Durante
o reencontro, a mulher disse que se recuperaria para poder cuidar novamente das
crianças
No sábado (1°/6), a mulher foi ao abrigo e ao hospital onde as crianças estão internadas(foto: Vinicius Cardoso Vieira/Esp. CB/D.A Press) |
Após
ter liberdade concedida pela Justiça, a mãe das quatro crianças
espancadas em Planaltina de Goiás visitou os filhos. Ela estava presa
preventivamente por tráfico de drogas desde fevereiro. A decisão saiu na
sexta-feira (31/5), quando a juíza de direito Lea Martins Sales Ciarlini converteu
a prisão dela em domiciliar. No sábado (1°/6), ela foi ao abrigo e ao hospital
onde as crianças estão internadas. Umas das filhas, de 7 anos, não resistiu às
agressões e morreu na quarta-feira (29/5).
Os filhos, de 1 e 9 anos, estão em um abrigo de
Planaltina de Goiás. De acordo com o Conselho Tutelar, a mãe garantiu às
crianças que iria se recuperar para tirá-las do lugar. Quando foi presa, a
mulher e o marido estavam em situação de rua e foram encontrados com porções de
crack e maconha, em Sobradinho.
A outra filha, de 3 anos, está internada no
Hospital da Criança de Brasília. A garota chegou à unidade de saúde com duas
fraturas no braço. Ela precisou passar por cirurgia para corrigir o problema.
Além disso, ela apresentou forte anemia e passou por transfusão de
sangue.
A menina também precisou ser sedada e passar
por uma limpeza de pele, porque os ferimentos dela estavam infestados de
larvas. Apesar das enfermidades, ela está estável, mas ainda não tem previsão
de alta.
O Conselho Tutelar ainda não sabe se as
crianças serão entregues à mãe. A aproximação delas está sendo feita mediante
ao órgão em parceria com o poder judiciário.
Escoltados
Os
pais das crianças compareceram ao velório da filha de 7 anos escoltados pela
Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE), da Subsecretaria do
Sistema Penitenciário Do Distrito Federal (Sesipe). A cerimônia de despedida
começou por volta das 12h e eles permaneceram menos de 15 minutos no lugar.
Fortemente armados, os agentes pediram para que os presentes se afastassem e
ninguém pôde conversar com o casal.
Entenda
o caso
Depois da prisão dos pais, as três meninas de
1, 3 e 7 anos e o menino de 9 passaram a morar com a tia, de 17 anos, e o
namorado dela, de 19, em um barraco na periferia de Planaltina de Goiás.
Durante quatro meses, o casal agredia constantemente os pequenos. Na quarta, a
menina de 3 anos, com fome e trancada em casa, pediu comida a um
vizinho.
A ação irritou a tia, que começou as agressões.
Um vizinhou denunciou a situação à polícia, mas quando as autoridades chegaram
ao local, uma das vítimas estava morta. Dois dias após o crime, os moradores,
revoltados, incendiaram o terreno onde a família morava.
Fonte: Correio Braziliense