É de sua autoria projeto
que originou o Programa Nota Legal. Como avalia a decisão do GDF de reduzir
créditos ao contribuinte sob o argumento de que o abatimento integral se tornou
um prejuízo na arrecadação?
Uma
mentira deslavada do governo. Querem é fazer um aumento da carga tributária
disfarçado. O projeto é claro: de cada nota fiscal, 70% do imposto vai para o
governo e 30% volta para o contribuinte na forma de créditos. Não tem como ter
prejuízo. Um projeto criativo e que estimula a sociedade a fiscalizar a emissão
de
notas e ser partícipe no combate à sonegação. Deu certo em São Paulo e
aumentou a arrecadação. ...
Seu discurso sempre foi de redução de gastos públicos. Acha que é
suficiente para um potencial candidato a cargo majoritário?
Não
é redução, mas eficiência nos gastos públicos e respeito ao contribuinte. É
correto enquanto a França possui 4800 cargos comissionados, os EUA inteiro,
8000, o DF desse tamanhozinho ter mais de 18 mil? Parece que o Estado existe
hoje não para atender o contribuinte e devolver serviços públicos de qualidade
para ele e sim para criar e perpetuar máquinas políticas. E isso acontece no
Brasil inteiro. É preciso resgatar o Estado para o contribuinte.
Em dois anos de mandato, o que fez de mais importante?
É
tanta luta... Citaria meu projeto e a batalha para retirar os impostos dos
remédios. No Brasil, 35,7% do preço de um remédio é composto apenas de
impostos. Na Inglaterra, no Canadá e na Colômbia não se cobra tributos sobre
medicamentos. Fui também relator do PL 3998/12, aprovando meu parecer que
obriga os planos de saúde a terem que arcar com a quimioterapia oral. Outra
coisa, as emendas ao orçamento, enquanto muitos colocam esse dinheiro em shows
e eventos, as minhas destinei para a compra de remédios para os hospitais
públicos, para a construção de escolas em tempo integral.
Qual será o seu caminho em 2014?
Sinceramente,
não sei. Acho que se eu continuar na política eu vou destruir a minha saúde,
vou acabar tendo um câncer. Por outro lado, tenho enorme receio de não ser
candidato e me arrepender depois. As pessoas me perguntam muito isso e eu sou
sincero, eu não sei mesmo.
Há um movimento em curso liderado pela ex-senadora Marina Silva para
criação de um novo partido. Aceitaria convite para deixar o PDT como candidato
ao governo dessa nova legenda?
Tenho
respeito e carinho pessoal pela Marina, mas não pretendo deixar o PDT. Teria
que ser algo muito diferente para me motivar a algo assim.
Acredita que Marina terá condições de lançar um novo partido a tempo de
disputar as próximas eleições?
Acredito
que sim. Agora, o correto seria termos no Brasil a possibilidade de
candidaturas avulsas, sem filiação partidária. Protocolei essa proposta aqui na
Câmara. Se existe uma parcela expressiva da população que não se considera
representada nos partidos, é justo e democrático que essas pessoas possam ter
cidadania plena e também terem o direito de serem votadas para colocar suas
ideias.
O PSB rompeu com o governo em busca de candidatura própria ao GDF, com
o senador Rodrigo Rollemberg como cabeça de chapa. Existe chance de uma aliança
Reguffe-Rollemberg com o senador Cristovam Buarque contra Agnelo?
Acho
que campanha não deve ser contra alguém e sim a favor de um projeto. Quanto ao
governo atual, está muito ruim. Para o bem da cidade, seria importante que ele
desse uma grande virada. Ainda tem dois anos. Rodrigo é uma pessoa com quem
tenho boa relação. Sobre meu futuro, sou franco com as pessoas, não tenho como
afirmar porque eu realmente ainda não decidi.
Fonte:
Coluna Eixo Capital / Correio Braziliense - 13/01/2013
