Candidato a presidente da Câmara
diz que trabalhará por votação de vetos. Ele
afirmou anda que Legislativo é ‘injustiçado’ por ser transparente.
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O deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) discursa para os colegas na sessão de eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados, em Brasília. (Foto: Laycer Tomaz/Agência Câmara |
Candidato do PMDB à
presidência da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) afirmou
na tribuna da Casa que, se eleito, os veto presidenciais a projetos aprovados
pelos deputados não serão mais “a última palavra”.
“Assumiremos
posições. Faço mea-culpa por todos nós termos nos omitirmos e deixado 3 mil
vetos sem ser apreciados. Vamos corrigir o erro. A partir de agora o veto não
pode ser, não vai mais ser, a última palavra da ação legislativa”, afirmou,
sendo aplaudido em seguida pelos deputados.
Henrique Alves concorre nesta
segunda à presidência da Câmara com a colega de partido Rose de Freitas
(PMDB-ES), e os deputados Júlio Delgado (PSB-MG) e Chico Alencar (PSOL-RJ).
Antes, Rose de Freitas disse
que o Congresso deve votar os vetos para
não "permanecer
com a página do descrédito".
Henrique
Eduardo Alves também criticou a quantidade de medidas provisórias editadas pela
Presidência da República. "Essa casa é sufocada pelas medidas provisórias.
Vamos tornar essa casa um palco de debates." O peemdebista afirmou ainda
que vai criar uma comissão especial para discutir propostas que façam com que o
pagamento de emendas parlamentares não dependam de decisão do Poder Executivo.
"Vou
criar a comissão especial para apreciar três PECs para fazer um orçamento
impositivo para as emendas individuais", disse, sendo novamente aplaudido
pelos deputados presentes à sessão.
Henrique
Alves afirmou, no discurso, que o Legislativo é o poder "mais
criticado" por ser o "mais transparente". "Se esta Casa é a
mais injustiçada dos poderes, e é, se é a mais criticada dos poderes , e é, não
é pelos seus defeitos é por ela se expor, ser transparente, ser
verdadeira." Ele destacou que os ministros de Estado e os juízes não
são eleitos pelo povo, como o presidente da República, senadores e deputados.
O peemdebista
também deixou claro que fará mudanças na TV Câmara ao dizer que ela deve ser
"mais Câmara e menos TV".
“A TV Câmara
tem que ser mais Câmara do que TV. Não quero mais ver aquela imagem do plenário
vazio. Aquilo era sempre uma segunda ou sexta-feira. Uma imagem de que o
deputado não trabalha. Vou dizer à TV Câmara: ‘seja mais Câmara e menos TV”,
afirmou.
'Dossiê'
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Dossiê com denúncias contra o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) foi distribuído aos gabinetes dos parlamentares (Foto: Nathalia Passarinho / G1) |
Henrique
Eduardo Alves iniciou o discurso criticando a distribuição anônima nesta sexta,
a todos os 513 gabinetes de deputados, de uma publicação com um compilado de
sentenças judiciais e matérias jornalísticas que trazem denúncias contra o
peemdebista.
Na capa da
publicação, que tem formato de revista, está escrito: "Candidato condenado
no Rio Grande do Norte, com direitos políticos cassados e responde a vários
processos".
“Fui
surpreendido hoje com a divulgação apócrifa de um documento. Comportamento sem cara,
sem rosto, anônimo, clandestino, subterrâneo. Quero apenas dizer a esta casa
que as labaredas do fogo amigo, inimigo, não sei de quem partiu. Para quem
construiu o alicerce dessa Casa essas pequenas labaredas não resistem”, disse
Henrique Alves.
Henrique
Eduardo Alves também destacou que é deputado há 42 anos, está na 11ª
legislatura. "Quem tem 42 anos aqui, conhece suas casas, suas entranhas,
qualidades, erros, defeitos, imperfeições, suas carências, seus sonhos, e seu
caráter. Quem tem essa história ao se sentar ali [na cadeira de presidente], é
fazer ou fazer. E se Deus quiser eu vou fazer, mas faremos juntos."
Fonte: G1