segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

‘Veto não será mais a última palavra’, diz Henrique Eduardo Alves


Candidato a presidente da Câmara diz que trabalhará por votação de vetos. Ele afirmou anda que Legislativo é ‘injustiçado’ por ser transparente. 



O deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)
discursa para os colegas na sessão de eleição do
novo presidente da Câmara dos Deputados,
em Brasília. (Foto: Laycer Tomaz/Agência Câmara
Candidato do PMDB à presidência da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) afirmou na tribuna da Casa que, se eleito, os veto presidenciais a projetos aprovados pelos deputados não serão mais “a última palavra”.
“Assumiremos posições. Faço mea-culpa por todos nós termos nos omitirmos e deixado 3 mil vetos sem ser apreciados. Vamos corrigir o erro. A partir de agora o veto não pode ser, não vai mais ser, a última palavra da ação legislativa”, afirmou, sendo aplaudido em seguida pelos deputados.
Henrique Alves concorre nesta segunda à presidência da Câmara com a colega de partido Rose de Freitas (PMDB-ES), e os deputados Júlio Delgado (PSB-MG) e Chico Alencar (PSOL-RJ).
Antes, Rose de Freitas disse que o Congresso deve votar os vetos para
não "permanecer com a página do descrédito".
Henrique Eduardo Alves também criticou a quantidade de medidas provisórias editadas pela Presidência da República. "Essa casa é sufocada pelas medidas provisórias. Vamos tornar essa casa um palco de debates." O peemdebista afirmou ainda que vai criar uma comissão especial para discutir propostas que façam com que o pagamento de emendas parlamentares não dependam de decisão do Poder Executivo.
"Vou criar a comissão especial para apreciar três PECs para fazer um orçamento impositivo para as emendas individuais", disse, sendo novamente aplaudido pelos deputados presentes à sessão.
Henrique Alves afirmou, no discurso, que o Legislativo é o poder "mais criticado" por ser o "mais transparente". "Se esta Casa é a mais injustiçada dos poderes, e é, se é a mais criticada dos poderes , e é, não é pelos seus defeitos é por ela se expor, ser transparente, ser verdadeira."  Ele destacou que os ministros de Estado e os juízes não são eleitos pelo povo, como o presidente da República, senadores e deputados.
O peemdebista também deixou claro que fará mudanças na TV Câmara ao dizer que ela deve ser "mais Câmara e menos TV".
“A TV Câmara tem que ser mais Câmara do que TV. Não quero mais ver aquela imagem do plenário vazio. Aquilo era sempre uma segunda ou sexta-feira. Uma imagem de que o deputado não trabalha. Vou dizer à TV Câmara: ‘seja mais Câmara e menos TV”, afirmou.
'Dossiê'

Dossiê com denúncias contra o deputado Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN) foi distribuído aos
gabinetes dos parlamentares (Foto: Nathalia
Passarinho / G1)

Henrique Eduardo Alves iniciou o discurso criticando a distribuição anônima nesta sexta, a todos os 513 gabinetes de deputados, de uma publicação com um compilado de sentenças judiciais e matérias jornalísticas que trazem denúncias contra o peemdebista.
Na capa da publicação, que tem formato de revista, está escrito: "Candidato condenado no Rio Grande do Norte, com direitos políticos cassados e responde a vários processos".
“Fui surpreendido hoje com a divulgação apócrifa de um documento. Comportamento sem cara, sem rosto, anônimo, clandestino, subterrâneo. Quero apenas dizer a esta casa que as labaredas do fogo amigo, inimigo, não sei de quem partiu. Para quem construiu o alicerce dessa Casa essas pequenas labaredas não resistem”, disse Henrique Alves.
Henrique Eduardo Alves também destacou que é deputado há 42 anos, está na 11ª legislatura. "Quem tem 42 anos aqui, conhece suas casas, suas entranhas, qualidades, erros, defeitos, imperfeições, suas carências, seus sonhos, e seu caráter. Quem tem essa história ao se sentar ali [na cadeira de presidente], é fazer ou fazer. E se Deus quiser eu vou fazer, mas faremos juntos."


Fonte: G1