quarta-feira, 13 de março de 2013

CLDF, GDF e a hipocrisia de suas excelências


A vitória de Cristiano Araújo para presidir a Comissão de Assuntos Fundiários poderá desencadear uma guerra sem vencedores

A recente disputa do comando da CAF entre os poderes Executivo e Legislativo com insinuações mútuas, deixou no ar um cheiro de "mal feito, de falta de confiança e desrespeito entre esses dois poderes do DF”, isso pra não dizermos outra coisa.

A pancadaria verbal que se travou em torno da eleição para a comissão deixou claro um interesse que não deveria existir, se restringir à defesa de apenas dois projetos encaminhados pelo Executivo, o PPCUB e a LUOS, ambos retirados pelo GDF após a eleição de Cristiano Araújo para a presidência da CAF sob o argumento de que “prefere não submetê-los ao clima de insegurança gerado na Câmara Legislativa do Distrito Federal com  a nova formatação política das comissões temáticas da Casa”, declaração que  só não foi pior do que a atribuída ao distrital Chico Vigilante que ao  fazer referência ao
resultado da votação e consequente  vitória do parlamentar disse em alto e bom som que foi “porque o governo não se sentiu à vontade em deixar pautas tão importantes e significativas para a população de Brasília, nas mãos do novo presidente da CAF, o deputado Cristiano Araújo”. ...

O constrangimento foi sentido por ambos os lados, as acusações e reações habitam o imaginário de todos. O que quiseram dizer Chico Vigilante e o Executivo?

Por sua vez o deputado Cristiano Araújo se defendeu atacando, "se há suspeição então que se aponte os nomes". Ficou ruim para o Legislativo, mas para o Executivo ficou pior, pois a quem acusa cabe o ônus da prova.

Nos bastidores integrantes dos dois poderes destilam suas desconfianças sob o manto do "off" e dizem "que a comissão pode se transformar sim em um grande balcão de negócios para integrantes de ambos os poderes, Executivo e Legislativo, principalmente num ano pré eleitoral". Só não explicam que negócios.

Diante da exposição negativa dos que compõem a CAF,  já comenta-se que a comissão foi esvaziada. Aos seus integrantes agora compete o dever de demonstrar que não são somente os projetos do PPCUB e LUOS os que despertam seus interesses, mas que os mesmos são institucionais, republicanos e o que deve  prevalecer é o papel fiscalizador da comissão.

Um bom exemplo de fiscalização seria fazer um pente fino em todas as mudanças de destinação de áreas, principalmente as que foram modificadas para permitirem a instalação de postos de gasolina em Taguatinga, Águas Claras, Guará e Santa Maria. Seria salutar enterrar as insinuações de que há irregularidades em algumas delas, verificar se os proprietários destes terrenos por terem sido beneficiados com a valorização recolheram aos cofres do DF a "mais valia" e se não há distorções nos valores avaliados, isso é fácil de fazer.

Poderiam também os integrantes da CAF dentro das suas prerrogativas, verificarem se estão sendo obedecidos os embargos impostos pelas administrações regionais a obras de grandes empreendedores.

Se isso for pouco, que se dignem os membros da CAF a solicitar informações ao MPF e a PF sobre o envolvimento de agentes públicos de órgãos do DF que foram alvo da Operação Perímetro, levada a cabo pela Policia Federal que investiga uma suposta fraude cometida contra o patrimônio territorial do Distrito Federal envolvendo uma grande construtora nacional em uma área conhecida como Fazenda Cana do Reino.

Se os distritais desejarem e dentro das atribuições da CAF, prestarão um grande serviço ao DF,  fora disso as insinuações continuarão, as provas não aparecerão e no campo das ilações e do imaginário de todos ficará só uma certeza, a de que existe HIPOCRISIA de ambos os lados.



Fonte: Edson Sombra / Redação - 13/03/2013




Segundo a procuradoria, uma emenda do parlamentar, em 2010, foi desviada para realização de um show em Sobradinho, região administrativa do Distrito Federal. Ainda, de acordo com os investigadores, o valor do show foi bem abaixo do cobrado no contrato, que não passou por licitação. Além dele, sócios da empresa que teriam sido beneficiadas também foram denunciados.

 denúncia segue agora para a desembargadora Sandra Santes, que deve notificar o deputado para que ele apresente uma defesa prévia. Mas apenas o Conselho Especial do Tribunal de Justiça, formado por 17 desembargadores, é que vai decidir se acata ou não a denúncia da procuradoria.

Operação Mangona

Em novembro de 2012, o MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) com apoio da Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em 14 endereços do DF e Entorno. O objetivo da Operação Mangona, que começou durante a madrugada, é reunir provas de supostos desvios de recursos de emendas parlamentares para eventos culturais e esportivos.

A polícia esteve na Secretaria de Micro e Pequenas Empresas, na casa do secretário Raad Massouh, em Sobradinho, região administrativa do DF, e no hotel fazenda RM, que pertence ao político.

O material apreendido servirá de provas na investigação que tramita no Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

Segundo o diretor da Polícia Civil, Jorge Xavier, a operação tem vários alvos e foi necessário reunir policiais da Deco (Delegacia de Repressão Contra o Crime Organizado), Decap (Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública) e DOE (Divisão de Opeações Especiais).
Fonte: R7, com informações da TV Record Brasília - 13/03/2013