terça-feira, 7 de abril de 2015

Homem é preso ao invadir escola do DF e agredir servidores e 13 alunos

Caso foi no Centro de Ensino Fundamental da Estrutural nesta segunda. Professora levou cadeirada e foi levada para Hospital de Base, diz Samu.

Funcionários do Centro de Ensino Fundamental 1 da Estrutural, no DF, escola invadida por um homem que agrediu 16 pessoas na tarde desta seguunda (6) (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

Um homem invadiu o Centro de Ensino Fundamental 1 da Estrutural, no Distrito Federal, na tarde desta segunda-feira (6) e agrediu pelo menos 16 pessoas, segundo a Polícia Militar. As vítimas são o vigilante da escola, 13 alunos e duas professoras. Uma delas foi levada ao hospital com suspeita de fratura em uma das pernas.
Inicialmente, o Samu informou ao G1 que 11 crianças e uma professora haviam sido agredidas.
De acordo com a PM, o homem foi preso em flagrante logo após a invasão. A corporação informou que ele tem 33 anos e é morador da Estrutural, mas não tem nenhuma relação conhecida com o colégio. Ele estava em prisão domiciliar e tem quatro
passagens por tráfico de drogas, roubo qualificado e furto. Um mandado de busca e apreensão contra ele estava em aberto.

O suspeito foi levado para a 1ª DP. Testemunhas afirmam que ele não falou nada durante o ato e não explicou, em nenhum momento, o motivo das agressões. Segundo a diretora da escola, Roseli de Melo, o homem tinha os olhos "vidrados" e parecia estar sob efeito de drogas.


A educadora com suspeita de fratura foi transportada para o Hospital de Base. Não há informações sobre o estado de saúde dela. O Samu informou que as crianças e o vigia receberam atendimento no local. De acordo com a PM, o suspeito tentou esfaquear algumas pessoas em uma casa nas proximidades, antes de invadir a escola. À noite, policiais do Batalhão Escolar não confirmaram a informação deste ataque anterior.
Policiais militares dentro de escola da Estrutural, no DF, que foi invadida por homem de 33 anos (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

Devido ao caso, as aulas de ensino médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do período noturno foram canceladas. Até as 19h, homens do Corpo de Bombeiros e do Samu ainda atendiam a uma das professoras, que teve ferimentos leves e estava em choque, e à diretora, também em choque.
Eu trabalho há cinco anos aqui nessa escola da Estrutural. Não o conheço, nunca o vi por aqui. O que mais me choca não é o que ocorreu, a invasão, mas a questão da violência. Foi tudo muito violento"
Roseli de Melo,
diretora do CEF 1 da Estrutural

Agressão

Roseli afirma que o crime começou por volta das 16h10. O agressor pediu para entrar na escola, mas o vigilante informou que o trânsito de pessoas era proibido no horário do recreio. Como a solicitação foi negada, o agressor pegou uma cadeira, a quebrou no chão e usou a barra metálica de sustentação para bater no porteiro.
Cerca de 400 crianças com idades entre 10 e 13 anos estavam no pátio, segundo Roseli. "Eu trabalho há cinco anos aqui nessa escola da Estrutural. Não o conheço, nunca o vi por aqui. O que mais me choca não é o que ocorreu, a invasão, mas a questão da violência. Foi tudo muito violento", diz a diretora.
Já dentro da escola, o homem continuou a bater com a cadeira nas crianças que apareceram pela frente. Uma das professoras tentou impedi-lo, mas foi jogada contra a parede, disse a direção. Outra servidora correu para ajudá-la, mas também foi agredida. Após cair no chão, ela continuou a receber golpes e precisou ser hospitalizada com suspeita de fratura.
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Mancha de sangue no pátio de uma escola da Estrutural, onde um homem foi imobilizado após invadir o espaço e agredir alunos e professores na tarde desta segunda (6) (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

Uma outra servidora correu para a rua e pediu socorro, permitindo a entrada de um grupo de rapazes que passava no local. Com a ajuda do vigilante agredido na porta, os homens conseguiram imobilizar e amarrar o agressor até a chegada da polícia.
A professora de atividades Dirce Déa Dumont afirma que uma das alunas conseguiu pular o muro e pediu ajuda para a mãe, uma servidora da administração regional da Estrutural que conseguiu ligar e acionar a PM.
Após a confusão, uma das alunas agredidas afirmou a Dirce que a irmã já foi vítima do mesmo homem, em um episódio semelhante em outra escola da região. Outra estudante disse que "um homem parecido" já teria atacado a casa de uma vizinha, também na Estrutural.
“É um louco que está solto por aí. Nós estamos correndo risco e ninguém faz nada. Parece que abafaram outros casos [de invasão e agressão]. Nunca ficamos sabendo”, afirmou Dirce.
A gente tem que imaginar que o batalhão cobre 1.190 escolas, com cerca de 400 policiais. Nós fazemos o policiamento de acordo com as estatísticas e a situação de cada escola. Se nós pudéssemos colocar um em cada escola, seria o ideal, mas hoje não temos essa condição"
Júlio César de Oliveira,
comandante do Batalhão Escolar do DF

Reforço

O comandante do Batalhão Escolar do DF, tenente-coronel Júlio César de Oliveira, afirmou que o policiamento será reforçado na entrada e nas imediações do colégio. "Foi um fato isolado. Essa escola tem atendimento do batalhão com prevenção, repressão e ação comunitária. A partir de amanhã, entre 7h e 23h, teremos uma dupla de policiais no colégio. É permanente", afirmou.
O militar disse reconhecer que o policiamento é insuficiente nos colégios da capital. "A gente tem que imaginar que o batalhão cobre 1.190 escolas, com cerca de 400 policiais. Nós fazemos o policiamento de acordo com as estatísticas e a situação de cada escola. Se nós pudéssemos colocar um em cada escola, seria o ideal, mas hoje não temos essa condição", afirmou. 
A diretora da unidade disse que não considera a segurança suficiente, mas negou que a escola fique em uma área violenta. "Eu não considero suficiente, e ninguém vai considerar, porque são 490 alunos. Mas não sou eu que tenho que falar isso, porque eu sou a diretora. Pedagogicamente, eu garanto a segurança. Eu não tenho problema aqui na Estrutural, foi um fato isolado", disse Roseli.

Fonte: G1