao questionar o modelo político vigente. “A governabilidade tem de incluir, cada vez mais, a sociedade. Não pode haver espaços abertos. Do contrário, os políticos ocuparão.”
Caso o movimento perca o prazo, Marina e aliados discutirão uma alternativa para 2014. Até o momento, não houve debate sobre união da Rede com outros partidos, segundo Sirkis. “Isso só poderá ser discutido depois de quinta-feira. Por enquanto, vamos continuar juntando esforços para a construção do partido.”
Por Daniela Garcia
Fonte: Correio Braziliense - 12/08/2013