Deputados
e empresários comemoram estudo inédito sobre a efetividade da Zona Franca de
Manaus. Em audiência da Comissão de Integração Nacional, a Fundação Getúlio
Vargas detalhou uma pesquisa recente que mostra como a Zona Franca, criada há
52 anos, tem sido fundamental para o desenvolvimento econômico de Manaus e do
Amazonas. Hoje, o polo industrial tem cerca de 600 empresas de alta tecnologia,
sobretudo nos setores eletroeletrônico, químico e motociclístico.
Polo industrial tem hoje cerca de 600 empresas de alta tecnologia |
Segundo
o estudo da FGV, a Zona Franca de Manaus gera 85 mil empregos diretos e 500 mil
indiretos e melhorou o índice de desenvolvimento humano da região. Atualmente,
a renda per capita do Amazonas, de R$ 17 mil, é apenas duas vezes menor do que
a de São Paulo, de R$ 30 mil. Nos anos 1970, essa diferença era de sete vezes
(R$ 2,4 mil x R$ 17,4 mil).
Coordenador
do estudo, o professor da FGV Márcio Holland também citou dados favoráveis em
relação ao índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb). Holland
criticou levantamento da Receita Federal que aponta um custo fiscal de R$ 25
bilhões da Zona Franca de Manaus. Para o professor da FGV, a "desigualdade
regional não teria diminuído sem o investimento em políticas de
desenvolvimento".
"Se
não tivesse o gasto tributário, não teria arrecadação, não teria 500 mil
empregados diretos e indiretos, não teria a expansão da renda per capita
relativa, não teria incentivo à educação e à escolaridade. Enfim, eu não sei o
que seria do Amazonas e não sei o que seria de Manaus".
O
superintendente da Zona Franca de Manaus, Alfredo de Menezes Júnior, lembrou
que o modelo inicial, adotado em 1967, era estrategicamente baseado na ocupação
da região Norte. Posteriormente, o modelo ganhou teor econômico e tem
contribuído também para a preservação ambiental. Menezes Jr. argumenta que o
número crescente de trabalhadores na indústria reduz as pressões de
desmatamento florestal na região.
"O
modelo é exitoso porque gera benefícios econômicos e sociais principalmente
dentro da nossa região, mas também fora da nossa região nós geramos emprego e
renda. E a floresta está em pé", disse.
O
superintendente afirmou ainda que, entre os desafios atuais, estão a busca de
matrizes econômicas complementares a esse modelo e o reforço na divulgação dos
resultados positivos da Zona Franca de Manaus para o restante do país,
sobretudo na região Sudeste. Coordenador do debate, o deputado Capitão Alberto
Neto (PRB-AM) ressaltou que o estudo da FGV deixa claro que a zona franca não
pode ser prejudicada em eventual reforma tributária em discussão no Congresso
Nacional.
"O
estudo foi muito importante nesse momento de insegurança econômica do país, sem
crescimento. O Amazonas e a Zona Franca fizeram a sua parte com
competência", afirmou.
O
debate na Comissão de Integração Nacional também contou com representantes da
Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) e dos Ministérios da
Economia e de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Reportagem
– José Carlos Oliveira
Edição – Ana Chalub
Edição – Ana Chalub
Fonte: 'Agência Câmara Notícias'