Para Guido Mantega, redução nos gastos públicos
fará País voltar a ter superávit primário de até 2,5% do PIB em 2015
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou
nesta sexta-feira, 7, que o governo vai reduzir em 2015 os subsídios
financeiros nos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES). Mantega também mencionou cortes no auxílio-doença -hoje na casa
dos R$ 70 bilhões - e na pensão por morte - no patamar de R$ 90 bilhões...
Para o ano
que vem, quando não estará mais no cargo, Mantega disse que o resultado
primário deverá fechar 2015 positivo de 2% a 2,5% na proporção do Produto
Interno Bruto (PIB).
Sobre outros
cortes de gastos do governo, ele não quis dar mais detalhes, alegando que os
estudos que vão viabilizar os cortes de despesas ainda não
foram finalizados.
"Assim que finalizarmos, anunciaremos para vocês", disse Mantega,
após participar do Encontro Fiscal 2014 na FGV.
Sobre o
fator previdenciário, ele disse que não está sendo discutido no Orçamento. Para
este ano, o ministro disse que pode se esperar um primário positivo. Guido
Mantega disse que o juro da dívida encontra-se em um patamar elevado e que isso
acaba pressionando a política fiscal. De acordo com ele, isso ocorre porque a
taxa de juro no Brasil costuma ficar em patamar mais elevado em relação ao
padrão internacional.
Confusão
Mantega
falou que há muita confusão e mal entendidos em relação à politica fiscal no
Brasil. E prometeu desfazer um pouco da confusão. "Minha avaliação terá um
viés mas otimista porque eu sou responsável por essa política há 12 anos",
disse.
O ministro
voltou a apontar a crise internacional como problema para o desempenho da
economia ao afirmar que o governo reduziu impostos para investimento e consumo
de bens duráveis. Mas antes de 2008, de acordo com ele, a situação fiscal era
confortável e seguia o bom desempenho da economia. Isso significava, de acordo
com ministro, maior arrecadação.
Foi nesse
período, de acordo com ele, que ocorreu o forte processo de formalização do
mercado de trabalho brasileiro. "Nós aperfeiçoamos os processos de
controle da arrecadação. O resultado primário de 2000 a 2008 foi maior com uma
taxa expressiva de primário, maior que na grande maioria dos países",
disse.
Sucessor
O ministro
disse que o principal desafio do próximo ministro da Fazenda será o de fazer a
transição de um período de crise enfrentado com políticas anticíclicas para um
novo ciclo de expansão econômica. Ele evitou comentar os nomes que estão sendo
cotados para a Fazenda. "A minha fonte é a presidente Dilma e ela não
anunciou nenhum nome até agora", disse Mantega ao ser provocado pelos jornalistas
a comentar os nomes ventilados para substituí-lo.
Fonte: Revista Istoé /
AE - 07/11/2014