O prefeito de São Paulo,
Fernando Haddad (PT), recebeu na manhã desta quarta-feira a visita do
ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Lula permaneceu no prédio
da prefeitura por cerca de uma hora e meia, dos quais 20 minutos foram reservados
para um encontro a sós com o prefeito. Depois disso, por cerca de
uma hora, os
dois participaram de uma reunião aberta, com a presença da vice-prefeita Nádia
Campeão (PCdoB), secretários municipais, e membros do Instituto Lula, como
Clara Ant e Luiz Dulci. ...De acordo com Haddad, o único a falar depois do encontro, foi uma conversa informal que girou em torno de dois temas: as possibilidades de parcerias com os governos do Estado e da União e a participação popular na gestão da prefeitura.
Segundo o prefeito, Lula pediu para que se levasse em conta as oportunidades de parceria com o Estado, governado por Geraldo Alckmin (PSDB). "Muita coisa que o governo do Estado quer fazer depende da prefeitura e projetos da prefeitura dependem do Estado", disse Haddad.
"Ele (Lula) me ligou e pediu para nos encontrarmos. Foi uma conversa informal, não tinha uma agenda de trabalho. Trocamos impressões sobre o trabalho no município, sobre as possibilidades de parceria com o governo federal, dando exemplo de parcerias exitosas envolvendo União. Citou o caso bem sucedido do Rio, onde prefeito, governador e presidente se entenderam em torno de um plano de desenvolvimento para o Estado e o município", disse ele.
Haddad disse ainda que a decisão de deixar o aumento das tarifas de ônibus na capital paulista para junho - os reajustes costumavam acontecer no começo do ano - passou por uma conversa com o ministro da Fazenda Guido Mantega. "O que houve foi uma conversa com o ministro Mantega para descasar os aumentos que costumam acontecer no começo do ano, que penalizam a população e prejudica a gestão da política monetária", disse ele.
O prefeito rebateu as críticas do jornal britânico Financial Times, para quem a política econômica brasileira é conduzida na base do "jeitinho". "(O governo) faz uma política de gestão. Se há contratos que coincidem o reajuste, a coisa mais natural do mundo é fazer gestão no sentido de descasar os reajustes ao longo do ano para que não haja um mês em que o impacto seja muito forte", disse ele.
Fonte:
Terra - 16/01/2013
