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Foto: reprodução |
Encerrada
a Copa do Mundo, as campanhas políticas começam agora a tomar corpo no Distrito
Federal. Alguns candidatos, inclusive, já distribuíram cavaletes, faixas e
cartazes pelas ruas da cidade — o que não agradou parte da população. Mesmo
sendo permitidas pelas novas regras eleitorais, que impuseram limites, as
propagandas incomodam quem passa pelas ruas da cidade. Para os moradores, as
imagens são tidas como poluição visual e não deveriam ser permitidas de forma
alguma.
“Quem faz isso não ganha meu
voto. Acho um desrespeito com a cidade. A legislação pode até permitir, mas eu
não admito. Brasília fica feia cheia de propaganda espalhada por aí, fora o
lixo que se acumula aos poucos. Acho que os próprios candidatos
deveriam rever
suas formas de ganhar o voto do cidadão. Sujar a cidade não é a melhor forma de
campanha”, desabafa a estudante Fernanda Leiva, 26 anos.
Ranking
O Jornal de Brasília percorreu
algumas das principais avenidas de Brasília e flagrou os candidatos que mais
fazem propaganda visual pela cidade. O candidato ao Governo do Distrito Federal
pelo PSDB, Luiz Pitiman, bateu o recorde. Foram mais de 20 de cavaletes
espalhados entre o Setor de Indústrias Gráficas (SIG) e a Estrada Parque
Taguatinga-Guará (EPTG). Atrás dele, bem perto, o postulante ao Senado Federal
pelo PT, Geraldo Magela, com aproximadamente 15 imagens no mesmo percurso.
No Guará, os candidatos que
mais mostram seus largos sorrisos espalhados pela cidade são os deputados
federais Erika Kokay e Roberto Policarpo, ambos do PT. Policarpo, como outros,
tomou o cuidado de deixar algumas pessoas por perto, para retirarem os cavaletes
no fim do dia, como manda a legislação. Procurado, o parlamentar inclusive se
posicionou: "Considero legítimo esse tipo de campanha. Aliás, é uma forma
de campanha prevista em lei”, afirmou.
Novas regras ampliam restrições
Uma revisão nas normas eleitorais
trouxe uma série de limites à propaganda dos candidatos. Agora está proibido,
para os políticos, o uso de outdoors e de muros. Não se pode mais, como antes,
pintar paredes com nomes ou slogans. Para os cartazes, assim como para as
faixas, há limites de tamanho. Uma exigência adicional, válida para todos, é
que sejam móveis. Devem também ser removidos à noite. Por isso, é preciso que
estejam sempre acompanhados por alguém.
Cartilha pata orientar eleitor
e candidato
“Acho um absurdo as pessoas
acharem isso normal. A gente sabe que é legítimo, eles sabem, mas deixa a
cidade feia, suja”, criticou a funcionária pública, Gláucia Coelho, 30.
Segundo a legislação eleitoral,
os cavaletes, cartazes, bandeiras e outros meios de propaganda eleitoral móvel
podem ser colocados ao longo de vias públicas, desde que não dificultem o
trânsito de pessoas e veículos. Ainda de acordo com o texto, qualquer cidadão
está apto a fiscalizar os materiais. Para denunciar abusos, basta ir a um
Cartório Eleitoral e informar a infração.
Nos casos flagrados pelo Jornal
de Brasília, todos cumpriam os requisitos citados acima. Porém, justamente por
serem móveis, estes materiais devem ser colocados e retirados todos os dias,
podendo ficar expostos das 06h às 22h horas, somente até o dia 04 de outubro,
véspera das eleições.
Dúvidas
Para não deixar dúvidas, o
Tribunal Regional Eleitoral do DF lançou, no início deste mês, uma Cartilha da
Propaganda Eleitoral 2014 destinada a orientar partidos políticos e candidatos
sobre o que pode e o que não pode ser feito.
Em 2012, os materiais de
propaganda eleitoral foram responsáveis por grandes dores de cabeça a quase
todos os candidatos. Durante o dia, adversários ou pessoas mal intencionadas
furtavam as propagandas e as colocavam em lugares indevidos.
Os citados foram procurados,
mas só Policarpo se posicionou.
Saiba mais
O Tribunal Regional Eleitoral e
os partidos políticos assinaram um termo de compromisso firmando as decisões
tomadas na cartilha de Propaganda.
Entre os itens do termo de
compromisso estão realizar a distribuição de material gráfico sem poluir vias
públicas; não utilizar qualquer meio de propaganda móvel que cause dano a
outras pessoas e lugares.
Também está proibido utilizar
carros de som e fazer barulho em áreas predominantemente residenciais ou de
hospitais.
Fonte:
Jornal de Brasília.