O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde o dia 7 de abril em
Curitiba, depois de ser condenado a doze anos por corrupção e lavagem de
dinheiro, é o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) às eleições
presidenciais
Buenos
Aires, Argentina - Em campanha internacional pela libertação de
Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff advertiu nesta terça-feira (1) em Buenos
Aires que ele ganhará as eleições de outubro mesmo na prisão.
"Livre ou preso, ele será eleito
presidente do Brasil", assegurou a ex-presidente ao público da Feira do
Livro de Buenos Aires, onde apresentou o livro "Lula, a verdade
vencerá".
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
preso desde o dia 7 de abril em Curitiba, depois de ser condenado a doze anos
por corrupção e lavagem de dinheiro, é o candidato do Partido dos Trabalhadores
(PT) às eleições presidenciais.
Por meio de uma carta enviada por seus
advogados, Lula deu seu aval para que o PT considere outras opções à
presidência, mas o partido já afirmou que não desistirá de sua candidatura. O
ex-presidente é o favorito segundo as pesquisas, à frente do candidato de
extrema direita, Jair Bolsonaro.
Dilma Rousseff afirmou que teme pela vida de
Lula ao criticar a decisão de uma juíza de Curitiba que impediu a a visita à
prisão do argentino Adolfo Pérez Esquivel, premiado com o Nobel da Paz em 1980.
Esquivel estava
presente no evento junto com a presidente das Avós da Praça de Maio,
Estela de Carlotto, e outros líderes políticos e sindicais argentinos.
"Tenho medo pela vida de Lula. Tenho
medo pela comida, pela água que ele toma; porque se foram capazes de impedir a
visita de um prêmio Nobel da Paz, a visita de um médico...", disse Dilma.
"O Brasil está sendo mais duro com Lula
do que foi na ditadura porque o temem", acrescentou.
Lula representa "a arma que temos para
lutar contra o enquadramento do Brasil em um neoliberalismo brutal",
afirmou.
Para ela, o ex-presidente "é um preso
político e vítima de um crime: este processo (judicial) é uma vergonha política
que vai contra todos os direitos humanos", disse.
Com Dilma estiveram outros líderes
latino-americanos como o ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper e o ex-prefeito
da Cidade do México Cuauhtémoc Cárdenas.
Dilma Rousseff descreveu a prisão de Lula
como mais um episódio de um processo de avanço de ideias neoliberais, no qual
também incluiu a recente decisão de seis países sul-americanos de suspender a
Unasul.
"Vemos como desastrosa essa decisão que
interrompe um processo de integração na América Latina", disse.
Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, Paraguai
e Peru suspenderam suas atividades no bloco até que se nomeie o sucessor de
Samper, cujo mandato como secretário-geral concluiu em janeiro de 2017.
Fonte: Correio Braziliense